? Quando o silêncio fala alto:
Prevenção do suicídio em crianças e adolescentes autistas
Com base nas reflexões dos Drs. Josh Feder, Mara Goverman e Paul Lipkin

— Um alerta necessário**
Crianças e adolescentes autistas também podem ter ideação suicida — e isso deve ser levado tão a sério quanto em qualquer outro grupo.
? A diferença está em como esses pensamentos são expressos, percebidos e compreendidos.

Autolesão x Suicídio: não confunda!
? **Comportamento autolesivo repetitivo** (morder-se, bater a cabeça) é comum em autismo mais severo e nem sempre indica desejo de morrer.
? **Fala sobre morte, desesperança ou não querer viver** exige atenção imediata, mesmo em crianças com limitações de linguagem.

O peso das comorbidades:
Crianças autistas com depressão, ansiedade ou TDAH têm risco significativamente maior de ideação suicida.
? Estudos mostram que cerca de 10% a 15% das crianças autistas expressam pensamentos suicidas — taxas muito superiores às da população geral.
(Fonte: Interactive Autism Network, 2016; Kaiser Permanente, 2021)

Comunicação e isolamento: fatores críticos**
A dificuldade em **interpretar linguagem e expressar emoções** torna o sofrimento menos visível.
? Frases como “queria desaparecer” ou “não quero mais estar aqui” podem ser formas de expressar dor emocional.

O risco aumenta com isolamento social, bullying e pensamento perseverativo — quando a criança ou adolescente fica presa a ideias negativas sem conseguir desligar delas.

Triagem adaptada salva vidas**
? No Instituto Kennedy Krieger, toda criança/adolescente com TEA é rastreada a cada 3–6 meses para ideação suicida. Te convido a replicar práticas assertivas no Brasil!

O papel dos pais e escolas:
? No início, muitos pais resistem à triagem (“não quero colocar ideias na cabeça dele”).
Mas hoje, após ampla conscientização, a aceitam como parte do cuidado de rotina.
? Escolas estão na linha de frente — e devem acionar a família e os serviços de saúde sempre que houver menção a morte ou autolesão.

Níveis de cuidado:
?? Crianças com **ideação ativa** ? encaminhamento imediato para avaliação psiquiátrica de emergência.
? Crianças com **pensamentos passivos ou episódicos** ? acompanhamento intensivo com terapeuta e psiquiatra, contato com a família e plano de segurança.

Cuidado contínuo e empático:
Nem toda criança precisa de internação, mas todas precisam de escuta ativa e rede de suporte.

O objetivo não é apenas prevenir a morte — é prevenir ferimentos com potenciais riscos e sofrimento incapacitante.

www.thecarlatreport.com/blogs/1-the-carlat-psychiatry-blog/post/2894-assessing-suicide-risk-in-children-and-adolescents