Ivan Mario Braun
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Algumas pessoas têm medos exagerados de algumas situações na vida como, por exemplo, alturas, locais fechados ou, no seu caso, dirigir.
 
Dirigir realmente apresenta alguns riscos mas, para a maioria das pessoas que dirigem, isto representa uma ameaça com a qual conseguem lidar simplesmente dirigindo de modo cauteloso.
 
Quando ocorrem estes medos exagerados, fala-se em "fobias". No seu caso, é uma fobia de dirigir.
 
Muitas vezes, estas fobias aparecem no contexto de uma depressão ou transtorno de ansiedade generalizada e, nestes casos, o uso de uma medicação (geralmente, um inibidor de recaptação de serotonina) pode ajudar a melhorar o problema.
 
Entretanto, em outros casos, a fobia ocorre sem que haja sintomas de depressão ou outros sintomas de ansiedade ou também pode acontecer que a depressão e a ansiedade sejam tratadas, mas a fobia continue.
 
Nestes casos, usam-se técnicas baseadas na terapia comportamental, geralmente envolvendo exercícios em que a pessoa se acostume (ou reacostume), progressivamente, a dirigir.
 
A terapia para a fobia de dirigir pode ser feita por psiquiatras ou psicólogos experientes neste tipo de tratamento e mesmo algumas escolas de condutores possuem cursos para pessoas que têm um medo exagerado.
 
É importante que não tente controlar sua fobia com tranquilizantes benzodiazepínicos (aqueles que têm embalagem com faixa preta), pois eles não tratam o problema, podem dar problemas de memória e de incoordenação motora além de, em alguns casos, causarem dependência.
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Situações de separação podem fazer sofrer e algumas pessoas são mais sensíveis que outras. Também, algumas separações são mais penosas que outras. Isto é normal, pode passar com o tempo, mas uma psicoterapia pode ser útil, sim, em ajudar você a lidar com a situação.
 
Entretanto, por vezes, situações estressantes como uma separação desencadeiam, em algumas pessoas, quadros de depressão: o pesar, a tristeza e o desânimo são mais profundos e prolongados e a pessoa passa a não conseguir vivenciar os aspectos positivos da vida; por vezes, há alterações de apetite (para mais ou para menos), do sono (para mais ou para menos) e mesmo da capacidade de concentrar-se nas tarefas do dia-a-dia (principalmente naquelas mais intelectuais). Frequentemente ocorre uma grande quantidade de pensamentos tristes.
 
Se for um caso de depressão, geralmente a pessoa deve tomar remédios para aliviar. Estas medicações têm poucos efeitos colaterais e não causam dependência.
 
Somente um psiquiatra pode diferenciar a depressão da simples tristeza e luto e indicar o tratamento correto. Assim, seria interessante procurar um psiquiatra. Se seu caso for somente de psicoterapia, ele saberá orientá-la.
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A venlafaxina é uma boa medicação para transtornos de ansiedade.
 
Por vezes, este tipo de mediações (inibidores seletivos de recaptação de serotonina - ou "ISRS") causam sonhos vívidos e pesadelos, no início do tratamento. Estes efeitos colaterais tendem a passar com o uso, assim não seria de se esperar que piorassem, como é seu caso (a não ser que tenha havido um aumento recente da dose). Seria necessário verificar se existe algum outro problema de sono associado que poderia explicar o porquê de você estar tendo estes sonhos.
 
A venlafaxina não causa dependência, porque substâncias que causam dependência são aquelas que dão "barato" (geralmente sensação de prazer imediato) e a pessoa, ao longo do tempo, frequentemente sente necessidade de aumentar a dose e/ou a frequência de uso. A venlafaxina as pessoas conseguem parar de usar com facilidade, apenas que a dose deve ser diminuída lentamente, para a pessoa não se sentir mal.
 
A venlafaxina, em doses baixas, é um remédio que pode ser considerado "suave", com poucos efeitos colaterais e bom perfil de segurança. Existem várias opções de tratamento diferentes da venlafaxina, com eficiência semelhante, mas não existem medicações mais modernas e que sejam mais eficientes que a venlafaxina. Depende de cada pessoa e seu psiquiatra deve estar capacitado a fazer escolhas entre os diversos tratamentos.
 
Por favor, não faça nenhuma mudança em relação ao remédio sem falar com seu psiquiatra.
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O tabagismo é um dos maiores responsáveis por doenças e mortes, no mundo.
 
Assim, com certeza, todos que param estão aumentando a chance de terem uma boa qualidade de vida.
 
O uso do adesivo, da goma e da pastilha de nicotina sem acompanhamento de especialistas não costuma ter resultados superiores, de modo que, possivelmente, você parou mais por sua própria força de vontade que pela ajuda da nicotina.
 
Infelizmente, na maioria das dependências, tentar controlar não funciona, a longo prazo. Existe uma tendência maior à recaída, naquelas pessoas que tentam fumar "só um pouco".
 
Entretanto, existe uma série de recursos, na comunidade, para tratar fumantes, inclusive grupos gratuitos em postos de saúde. Por vezes, instituições de ensino e pesquisa, como o Hospital das Clínicas da USP ou outras também têm tratamentos. Nos tratamentos se usam as várias formas de reposição de nicotina que citei acima e remédios como a bupropiona, a vareniclina e a citisina (ainda não disponível no Brasil). As medicações possuem poucos efeitos colaterais e aumentam bastante a eficácia do tratamento.
 
Em relação à sua falta de vontade de parar, é normal que muitos usuários de drogas (e nicotina é uma droga) tenham este tipo de ambivalência: têm vários motivos para parar mas, ao mesmo tempo, o cigarro muitas vezes é companhia para momentos de tristeza e alegria, tédio, excesso de sono, alívio de estresse. Tem gente que fuma para conseguir evacuar, de manhã e até pessoas que fumam embaixo do chuveiro. Há aqueles que fumam para conseguir dormir (apesar de a nicotina, a médio prazo, piorar o sono) e os que fumam para combater, momentaneamente, a depressão e a ansiedade (apesar de que, a médio prazo, o cigarro piora a depressão e a ansiedade).
 
Existem técnicas chamadas de "técnicas motivacionais" que ajudam pessoas em dúvidas a decidirem com mais segurança sobre se vão ou não parar.
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O exame neuropsicológico se baseia no fato de que algumas áreas cerebrais se relacionam diretamente ao desempenho da pessoa numa série de áreas cognitivas.
 
O exame neuropsicológico geralmente é feito por psicólogos especializados em neuropsicologia. Procure aqueles que tiveram uma formação teórica e prática longa (pode durar até dois anos), em instituições de ensino confiáveis.