Psiquiatria da Infância e Adolescência - Perguntas respondidas
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Olá. Existe o transtorno de conduta restrito ao contexto familiar, o não socializado, o socializado e outros mais. Também existem transtornos de condutas mistos associados a outras alterações (ansiedade, medo, etc.) . É importante avaliar o foco do transtorno para assim poder ter uma visão melhor sobre onde agir.
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Pode-se falar em transtorno de conduta de uma forma mais ampla, quando o adolescente apresenta quaisquer comportamentos difíceis de lidar, tanto no contexto familiar quanto no profissional ou escolar.
Existe, também, uma forma mais grave de transtorno de conduta, que requer a presença de vários (pelo menos três) comportamentos que vão contra as normais sociais e os direitos dos outros: agressões repetidas, roubos, maus tratos a animais ou pessoas, "bullying", comportamento incendiário, desrespeito repetido às proibições impostas pelos pais, mentiras repetidas, atividade sexual forçada, destruição de bens pertencentes a outras pessoas.
Dar um bom exemplo aos filhos e uma educação religiosa podem ser úteis mas, infelizmente, frequentemente não são suficientes, pois as crianças e adolescentes se encontram expostos a uma série de influências sociais, principalmente as de amigos. Assim como, infelizmente, o uso da maconha é considerado normal, por muitas pessoas, é frequente jovens utilizarem esta erva. Felizmente, APESAR DE ELA SER PREJUDICIAL, COM CERTEZA, nem todos ficam dependentes e uma grande parte das pessoas para de usar, na idade adulta. Entretanto, a dependência não é o único problema causado pela maconha, pois problemas respiratórios e dificuldades de memória também podem ocorrer. Além disto, mesmo o uso infrequente de maconha pode levar a surtos psicóticos (situações em que a pessoa começa a ter delírios e/ou alucinações e perde seu vínculo com a realidade).
Um dos aspectos mais importantes para evitar-se o consumo de drogas é acompanhar o adolescente muito de perto, conhecendo seus amigos, os pais de seus amigos (inclusive conversando com eles a respeito de seus problemas com seus próprios filhos, que podem ser parecidos com os seus), indo à escola falar com os professores e orientadores, sabendo quais são as dificuldades que seu filho apresenta no meio escolar.
Finalmente, é interessante que seu filho converse com uma psicóloga; se você puder participar da conversa ou procurar um auxílio psicológico também para você, pode ser ainda melhor.
Uma avaliação com um psiquiatra pode ser útil para seu filho, tanto para verificar o grau de abuso que ele faz da droga, quanto para diagnosticar quadros de ansiedade, depressão, déficit de atenção ou outros transtornos psiquiátricos que podem predispor ao uso de maconha e a desvios de conduta.
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Pensamentos ruins podem ter várias origens como, por exemplo:
 
- na depressão, a pessoa apresenta uma profunda tristeza ou desânimo, associadas a aumento ou diminuição do sono e do apetite, dificuldades de concentração, perda do prazer e ideias tristes, que vão desde lembranças tristes até sentimentos de culpa e mesmo ideias de morrer;
 
- em quadros de ansiedade, as ideias ruins podem se referir a medos e angústias; além disto, no transtorno obsessivo-compulsivo (também um quadro de ansiedade), pode haver ideias negativas exageradas ou mesmo absurdas e que vêm insistentemente na cabeça da pessoa;
 
- finalmente, pode ser que os pensamentos se relacionem a eventos reais que estejam acontecendo na vida da pessoa (familiares, bullying ou outro tipo de traumas).
 
Seria interessante, além da psicoterapia, a avaliação por parte de um psiquiatra infantil, que é um profissional médico especializado em transtornos psíquicos na infância.
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Crises de pânico e o transtorno ansioso generalizado (TAG) fazem ambos parte do grupo dos transtornos ansiosos. Seu tratamento de primeira escolha, a não ser que haja contraindicação, são os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS). Esta indicação só pode ser feita, presencialmente, numa consulta com o psiquiatra.
Quanto ao medo do andador, não ficou claro do que se trata. Se pudesse esclarecer e encaminhar a pergunta, novamente, seria interessante. -
Eu penso que você quiz dizer medo de elevador, ou seja, de lugares fechados ou talvez com muitas pessoas. Concordo com meu colega que há a necessidade de uma boa avaliação clínica, preferencialmente com psiquiatra especialista na infância e adolescência. Algumas vezes é necessária a associação de medicamentos e psicoterapia, sendo de fundamental importância que psiquiatra e psicoterapeuta se comuniquem.
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O autismo é um transtorno que se caracteriza por uma dificuldade de relacionamento com outras pessoas que é devida, pelo menos em parte, à dificuldade que o autista tem de perceber sentimentos e emoções e, consequentemente, de lidar com as pessoas com base nestas percepções. Além disto, o autista pode ter outras dificuldades como, por exemplo, aprender certos conceitos ou considerar fenômenos de modo global (ele tende a se prender aos detalhes e a não perceber o todo); comportamentos repetitivos, que vão desde a necessidade de vestir sempre as mesmas roupas e consumir os mesmos alimentos até atitudes de auto-estimulação repetitivas que, por vezes, chegam a ser auto-agressivas. O autismo, frequentemente (mas nem sempre) vem associado a dificuldades de linguagem e algum grau de retardo mental. Autistas muito inteligentes, por sua vez, geralmente são considerados como tendo a "Síndrome de Asperger", uma forma mais amena de autismo, na qual as pessoas conseguem atingir graus elevados de funcionalidade (um bom exemplo é Temple Grandin, uma professora universitária americana envolvida em estudos sobre como reduzir o sofrimento de animais criados para abate, que possui muitas pesquisas científicas e livros publicados).
De modo geral, apesar de que professores podem detectar sintomas de autismo, nas crianças, deve-se levá-las a um psiquiatra para que se possa ter certeza do diagnóstico. -
Seu sobrinho precisa ser avaliado por psiquiatra infantil para um diagnóstico correto e iniciar, o mais rápido possível, um tratamento especializado com uma equipe multidisciplinar e a escola ser orientada de como lidar com ele, para que possa se desenvolver o melhor possível. Já que o autismo é um transtorno global do desenvolvimento.