Psiquiatria - Perguntas respondidas
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Pessoas que passam por traumas graves podem desenvolver quadros ansiosos, incluindo medos exagerados; por vezes, podem vir a ter quadros depressivos ou mesmo outros transtornos psiquiátricos.
 
Entretanto, sem conhecer e entrevistar uma pessoa, o psiquiatra não consegue estabelecer um diagnóstico adequado.
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Há vários tipos de tratamento farmacológico para o Transtorno do Pânico, mas todos eles terão melhores resultados se você associar psicoterapia, especialmente a chamada terapia cognitivo comportamental.
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O transtorno de pânico envolve crises súbitas de intenso medo, angústia ou ansiedade, acompanhadas de sintomas como sensação de que se vai morrer e sintomas físicos como palpitações no peito, tremores, tontura, vista turva, sensações desagradáveis na região do estômago, vontade de urinar ou evacuar.
 
O tratamento para transtorno de pânico habitualmente envolve medicações do grupo dos inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS), que são vários. Como exemplo, temos a fluoxetina, a sertralina, a paroxetina, o citalopram, o escitalopram, a venlafaxina (quando em doses baixas), a fluvoxamina. Como segunda opção, usam-se alguns antidepressivos do grupo dos tricíclicos, principalmente a clomipramina. Além disto, uma medicação do grupo dos benzodiazepínicos (o alprazolam) mostra-se eficaz no controle das crises. Entretanto, como esta medicação tem efeitos colaterais sobre a coordenação motora e o equilíbrio, a curto prazo e sobre a memória e capacidade de aprendizado, a curto e longo prazo, além de poder levar a dependência (em algumas pessoas), seu uso deve ser feito preferencialmente naquelas pessoas que têm crises muito intensas, dado que o remédio faz efeito rápido - enquanto os antidepressivos podem demorar até 3-4 semanas para exercer o efeito completo. Recomenda-se, também, que medicações benzodiazepínicas sejam tomadas por um período de apenas algumas semanas, justamente para prevenir os efeitos colaterais a longo prazo. Isto não vale para alguns casos, mais raros, que apresentam resistência ao tratamento com antidepressivos - nestes casos se pode usar o alprazolam a longo prazo, por falta de opções melhores. Desta mesma classe de remédios se utiliza também o clonazepam, na forma sublingual (Rivotril*SL), que possui comprimidos de 0,25 mg de concentração. Esta medicação não costuma ser tomada de modo regular, porém apenas para interromper crises mais fortes. Ele possui a vantagem de ter uma ação mais rápida que o alprazolam.
 
Existem algumas formas de terapia comportamental e comportamental-cognitiva que também se mostraram úteis no tratamento das crises de pânico.
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O delírio de parasitose é um delírio no qual o paciente refere sensações de prurido, movimentos sob a pele, picadas ou outros sintomas, atribuídos a parasitas que o estariam infestando. Como em todo delírio, é impossível convencer a pessoa de que, na verdade, ela não apresenta nenhum parasita.
 
Sempre que um delírio aparece pela primeira vez, a não ser que a pessoa já tenha um transtorno psiquiátrico diagnosticado, vale a pena investigar problemas clínicos que possam estar causando alterações cerebrais: tumores cerebrais, acidentes vasculares e outras doenças envolvendo diretamente o cérebro; tumores em outras partes do organismo; quadros infecciosos e outras alterações clínicas podem levar a alterações químicas no organismo que podem levar ao desenvolvimento de delírios. Nestes casos, deve-se tratar a alteração clínica, em primeiro plano.
 
Na abordagem do sintoma de delírio, assim como em outras alterações em que a pessoa perde sua capacidade de avaliar a realidade, devem ser utilizadas medicações do grupo dos antipsicóticos.
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O delírio de parasitose, apesar de raro, pode ser extremamente perturbador e incapacitante. Merece avaliação cuidadosa para diagnóstico diferencial com outros patologias e, confirmado o diagnóstico, tratamento com antipsicóticos.
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Reações de luto à morte de pessoas queridas são comuns e normais. Entretanto, se houver um quadro mais profundo e prolongado, hoje em dia se faz o diagnóstico de depressão. Depressões sempre possuem sintomas mais acentuados de desânimo ou tristeza, insônia ou excesso de sono, falta ou excesso de apetite, diminuição do desejo sexual, dificuldades de concentração, perda do prazer em atividades nas quais a pessoa costumava sentir prazer. Nestes casos, impõe-se tratar a pessoa.
 
Novamente, se seu pai morreu, há necessidade de o psiquiatra avaliar a profundidade e a duração dos sintomas, para verificar se é uma reação normal numa pessoa que esteja com a depressão controlada ou se é uma recidiva do quadro.
 
Se houver recidiva, deve-se aumentar a medicação, acrescentar outra para potencializar o efeito da primeira ou administrar doses mais altas de antidepressivo.
 
É fundamental ela retornar ao psiquiatra.
 
As psicoterapias podem ser eficazes, dependendo da gravidade dos sintomas e podem ser associadas ao tratamento medicamentoso.
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Boa tarde. Gostaria de saber também a idade de sua filha. Você descreve uma rotina diária intensa e nos momentos de maior fragilidade de sua filha, esta rotina ameaça ser quebrada, o que para ela significa estar mais com você. Primeiro deve ser pesquisado se há algum fator orgânico que esteja deixando a sua filha doente. Afastada qualquer hipótese mais comprometedora, tentar, com a ajuda de um profissional em saúde mental, verificar o que está havendo com a sua filha, evitando-lhe buscar alívio de um sofrimento, por meio de outro.
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Estar com a filha doente é, realmente, uma situação preocupante, principalmente se for um problema de alguma gravidade.
 
Numa sociedade diferente da nossa, talvez você tivesse disponibilidade para ficar com ela o tempo inteiro e isto a deixasse mais relaxada. Da forma como funciona nossa sociedade, atualmente, você não consegue estar ao lado de seus filhos o tempo inteiro e, pelo visto, além de seu trabalho, você ainda vai à faculdade.
 
Você tem perante si algumas opções: manter suas atividades e aprender a enfrentar sua ansiedade; manter uma das atividades; ou, como você mesma disse, sair de todas as atividades que não sejam a de cuidar de sua filha.
 
O fato de você perder o apetite e não conseguir dormir, também, sugere que seja uma pessoa especialmente ansiosa. Esta ansiedade pode estar na faixa normal ou ser parte de um transtorno mais grave ou mesmo de uma depressão.
 
Sugiro que procure um(a) psiquiatra para diagnosticar se você tem algum problema mais grave, que necessite, eventualmente, de medicações. Se ele(a) constatar que não há, você pode fazer uma psicoterapia, com psiquiatra experiente nesta área ou psicólogo clínico, de modo que a ajude a resolver seus conflitos (entre as diversas opções) e possa diminuir sua ansiedade e os problemas que ela causa.