
Dr. Fernando Javier Hernandez Romero
- Infectologista
- CRM: 26209 / BA
- 14838


Em Infectologia os pacientes também escolhem:
A gestação é uma fase mágica da criação do ser humano, e o correto acompanhamento no pré-natal traz grandes benefícios. As vacinas e a triagem sorológica de doenças infecciosas trouxeram grandes triunfos na prevenção de doenças no recém-nascido. No entanto algumas delas ainda não apresentam um controle pleno. O Citomegalovírus (CMV) ainda permanece como um grande temor durante a gestação. A prevalência durante a gestação varia de 0,2 ? 2,0%. A maioria das infecções causadas pelo CMV são assintomáticas, durante a infecção aguda pelo CMV menos da metade das pessoas podem sentir febre baixa, astenia, cefaleia, fadiga, etc. A infecção pelo CMV é autolimitada e sem maiores complicações, muitas vezes passa como uma ?virose?. Durante a gestação o aparecimento desses sintas ocorre só em 25 ? 50 % dos casos, ou seja, mais da metade dos casos tem infecção, mas não apresenta sintomas. O diagnóstico é feito com positividade do teste sorológico específico para citomegalovírus, para complementar o diagnóstico pode-se se utilizar teste de avidez para CMV. Diagnósticos com testes de moleculares como PCR, não se apresentam tão eficazes, no entanto são a primeira opção para diagnóstico de possível infecção fetal, após a 20 semana de gestação, quando analisado o líquido amniótico, no entanto pelos riscos envolvidos no procedimento da análise do líquido amniótico, o mesmo nem sempre deve ser realizado.
A prevenção da transmissão vertical (de mãe para filho), ainda é não está bem definida, no entanto, a imunização passiva com Imunoglobulina contra CMV, se mostra como um possível método preventivo na transmissão desse vírus para o feto. Um estudo clínico randomizado vem sendo desenvolvido desde 2011 nos EUA, os primeiros resultados devem sair no final desse ano, esse estudo deve trazer novas respostas (NCT01376778). Outra opção é o uso de antivirais durante a gestação, foram usados em poucas ocasiões sem resposta satisfatória, além disso os antivirais existentes para CMV apresentam risco de teratogenicidade, podendo levar a malformações fetais.
Após o nascimento a criança deverá ser submetida a alguns exames como testes auditivos e exame molecular para identificação de CMV. Quando os exames mostrarem infecção pelo CMV moderada/severa, tem indicação do uso de um antiviral chamado valganciclovir por um período de 6 meses, o que traz melhora auditiva e no neurodesenvolvimento.
Como o melhor remédio é prevenir a vacina aparece sempre como opção, no entanto ainda sem respostas satisfatórias. Existem pesquisas em desenvolvimento para a criação de uma vacina contra CMV, no entanto ainda se encontra em fases de testes, a vacina para CMV poderá ser algo promissor no futuro. Atualmente a melhor prevenção é tentar diminuir as chances de contaminação com CMV em gestantes com sorologias negativas.
As formas de diminuir o contato com o CMV são
?Não compartilhe utensílios nem alimentos com crianças;
?Evite contato com a saliva das crianças;
?Higienize as mãos sempre antes e após se alimentar, assim como após contato com fraldas ou saliva de crianças;
Vale lembrar que para evitar qualquer intercorrência durante a gestação, um bom pré-natal é a base de tudo. Siga as orientações do seu médico.
Bibliografia:
1.William D Rawlinson et al. Congenital cytomegalovirus infection in pregnancy and the neonate: consensus recommendations for prevention, diagnosis, and therapy. Lancet Infect Dis. 2017 Jun;17(6):e177-e188.
2.T. Lazzarotto, B. Guerra, L. Gabrielli, M. Lanari and M. P. Landini. Update on the prevention, diagnosis and management of cytomegalovirus infection during pregnancy. Clin Microbiol Infect 2011; 17: 1285?1293.
A hepatite é uma doença na maioria das vezes silenciosa. No entanto quando o quadro
evolui para uma hepatite crônica pode ter consequências no futuro como levar a cirrose e
carcinoma hepatocelular. Há muitas formas de o ser humano adquirir hepatite entre os
quais existem 2 vírus disseminados no mundo e no Brasil, vírus dos quais temos que nos
prevenir: o vírus da hepatite B e C.
Segundo relatos da Organização Mundial da Saúde (OMS), até o ano de 2015 foram
infectadas no mundo 257 milhões de pessoas com o vírus da hepatite B (3,5% da
população mundial) e 71 milhões de pessoas com o vírus da hepatite C (1% da população
mundial). No Brasil até 2015 foram notificados 196.701 casos de hepatite B e 152.712
casos de hepatite C. A estimativa no Brasil é que 20% das infecções causadas pelos vírus
das hepatites B e C, sejam por causas diferentes as tradicionais, o que nos faz pensar na
possibilidade de centros de estética e beleza.
Os vírus das hepatites são altamente resistentes ao meio ambiente, podendo permanecer
em superfícies por mais de uma semana, sendo que uma única partícula viral pode ser
suficiente para contaminar uma pessoa.
O compartilhamento de matérias de manicure/pedicure, alicates de unhas e tesouras, tem
sido apontados como uma das prováveis formas de transmissão desses vírus.
Existem normas a serem seguidas para uma correta esterilização de matérias utilizados
nos salões de beleza. Num primeiro momento o instrumento tem que ser lavado
mecanicamente com água e detergente para remover as sujidades, dessa forma
diminuindo a quantidade de microrganismos, a seguir o material tem que ser colocado em
autoclave ou estufa, sempre respeitando as temperaturas e tempo de processamento. No
caso de autoclave deve manter uma temperatura acima de 121°C por no mínimo 30
minutos, no caso de estufas deve manter temperatura acima de 170°C por no mínimo de
60 minutos. Vale lembrar que se o processo é interrompido com a abertura da porta do
aparelho, todo o processo deve ser reiniciado desde o início. Após os instrumentos
usados para manicure terem sido embalados, terão uma validade de 7 dias. Numa pesquisa
realizada em São Paulo mostrou que mesmo em lugares onde se utilizava autoclave ou
estufa, 93% não eram higienizados antes de colocar material dentro deles. A respeito da
temperatura ideal e tempo de permanência do material dentro do aparelho, só 7 % das
entrevistadas sabiam usar corretamente a estufa e 0% a autoclave.6 Em Salvador Bahia,
pesquisa similar mostrou que dos salões de beleza entrevistados só 29,2% possuíam
autoclave, no entanto a maioria de profissionais desconheciam o correto uso do aparelho.
Isso nos mostra que mesmo nos locais onde se tem o aparelho correto, ele não é utilizado
de forma adequada para uma correta esterilização de materiais que vão ser utilizados na
próxima cliente. O uso de material incorretamente esterilizado pode levar a infecção
cruzada de vírus. Numa pesquisa realizada em São Paulo mostrou que entre as
manicuristas entrevistadas, 8% eram portadoras de hepatite B e 2% de hepatite C,
levantamento similar em Belo Horizonte mostrou prevalência de 4% para vírus B e 1,3%
para vírus C, o que torna uma prevalência viral elevada em relação a população geral isto
sugere que a profissão é um grupo de risco para tais vírus.
A ANVISA recomenda a que tem que existir uma rotina de esterilização dos materiais
reutilizáveis; os mesmos têm que ser embalados com data de validade visível,
armazenados em local próprio e exclusivo. As manicures têm que utilizar equipamento
de proteção individual (EPI) como luvas e capa, higienizar as mãos antes e após cada
procedimento e desinfecção da superfície com álcool 70% após finalizado o
procedimento.
As hepatites são uma realidade brasileira e mundial, o melhor remédio é prevenir, para
isso temos que seguir e fazer respeitar as normas de segurança preconizadas para evitar
infecções por esses vírus. É recomendado9:
1. Levar seus próprios matérias (alicates de unhas, tesouras, etc) para realizar a
manicure/pedicure;
2. Caso não leve seus materiais próprios, exija que ele seja aberto na sua presença e
verifique a data de validade;
3. Verifique se o salão tem licença sanitária para funcionamento;
4. Exige que a profissional higienize as mãos antes do atendimento, use luvas
descartáveis, lixa de unhas descartável.
5. Uso de toalhas individuais e embaladas em saco plástico, assim terá certeza que
só foi utilizada em você.
6. Verifique se a profissional, ao finalizar o procedimento, higienizou com álcool
70% a superfície onde o mesmo foi realizado.
Todo cuidado é pouco no controle das infecções pelos vírus das hepatites. Vamos fazer a
nossa parte!
Endereço de atendimento
Clinica Gastros Bahia - Itabuna Trade Center
CEP: 40140-000
- AMIL
- BRADESCO
- PARTICULAR
- Proasa
- Seguros Unimed
Formação acadêmica
2014 - 2015 | Especialização em Infectologia Hospitalar pelo(a) Inesp (Brasil). |
2009 - 2012 | Especialização em Residência Médica em Infectologia pelo(a) Instituto de Infectologia Emílio Ribas, São Paulo (Brasil). |
1999 - 2004 | Graduação em Medicina pelo(a) Universidade de São Paulo (Brasil). |
Instituições com as quais possui vínculos
- Coordenador do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar no(a) Maternidade de Referência José Maria de Magalhães Netto de 01/02/2014 até hoje.
- Médico Plantonista no(a) Hospital Portugues de 01/01/2014 até 20/08/2018.
- Assessor Técnico do Instituto Nacional de Luta Contra a Sida, Angola no(a) Ministério da Saúde de Angola de 01/03/2012 até 01/04/2013.
Doenças tratadas
- Abscesso
- Furunculose
- Hanseníase
- Síndrome da Pele Escaldada Estafilocócica
- Síndrome da Reconstituição Inflamatória Imune
- Síndrome de Imunodeficiência Adquirida
- Tuberculose
Idiomas
Espanhol compreende bem, fala fluentemente, lê bem, escreve bem.
Inglês compreende bem, fala bem, lê bem, escreve bem.
Português compreende bem, fala fluentemente, lê bem, escreve bem.
lib.med.br
Dr. Fernando Javier Hernandez Romero





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Boa noite.
Infecção urinária de repetição tem que estar comprovada por urocultura com isolamento de microrganismo. Primeiro é fazer diagnóstico de infecção urinária de repetição, só sintoma não é indício de infecção, já que existem outros quadros clínicos com sintomas similares.
Feito diagnóstico de infecção urinária de repetição, existe a possibilidade de tomar profilaxia diária. Converse com seu infectologista sobre isso.
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Boa noite.
Sífilis é uma doença milenar que ainda não conseguimos controlar. Existe sim a possibilidade de não transmitir sífilis para parceria sexual, isso geralmente acontece quando a pessoa infectada adquiriu a sífilis alguns anos atrás. Para acompanhamento após tratamento, tem que ser feito teste não treponêmico a cada 3 meses (VDRL, por exemplo).
Os testes treponêmicos devem ficar positivos a vida toda, são indicativos de cicatriz sorológica e não de acompanhamento após tratamento. Procure seu infectologista.
