Ivan Mario Braun
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Pergunta já respondida.
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O transtorno de ansiedade generalizada (TAG) tem como tratamento de primeira escolha, em geral, medicações inibidoras seletivas de recaptação de serotonina (ISRS), tais como o escitalopram. Estas medicações frequentemente diminuem o apetite, no início do tratamento. Este efeito, raramente, permanece, ou pode desaparecer no intervalo de semanas a meses. Quando a ganho de apetite, trata-se de um efeito colateral que não está realmente comprovado por estudos científicos: várias pessoas se queixam deste efeito, porém tem de se levar em conta outros fatores que podem levar ao aumento de peso:
- mudanças nos hábitos alimentares;
- mudanças nos hábitos de exercícios;
- envelhecimento (o consumo energético tende a diminuir com a idade);
- melhora do apetite, em alguns casos de pessoas com depressão ou ansiedade que estavam inapetentes, antes do tratamento OU apetite aumentado, em alguns casos de ansiedade não tratados adequadamente;
 
Frequentemente, com a suspensão da medicação, não se observa diminuição do apetite ou do peso.
 
Medicações sem efeitos colaterais não existem, mas logicamente é possível sempre tentar trocar uma medicação que esteja desagradando a um(a) paciente por outra e, por vezes, mesmo uma medicação da mesma família (ISRS) pode ter efeitos colaterais ligeiramente diferentes.
 
Os ISRS foram originalmente desenvolvidos como antidepressivos e depois se observou que funcionavam bem como medicações para ansiedade. Existem antidepressivos que não aumentam o apetite (e podem mesmo diminuí-lo), como a bupropiona, mas apesar de já ter visto algumas pessoas dizerem que melhoraram da ansiedade com ele, não é aprovada para o tratamento da ansiedade e por vezes o relato é de piora.
 
Outra opção, se você está bem do TAG e o problema é o aumento de peso, é partir para dieta com reeducação do comportamento alimentar (com nutricionista comportamental ou terapeuta comportamental com experiência em comportamento alimentar). A diferença entre este tipo de intervenção e a habitual feita por nutricionistas é que você vai fazer um mapeamento de seu comportamento alimentar para aprender a controlá-lo e NÃO apenas receber uma dieta para seguir "a seco" com aquelas orientações básicas de comer em pratos pequenos, quantidades pequenas, várias vezes ao dia, equilibrar tipos de alimentos etc.
 
Se seu(sua) médico(a) tiver experiência com medicações aprovadas para o controle do apetite, pode eventualmente acrescentar alguma ao escitalopram. É necessário ter experiência, porque algumas medicações e doses podem piorar a ansiedade.
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A Razapina* (mirtazapina) é um antidepressivo, usada no tratamento da depressão, em casos de ansiedade e também em alguns casos de insônia.
 
Trata-se de uma medicação que costuma dar bastante sonolência e, juntamente com o álcool, a sedação aumenta.
 
Atualmente, independente de estar ou não tomando medicações, não se permite que pessoas dirijam após beberem, o que já é uma grande proteção.
 
Poder ou não beber para alguém que toma mirtazapina depende de uma série de fatores:
 
- idade: pessoas mais velhas são mais sensíveis tanto aos efeitos da mirtazapina quanto aos do álcool;
- sexo: mulheres são mais sensíveis aos efeitos do álcool;
- fatores pessoais de metabolismo e sensibilidade aos efeitos de ambas as drogas (álcool também é droga);
- há quanto tempo a pessoa está tomando a mirtazapina (com o tempo, o efeito sedativo tende a diminuir);
- quais as doses de mirtazapina e álcool que vão ser consumidas.
 
De modo geral, no caso de pacientes estabilizados de seus quadros psiquiátricos e que não tenham tido problemas por abuso de álcool, os psiquiatras não costumam proibir o consumo de doses pequenas, esporadicamente, "tipo" um copo de vinho ou cerveja uma vez por semana.
 
Os esclarecimentos acima têm apenas caráter de informações gerais: a melhor pessoa para orientar você é o(a) seu(sua) médico(a) particular, pois é ele(a) que conhece melhor seu quadro clínico e seu organismo.
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A Razapina* (mirtazapina) é um antidepressivo que leva a um aumento do apetite pela sua ação anti-histamínica (a mesma encontrada em medicações antialérgicas). Esta ação é também responsável pela sonolência. Estes efeitos são especialmente úteis em pessoas com insônia e falta de apetite, mas em outras (ou em outra fase do tratamento) podem se tornar desagradáveis.
 
Além do fato de o efeito de aumentar o apetite ser útil em pessoas com depressão e inapetência (anorexia), a mirtazapina também é um antidepressivo que não dá efeitos colaterais sexuais, ao contrário da maioria dos outros, sendo por isto indicada em casos nos quais a pessoa seja sensível aos efeitos sexuais negativos de outras medicações.
 
Finalmente, outra vantagem da mirtazapina é que ela pode ser combinada a outros antidepressivos de modo a aumentar o efeito destes.
 
Assim, trata-se de um excelente antidepressivo. O aumento de peso se deve habitualmente a um aumento do apetite, que leva a pessoa a "engordar" (acumular gordura) e não a retenção de água ("inchaço"). Entretanto, tratando-se de um excelente antidepressivo, vale a pena, ao invés de suspender seu uso, conversar com seu médico sobre a possibilidade de controlar o peso através de dieta e exercícios ou mesmo de alguma medicação que possa contrabalançar este efeito de aumento do apetite.
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O TAG (transtorno de ansiedade generalizada) é caracterizado por sintomas de preocupações excessivas (que a própria pessoa percebe como exageradas) relacionadas a várias áreas de vida de uma pessoa. Apenas como exemplo, uma pessoa que não é rica, mas tem o suficiente para viver relativamente bem e alguma reserva e, mesmo assim, continuamente se senta amedrontada pela possibilidade de passar fome. Ou uma mãe que, todas as vezes que seus filhos saem, mesmo que saiba que estão em segurança, não consegue dormir enquanto não voltam, imaginando tudo o que de ruim possa ter acontecido.
Juntamente, pessoas com TAG apresentam sintomas físicos tais como tremores, sudorese excessiva, tonturas, palpitações, tensão muscular.
Já o transtorno de déficit de atenção-hiperatividade (TDAH) se caracteriza por sintomas com início na infância (mas que podem persistir ou reaparecer na vida adulta), com inquietação física (crianças que "não conseguem ficar paradas" ou adultos que sentem vontade de se ficar remexendo, quando precisam permanecer no mesmo lugar), acompanhados de dificuldades de concentração (quando não se trata de alguma situação ou assunto muito estimulante), frequentes perdas de prazos e horários de compromissos, frequente perda de objetos pessoais; tendência a pular de uma atividade para a outra, sem terminar a primeira; tendência a interromper os outros, quando falam; tendência a ler somente partes de um texto ou de escrever com pouca precisão. As pessoas frequentemente relatam que acham que já entenderam tudo, mesmo antes da outra ter terminado de falar ou de terem lido um texto até o final.
Estes são apenas os resumos dos principais sintomas, não sua totalidade. Por outro lado, uma pessoa não precisa ter todos os sintomas ao mesmo tempo, para receber os diagnósticos.
Finalmente, o fato de ter um quadro de TAG não exclui que a pessoa possa ter TDAH.
O profissional mais indicado para fazer o diagnóstico é o psiquiatra.