Psiquiatria - Perguntas respondidas
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As crises de pânico se caracterizam por sensação súbita de medo, desespero ou angústia (muitas vezes, a pessoa sente que vai morrer), acompanhados de sintomas como falta de ar, tontura, vista embaçada, tremores, suor, palpitações no peito, sensações desagradáveis na barriga, formigamento, sensação de estar andando sobre nuvens ou outros sintomas físicos.
Quando estas crises aparecem com uma frequência grande, elas são diagnosticadas como transtorno de pânico e, frequentemente, são tratadas com medicações.
As principais medicações para o tratamento do pânico são os inibidores seletivos de recaptação de serotonina, dos quais o escitalopram é um exemplo.
Em casos mais graves, principalmente no início do tratamento, usam-se algumas medicações do grupo dos benzodiazepínicos como, por exemplo, o alprazolam.
A vantagem dos benzodiazepínicos é que eles trazem um alívio rápido das crises, enquanto medicações como o escitalopram podem demorar semanas para agir adequadamente. A desvantagem dos benzodiazepínicos é que podem causar problemas de coordenação motora e memória. Os problemas de memória podem ser tão mais graves quanto maior a dose e maior o tempo de uso. Em pessoas acima dos 60 anos, também, devem ser evitados, sempre que possível, pois podem causar quedas. Os benzodiazepínicos devem ser evitados, sempre que possível e, quando necessários, de modo geral, devem ser usados por apenas algumas semanas. Apenas em casos muito graves de pânico, nos quais toda a outra gama de medicações disponíveis não tenha funcionado é que se justifica o tratamento, a longo prazo, com medicações do tipo alprazolam.
Em relação ao zolpidem, trata-se de uma medicação criada para o tratamento de quadros de insônia e, em princípio, não tem nenhuma indicação no tratamento do pânico, em si. Ele tem efeitos colaterais semelhantes aos benzodiazepínicos, incluindo problemas de memória. Assim, também, sempre que possível, deve ser evitado e se deve tratar a insônia com outras medidas como, por exemplo, a higiene do sono.
O enjoo, a tremedeira nas pernas e a dor de cabeça, se estão ocorrendo dentro das suas crises de pânico, são parte delas, pois as crises de pânico incluem vários sintomas físicos. Neste caso, deve falar com seu psiquiatra para verificar se as doses de medicação que toma estão sendo adequadas, se você já tomou por tempo suficiente para sentir seu efeito ou se elas devem ser substituídas por outras medicações.
Se os sintomas de enjoo, tremedeira e dor de cabeça estiverem ocorrendo fora das crises, podem ter muitas causas, desde uma ansiedade excessiva até causas clínicas que podem requerer a avaliação de um clínico geral.
Em relação à sua dificuldade de parar o alprazolam, é uma situação frequente: um dos aspectos negativos das medicações da família do alprazolam (veja meus comentários acima) é que é difícil de parar de tomá-las, em muitos casos. Este problema tem duas soluções:
1 - primeiramente, é necessário que suas crises de pânico estejam totalmente ou quase totalmente controladas através de um tratamento adequado com outro tipo de medicação como, por exemplo, o próprio escitalopram;
2 - quando você estiver controlado(a) ou quase controlado(a) das crises de pânico, o alprazolam pode ser diminuído bem lentamente, pelo médico; a velocidade de diminuição deve ser a máxima que o(a) paciente suporte com frequente; por vezes, a gente demora meses para conseguir retirar a medicação; o importante é sempre diminuir um pouco e, uma vez que tenha sido feita a diminuição, não retornar à dose anterior - é melhor retirar bem devagarinho e sempre.
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Existem várias condutas possíveis, entre medicamentos, técnicas cognitivo-comportamentais e associações de ambos. Mas, deve consultar-se com um médico com experiência em transtornos do sono e seus tratamentos, porque se deve identificar o motivo que levou ao uso do remédio. O tratamento dependerá, também, da causa de suas dificuldades de dormir.
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Olá!
O alprazolam apenas alivia os sintomas de ansiedade temporariamente, mas não trata a causa dos sintomas.
Para isso, é necessário o tratamento com medicações próprias para esse fim, como os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (fluoxetina, sertralina, paroxetina etc.), ou outros medicamentos que seu psiquiatra julgue serem mais adequados para o seu caso. -
Você precisa procurar um especialista PSIQUIATRA para realizar um tratamento sério e responsável, pois o alprazolam é um paliativo e tem efeito curto, assim a ansiedade estará sempre presente. O ideal é marcar uma consulta com o PSIQUIATRA.
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Na verdade o que é necessário é o paciente apresentar os sintomas característicos dos transtornos e na avaliação constatando os quadros de TEA e TDAH o psiquiatra procederá a concessão do relatório. Isso é feito através de consulta médica.
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Olá, tudo bem? Para a aquisição de um laudo para tais condições é necessário uma consulta detalhada de forma que o médico possa avaliar a presença de tal patologia. É perfeitamente possível realizar a emissão após uma consulta. Estarei feliz em ajudar.
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Olá. Para um diagnóstico preciso de TEA e TDAH, é necessária uma avaliação clínica detalhada, que inclui entrevista com paciente e familiares, histórico do desenvolvimento, observação do comportamento e possíveis testes específicos. Os critérios seguem diretrizes internacionais (DSM-5). Se desejar, posso agendar uma consulta online para uma avaliação completa. Um abraço.
Dr. Pablo Michel Ribeiro XavierPsiquiatriaPsiquiatria da Infância e AdolescênciaBelo Horizonte / MGSolicitar agenda
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O Haldol* (haloperidol) é uma medicação potente, porém antiga que, hoje em dia é substituída, preferencialmente, por medicações mais modernas, tais como a risperidona, a olanzapina, a clozapina etc., dependendo do caso. Os riscos do haloperidol estão, principalmente, numa reação chamada "discinesia tardia" na qual, ao longo do tempo, a pessoa desenvolve movimentos involuntários e incontroláveis, geralmente na face - mas, eventualmente, em outras partes do corpo.
O Neozine* (levomepromazina) também faz parte destas medicações mais antigas que, hoje em dia, geralmente são evitadas. A principal diferença entre a levomepromazina e o haloperidol é que a levomepromazina é mais sedativa, "dá" mais sono. Segundo alguns estudos, este subtipo de medicação antipsicótica pode ter probabilidades ainda maiores de levar à discinesia tardia.
Em princípio, não costuma haver uma justificativa para se combinar estes dois tipos de remédios e, mesmo muitos anos atrás, quando eles eram os únicos disponíveis, se recomendava que apenas um deles fosse usado, quando houvesse necessidade.
O diazepam é uma medicação tranquilizante, que pode aumentar o efeito de qualquer uma das duas anteriores e a associação dele com as medicações acima seria justificada apenas em raros casos, principalmente a longo prazo.
As primeiras duas drogas estão indicadas basicamente para o caso de psicoses, ou seja, em pacientes que estão delirando ou tendo alucinações, apesar de que, eventualmente, possam ser indicadas no tratamento de problemas como, por exemplo, tiques "nervosos".
Nenhuma das três está indicada no tratamento do abuso ou dependência de maconha. Se não houver outro motivo específico para o uso dos três remédios, o tratamento está errado.