Psiquiatria - Perguntas respondidas
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O Rivotril* (clonazepam) é um remédio do grupo dos benzodiazepínicos. Estes remédios levam a prejuízos da memória, principalmente da memória que chamamos de "episódica", ou seja, aquela relacionada a lembrar dos fatos que ocorrem ao longo do tempo. Assim, as pessoas esquecem onde guardam objetos, nomes, o que fizeram no dia anterior. Geralmente, o maior comprometimento é da memória recente: isto é, fatos que ocorreram antes do uso do remédio costumam permanecer na memória.
Além disso, pode haver um tipo de falha de memória que se chama de "amnésia anterógrada", em que a pessoa faz algo logo após tomar a medicação e se esquece do que fez. Este tipo de amnésia é, às vezes, tão grave, que há relatos de pessoas que chegaram a viajar de uma cidade para outra, acordam num hotel e não se lembram de ter saído de casa.
Finalmente, existem estudos que sugerem que, quando usados a longo prazo, os benzodiazepínicos podem levar a deficiências de memória definitivas, que permanecem mesmo depois que a pessoa pára de tomar a medicação.
Assim, hoje em dia, a recomendação de que, quando necessárias, estas medicações sejam usadas apenas por algumas semanas. Geralmente, há opções eficazes e sem efeitos colaterais tão sérios.
A favor dos benzodiazepínicos se pode dizer que sua ação é rápida e os riscos de intoxicação são baixos. Além disso, em algumas doenças, como alguns tipos de epilepsia, trazem vantagens sobre outras medicações.
Mas, como geralmente são usadas no tratamento da ansiedade e da insônia, há opções melhores que, a médio prazo, obtêm os mesmos efeitos.
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Claramente se trata de algo que envolve seu relacionamento com sua parceira.
 
É normal que, com o tempo, haja uma perda do "fogo" inicial mas, geralmente, o desejo sexual permanece, mesmo que menor.
 
O ideal seria procurar um psicólogo ou psiquiatra que trabalhe com terapia sexual e que possa analisar o que está acontecendo e sugerir formas de vocês "apimentarem" sua vida sexual.
 
Não é caso de remédios pois, como você descreve , seu desejo continua normal, apenas que não por sua companheira.
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O site da clínica Mayo (http://www.mayoclinic.org/drugs-supplements/oxcarbazepine-oral-route/side-effects/drg-20067615) cita a sede como um efeito colateral pouco comum da oxcarbazepina. Por outro lado, no Pubmed, que é o site mais importante de artigos médicos, não tem nenhum artigo que correlacione sede à oxcarbazepina.
Apesar desta pequena evidência, o mais correto seria você consultar um clínico geral, que pudesse investigar em você outras causas de sede, tais como diabetes, dieta inadequada, obstruções respiratórias (que podem fazer com que você durma com a boca aberta e resseque suas mucosas). Existem mesmo alguns relatos, na literatura médica, de sede associada ao hipertireoidismo (funcionamento excessivo da tireoide).
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Você está enfrentando uma série de problemas, em sua vida. Quando isto ocorre, geralmente as pessoas se sentem mal, desanimadas, ansiosas e tristes.
Este tipo de situação pode melhorar sem nenhuma intervenção profissional ou pode ser abordada numa psicoterapia, com um psiquiatra psicoterapeuta ou um psicólogo clínico.
Entretanto, algumas pessoas podem desenvolver um problema de depressão ou de ansiedade generalizada, que precisam de um tratamento médico.
Assim, o ideal seria você consultar um psiquiatra e verificar se tem depressão, ansiedade generalizada ou apenas se trata de uma fase difícil de sua vida, na qual você está encontrando problemas difíceis de vencer. O psiquiatra poderá dar medicações, se for necessário ou encaminhá-lo para uma psicoterapia, onde você possa discutir seus problemas e encontrar soluções que resolvam ou, pelo menos, diminuam seu sofrimento.
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Seu conceito de "mania de perseguição" poderia ter algumas origens diferentes:
 
1. Um verdadeiro delírio de perseguição.
 
A pessoa, como você descreve, tem a vivência de que os outros falam dela e que, eventualmente, conspiram contra ela. Outro delírio possível é o de estar sendo traída pelo(a) companheiro(a).
 
Entretanto, neste tipo de delírio a pessoa não costuma apresentar crítica o que, na linguagem técnica significa que a pessoa delira, mas acredita piamente que aquilo é verdade e jamais diria de si mesma que poderia estar delirando.
 
Uma alternativa seria que, em alguns casos como, por exemplo, quando a pessoa usa alguns tipos de drogas, como a própria maconha, ela pode ter este tipo de vivência, quando está intoxicada e, quando está sóbria, perceber que esteve delirando.
 
2. Ciúmes patológicos.
 
Trata-se de pessoas exageradamente ciumentas, em sua relação e para as quais quaisquer atitudes do(a) parceiro(a) são vistas com suspeita e interpretadas como uma possível traição. Entretanto, nestes casos, a pessoa não costuma apresentar outros tipos de alterações como, por exemplo, as que você diz, de achar que outros estão falando de você.
 
3. Fobia social
 
Trata-se de um quadro de timidez exagerada em que, por vezes, as pessoas acreditam que outras pessoas olham para elas e percebem seus erros, gafes e comportamentos e que as ficam criticando. Eventualmente, por sentir-se, muitas vezes, inferior, seria possível que a pessoa tivesse uma tendência a achar que o cônjuge fosse traí-la.
 
Em qualquer destes casos, é muito importante procurar um psiquiatra, pois todos eles podem ser tratados, seja através de terapia comportamental, seja através de remédios.
 
Além disto, o psiquiatra, eventualmente, solicitará alguns exames pois, em alguns casos diferentes do habitual, como parece ser o seu, a causa pode estar, também, em alguma doença física que esteja afetando seu cérebro.

