Marcelo Marui Biondo
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O empecilho acaba de ser derrubado. Desde o mês passado, o Brasil já tem uma "escala de rastreamento para dependência de sexo" devidamente validada em pesquisa. Trata-se de um questionário com 25 perguntas preenchido pelo próprio paciente. Caso responda "sim" a seis ou mais das questões, a pessoa "é um provável dependente de sexo". Qualquer médico e até mesmo um técnico treinado - e não mais necessariamente um psiquiatra- podem agora fazer um diagnóstico inicial desse tipo de dependência.
Segundo pesquisas internacionais, entre 2% e 3% das pessoas sofrem desse mal.
A "escala de rastreamento" foi testada e validada por uma equipe do Proad, Programa de Orientação e Assistência a Dependentes, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). O estudo foi publicado na última edição da Revista Brasileira de Psiquiatria.
"O trabalho consistiu em adaptar a escala para o nosso contexto sociocultural, tomando como referência os critérios de dependência de sexo propostos pelo pesquisador Aviel Goodman", diz o psiquiatra Dartiu Xavier da Silveira, que coordena o Proad.
Na escala de rastreamento adotada nos EUA, o pesquisador P. Carnes considera que as pessoas que respondem afirmativamente a 13 ou mais questões são classificadas como "prováveis casos de dependência de sexo". Silveira baixou esse corte para seis. "Nesse ponto, a escala identificou corretamente 83,3% dos casos de dependência de sexo", diz. "A escala original tem um corte mais alto porque a sociedade americana é tão reprimida sexualmente que o distúrbio é também velado."
