Bom dia. Tenho crise de pânico há alguns anos. Fiz tratamento com um psiquiatra com remédios. Afastei do trabalho por um ano e meio e nada mudou. Minhas crises são: fadiga, dor no peito tremendo, coração acelerado, fisgadas no corpo. Mente muito ruim
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O tratamento do Transtorno do Pânico, a enfermidade geralmente envolvida nos ataques de pânico, exige dedicação e paciência por parte do paciente - e dos profissionais! (Não basta se afastar do trabalho ou ainda "evitar" situações desencadeadoras, ainda que isto possa ser útil, por algum tempo). O consenso científico, na atualidade, é de que se deve associar tratamento psicofarmacológico - com Psiquiatra- com medicamentos adequados E NAS DOSES ADEQUADAS! - com Psicoterapia - preferencialmente na modalidade TCC (Terapia Cognitivo Comportamental). Espero ter ajudado.
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Você não chegou a esclarecer se, no tratamento psiquiátrico, ficou bem, sem sintomas. Entenda-se "ficar bem" como desaparecimento total dos sintomas durante o tratamento.
Caso não tenha ficado, é importante lembrar que as crises só passam totalmente quando se administra a medicação em doses suficientes E por tempo suficiente. É comum médicos e pacientes não atentarem para este fato e alguns profissionais, principalmente não-psiquiatras, têm medo de dar doses mais altas de remédios. Cada medicação tem uma dose máxima (e segura), que deve ser tentada antes de se desistir do remédio. Se a dose máxima foi administrada por tempo suficiente (geralmente, pelo menos duas a três semanas) e o resultado não for satisfatório, não se deve desistir do tratamento, porque é possível acrescentar outras medicações para aumentar a potência ou, se for o caso, substituir por remédios mais potentes.
Caso tenha ficado sem sintomas, é importante lembrar que, como a maioria dos transtornos psiquiátricos e grande parte das doenças clínicas (asma, artrite reumatoide, diabetes), o tratamento geralmente só consegue um controle e não a cura, de modo que a maioria das pessoas vai ter de tomar a medicação por períodos prolongados (anos) e, às vezes, a vida inteira. Isto não constitui maior problema, pois as medicações modernas são bem seguras e as mais usadas no pânico não têm efeitos colaterais perigosos. A interrupção precoce do tratamento é causa de frequentes recaídas.
A terapia cognitivo-comportamental (TCC) e a ACT (terapia de aceitação e comprometimento) podem ser úteis no tratamento do pânico, isoladamente ou, como geralmente se faz, combinadas às medicações. A TCC deve ser sempre a opção preferida quando o paciente com pânico desenvolve agorafobia (medo e aversão a lugares cheios de pessoas, principalmente), pois é mais eficaz do que a medicação.