Ivan Mario Braun
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Dificuldades de concentração podem ter muitas causas, tais como ansiedade, depressão, fadiga, hábitos errados na leitura. TDAH é apenas uma das causas. Além das dificuldades de concentração, tem também outros sintomas para que o diagnóstico possa ser feito: tendência à superficialidade ao escrever ou descrever, tendência a interromper os outros quando falam (frequentemente com a sensação de já saber o que o outro vai dizer), dificuldade em manter-se em tarefas que exigem continuidade e, portanto, tendência de pular de uma para outra atividade, sem terminá-las, antes; tendência a perder objetos pessoais; dificuldade com pontualidade e cumprir prazos com trabalhos; inquietação motora (tendência a ficar balançando pernas, mexendo dedos, remexer-se na cadeira, quando sentado). Sensação de que a mente é muito acelerada, de que vem muitas ideias ao mesmo tempo. Tendência a ficar "viajando" nos pensamentos. Estes sintomas não precisam estar todos presentes ao mesmo tempo, mas vários deles, simultaneamente, sim. Além disto, os casos provavelmente começam todos na infância, mas há alguns estudos que dizem ser possível começar na fase adulta. Ocorre que fica em dúvida se, nestes casos, apenas ele não foi percebido, na infância. Por isto, ele é incluído entre os transtornos do neurodesenvolvimento, pois estaria relacionado a um desenvolvimento cerebral diferente da média. É importante lembrar que as pessoas com TDAH conseguem concentrar-se em várias situações, contanto que se trate de uma atividade ou assunto nos quais tenham muito interesse. A gravidade de cada sintoma também pode variar, de indivíduo para indivíduo. Finalmente, "last but not least", como qualquer diagnóstico psiquiátrico, só pode ser feito por profissional devidamente habilitado, psicólogo ou, de preferência, psiquiatra (que tem maior experiência em separar este diagnóstico de outros). O diagnóstico é "clínico", isto é, na grande maioria dos casos não há necessidade de testes e, se algum profissional (como às vezes ocorre) parte logo para fazer testes, deve-se desconfiar de sua experiência neste diagnóstico. O tratamento, com medicação e técnicas cognitivo-comportamentais, costuma ser muito bem sucedido, rápido e gratificante.
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Geralmente, é possível, numa consulta cuidadosa, fazer diagnóstico já da primeira vez. Dependendo do caso, da capacidade de auto-observação da pessoa e da complexidade do caso, pode haver necessidade de mais de uma consulta ou mesmo entrevistar pessoas da família ou da intimidade do(da) paciente - logicamente, sempre e apenas com permissão dele(a). Mas, na imensa maioria das vezes, é possível fazer o diagnóstico já na primeira consulta.
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Certamente, é bom você procurar um psiquiatra. Mas, não entendi qual sua dúvida. Geralmente as pessoas põem perguntas sobre doenças e tratamentos psiquiátricos. Mas, se sua demanda é por um psiquiatra em Curitiba e não tem uma indicação, uma ideia é você procurar no Google mesmo e checar currículo: ver a faculdade onde o profissional se formou, se fez residência/especialização, se tem pós-graduação, se tem pesquisas publicadas. Apesar de isto não ser garantia de qualidade, é um caminho razoavelmente seguro. Nem todos os profissionais com currículo bom são competentes e há profissionais sem um currículo formal e que são muito estudiosos, mas é menos provável que alguém com um bom currículo seja pouco estudioso ou atualizado. Caso tenha alguma pergunta específica sobre Psiquiatria, que não seja uma consulta, fique à vontade.
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Existem algumas evidências de que a deficiência de vitamina D possa estar relacionada a alguns casos de depressão, mas nada ainda que sugira que ela deva ser usada como TRATAMENTO da depressão. Assim, o mais seguro é que você mantenha níveis adequados de vitamina D no organismo, mas não exagere, pois isto não tem benefícios comprovados e, como toda vitamina que se acumula no tecido gorduroso do organismo, em casos de consumo excessivo pode ser tóxica. No caso de concentrações excessivas de vitamina D no organismo, ocorre o oposto do que ocorre quando ela falta: há depósito excessivo de cálcio no corpo, o que pode ser muito danoso.
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É sempre importante conversar com seu filho e também com os professores da escola, para descobrir se algo ocorre na escola que possa estar causando este comportamento. Porém, nem todos as crianças conseguem relatar o que ocorre, por vários motivos (medo, por exemplo) e, infelizmente, já vi casos em que ocorriam problemas, na escola e os professores e orientadores negaram. Assim, seria bom levá-lo a um psicólogo ou psiquiatra com experiência em crianças e parentagem (estratégias de educação para os pais) para orientar você.