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Ivan Mario Braun

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Meu filho tem 8 anos e possui desinteresse em estudar, ainda troca algumas letras (b por p e outras que possuem o som parecido), mas a grafia diferente. Na hora do dever, arranja mil motivos para sair: vai ao banheiro, come sem parar. O que fazer?
  • Possivelmente, seu filho apresenta dois problemas distintos: um deles seria a dislexia e, o outro, a falta de motivação para estudar.

    A motivação para o estudo não é algo natural do ser humano, assim como não é natural ficar horas sentado numa sala de aulas ou, em casa, fazendo lições. Entretanto, a maioria das crianças consegue dar conta destas tarefas, com níveis de desempenho variados.

    Algumas crianças, entretanto, podem ter um desempenho abaixo da média, por vários motivos:

    Deficiências intelectuais - a pessoa apresenta uma capacidade de aprendizado abaixo da média e precisa, assim, de classes especiais.

    Transtorno de déficit de atenção/hiperatividade(TDAH) - a criança tem grandes dificuldades para permanecer sentada e se concentrar nas aulas; fica agitada, pode ser excessivamente falante; tende a não perceber detalhes; dependendo do grau de agitação, pode ser especialmente propensa a machucar-se. A gravidade e a quantidade de sintomas pode variar, de uma criança para a outra. Geralmente, o TDAH pode ser bem tratado com medicações como o metilfenidato e a terapia comportamental.

    É frequente, também, que os estímulos sejam inadequados. Crianças provenientes de famílias nas quais as pessoas têm mais curiosidade intelectual, têm mais hábitos como leitura, visita a museus e outras atividades intelectuais tendem a ser mais motivadas para estudar. É importante, também, que os pais colaborem nos estudos e, quando as crianças têm dificuldades, participem diretamente, lendo os textos com elas e fazendo perguntas sobre a matéria, após a leitura. Quando houver possibilidades financeiras, a contratação de professores particulares também pode ser útil. A criança com dificuldades de estudo deve ser acompanhada de modo intensivo, até melhorar seu desempenho. Hoje em dia, como muitas vezes os dois pais trabalham, isto pode ficar mais difícil.

    Por sua vez, a própria dislexia pode trazer dificuldades de leitura e escrita que podem acentuar a falta de motivação.

    Quando a criança está desmotivada, frequentemente apresenta comportamentos de esquiva e vai fazer tudo o que é mais fácil e mais agradável, ao invés de estudar. Quanto ao fato de alimentar-se em excesso, nestas situações, trata-se de um comportamento deslocado que aparece em várias situações de ansiedade e, assim, frequentemente melhora ou desaparece, se a origem for tratada que, no caso, é a própria dificuldade de estudo.

    Geralmente, quadros como o de seu filho podem ser tratados através da terapia comportamental. A terapia deve envolver também os pais, o que pode ser difícil, seja pela falta de disponibilidade destes, seja porque muitos pais têm dificuldades de aceitar que estão cometendo algumas falhas na educação dos filhos e que eles próprios precisam mudar seus comportamentos para que possam influenciar beneficamente as crianças.

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    Dr. Ivan Mario Braun
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    Psicoterapia
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NA VERDADE O QUE MINHA FILHA SENTE É COMO SE FOSSEM CÃIBRAS, SÓ QUE NOS BRAÇOS, PERNAS E PESCOÇO. ELA FICA TODA TRAVADA. O QUE SERIA ISSO?
  • Sua pergunta não está clara mas, se for na área psiquiátrica, uma possível explicação seria ela estar apresentando efeitos colaterais de remédios como, por exemplo, o haloperidol.

     

    Entretanto, o mais correto seria você consultar um neurologista, pessoalmente.

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QUERO SABER SE PODE ASSOCIAR HALDOL 10MG, NEOZINE 10MG E DIAZEPAN 10MG. MEU SOBRINHO ESTÁ TOMANDO TUDO ISSO, ESTOU MUITO PREOCUPADA. ELE ESTÁ INTERNADO POR PROBLEMAS LEVES COM MACONHA, MAS MINHA IRMÃ ACHA PERIGOSO ELE SE VICIAR EM OUTRAS.
  • O Haldol* (haloperidol) é uma medicação potente, porém antiga que, hoje em dia é substituída, preferencialmente, por medicações mais modernas, tais como a risperidona, a olanzapina, a clozapina etc., dependendo do caso. Os riscos do haloperidol estão, principalmente, numa reação chamada "discinesia tardia" na qual, ao longo do tempo, a pessoa desenvolve movimentos involuntários e incontroláveis, geralmente na face - mas, eventualmente, em outras partes do corpo.

    O Neozine* (levomepromazina) também faz parte destas medicações mais antigas que, hoje em dia, geralmente são evitadas. A principal diferença entre a levomepromazina e o haloperidol é que a levomepromazina é mais sedativa, "dá" mais sono. Segundo alguns estudos, este subtipo de medicação antipsicótica pode ter probabilidades ainda maiores de levar à discinesia tardia.

    Em princípio, não costuma haver uma justificativa para se combinar estes dois tipos de remédios e, mesmo muitos anos atrás, quando eles eram os únicos disponíveis, se recomendava que apenas um deles fosse usado, quando houvesse necessidade.

    O diazepam é uma medicação tranquilizante, que pode aumentar o efeito de qualquer uma das duas anteriores e a associação dele com as medicações acima seria justificada apenas em raros casos, principalmente a longo prazo.

    As primeiras duas drogas estão indicadas basicamente para o caso de psicoses, ou seja, em pacientes que estão delirando ou tendo alucinações, apesar de que, eventualmente, possam ser indicadas no tratamento de problemas como, por exemplo, tiques "nervosos".

    Nenhuma das três está indicada no tratamento do abuso ou dependência de maconha. Se não houver outro motivo específico para o uso dos três remédios, o tratamento está errado.

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    Dr. Ivan Mario Braun
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Estudo muito. Contudo quando uma prova se aproxima meu corpo começa a ficar dolorido, mais ou menos uns 12 dias antes. Começo a ter insônia e sonho com a prova, na hora da prova fico nervosa, não consigo ler corretamente as questões, às vezes tremo.
  • A ansiedade é um fenômeno normal que nos prepara para enfrentar um perigo ou fugir dele. Entretanto, em alguns casos, ela se torna exagerada e acaba dificultando este processo, ao invés de facilitá-lo.

     

    Para seu cérebro, a prova representa o perigo - equivalente, na natureza, à opção de fugir ou enfrentar o leão. Entretanto, neste caso, ao optar por enfrentar o leão e por este ser, potencialmente, perigoso (o que seria não conseguir vencer a luta - no caso, passar na prova), o nível de ansiedade assume proporções enormes, possivelmente porque algumas pessoas são mais predispostas a ter estas reações exageradas. E estados de ansiedade podem envolver dores (devidas à tensão muscular), sensação de angústia ou medo e dificuldades de concentração.

     

    Em geral, este problema pode ser tratado com excelentes resultados com terapia comportamental ou comportamental-cognitiva.

     

    Existem alguns remédios (principalmente os inibidores de recaptação de serotonina) que podem ser úteis mas, geralmente, a terapia comportamental é suficiente.

     

    Não se deve fazer uso, em geral, de tranquilizantes benzodiazepínicos (aqueles vendidos em embalagens com faixa preta) pois, apesar de acalmarem, dificultam que a pessoa aprenda a lidar com estes problemas e, além disto, podem prejudicar a memória e diminuir mais a sua capacidade de se preparar para as provas.

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    Dr. Ivan Mario Braun
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Sinto que estou com mania de perseguição. As pessoas falam ao meu lado e penso que estão falando de mim, no meu casamento imagino o tempo todo que meu marido me trai, que ele tem outra pessoa e está tramando algo contra mim.
  • Seu conceito de "mania de perseguição" poderia ter algumas origens diferentes:

     

    1. Um verdadeiro delírio de perseguição.

     

    A pessoa, como você descreve, tem a vivência de que os outros falam dela e que, eventualmente, conspiram contra ela. Outro delírio possível é o de estar sendo traída pelo(a) companheiro(a).

     

    Entretanto, neste tipo de delírio a pessoa não costuma apresentar crítica o que, na linguagem técnica significa que a pessoa delira, mas acredita piamente que aquilo é verdade e jamais diria de si mesma que poderia estar delirando.

     

    Uma alternativa seria que, em alguns casos como, por exemplo, quando a pessoa usa alguns tipos de drogas, como a própria maconha, ela pode ter este tipo de vivência, quando está intoxicada e, quando está sóbria, perceber que esteve delirando.

     

    2. Ciúmes patológicos.

     

    Trata-se de pessoas exageradamente ciumentas, em sua relação e para as quais quaisquer atitudes do(a) parceiro(a) são vistas com suspeita e interpretadas como uma possível traição. Entretanto, nestes casos, a pessoa não costuma apresentar outros tipos de alterações como, por exemplo, as que você diz, de achar que outros estão falando de você.

     

    3. Fobia social

     

    Trata-se de um quadro de timidez exagerada em que, por vezes, as pessoas acreditam que outras pessoas olham para elas e percebem seus erros, gafes e comportamentos e que as ficam criticando. Eventualmente, por sentir-se, muitas vezes, inferior, seria possível que a pessoa tivesse uma tendência a achar que o cônjuge fosse traí-la.

     

    Em qualquer destes casos, é muito importante procurar um psiquiatra, pois todos eles podem ser tratados, seja através de terapia comportamental, seja através de remédios.

     

    Além disto, o psiquiatra, eventualmente, solicitará alguns exames pois, em alguns casos diferentes do habitual, como parece ser o seu, a causa pode estar, também, em alguma doença física que esteja afetando seu cérebro.

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