Ivan Mario Braun
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A insônia se caracteriza não, necessariamente, pelo tempo dormido, porém por uma insatisfação com o sono: a pessoa com insônia, no dia seguinte, se sente fatigada e, por vezes, sonolenta.
Existem vários tipos de insônia: as pessoas podem ter dificuldades para adormecer, podem acordar várias vezes durante a noite (acordar uma vez é considerado normal) ou acordar muito mais cedo do que na época em que não tinham insônia.
Há muitas causas de insônia, sendo uma delas a depressão.
Normalmente, não devem ser usadas medicações benzodiazepínicas ("faixa preta") para dormir, pois causam incoordenação motora e quedas, problemas de memória e aprendizado. Em alguns casos, nas horas após o uso dos benzodiazepínicos, a pessoa comete atos dos quais não se lembra, mais tarde. Estes atos podem ser simples "assaltos à geladeira" até transações comerciais e mesmo crimes. Quando usadas, as medicações para insônia não devem ser ingeridas por mais que duas semanas, continuamente.
É importante lembrar que as assim chamadas "drogas Z" (zolpidem e zopiclone, no Brasil) também tem efeitos semelhantes aos benzodiazepínicos e, apesar de alguns médicos as prescreverem achando que são inofensivas, isto não é verdade.
Quando uma pessoa tem depressão, esta deve ser tratada e, muitas vezes, o sono melhora com o tratamento, se este for bem sucedido. Por vezes, podem ser usadas medicações antidepressivas sedativas, que ajudam a dormir. Entretanto, como ocorre com frequência quando se usam medicações para dormir, a médio e longo prazo, este efeito de sedação vai diminuindo e, se a causa da insônia não for tratada, ela voltará.
Se não houver nenhuma causa determinada (após consultas e exames médicos, logicamente), a insônia pode ser tratada com técnicas de higiene do sono:
MEDIDAS DE HIGIENE DO SONO
1. Ir para a cama apenas quando estiver muito sonolento, sem conseguir manter-se acordado. Não basta estar cansado. Enquanto isto, ficar assistindo à TV, lendo um livro, folheando uma revista ou escutando música. Sempre atividades tranquilas, que relaxem. Filmes de suspense, músicas muito agitadas, atividades como lavar louças ou varrer a casa podem deixar a pessoa ainda mais acordada.
2. Se acordar no meio da noite e não adormecer em 15 a 20 minutos, fazer como em (1).
3. Exercícios físicos aeróbicos várias vezes por semana.
4. Tomar um lanche leve antes de ir dormir.
5. Não fumar, não beber café na parte da tarde.
6. Jamais tentar "forçar" o sono: quanto mais a pessoa tenta, mais acordada fica.
7. Para algumas pessoas, ajuda tomar um banho morno antes de dormir.
8. Acordar cedo, mesmo nos feriados e fins-de-semana.
9. Não dormir a mais, mesmo se tiver dormido mal, à noite.
10. Não tirar cochilos durante o dia.
A depressão, de modo geral, não deve ser tratada sem medicamentos. Os tratamentos medicamentosos são, em geral, bem sucedidos, levando a um controle total ou, pelo menos, a uma melhora importante. Além disto, não causam dependência (precisam ser tomados a longo prazo não devido a uma dependência, porém ao fato de que a depressão, geralmente, não pode ser curada, mas apenas controlada - assim como a maioria das doenças, tais como diabetes ou pressão alta). Os prejuízos causados pelos antidepressivos, a curto prazo, quando ocorrem, geralmente não são graves, mesmo que incômodos. A longo prazo, ainda é discutível se causam algum prejuízo e, certamente, seus benefícios são maiores que seus riscos.
Em alguns casos mais leves, a terapia cognitivo-comportamental pode dispensar o tratamento medicamentoso. Ela também pode ser associada ao tratamento medicamentoso.
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Existem três tipos de apneias do sono:
 
1 - central, quando há problemas com os centros respiratórios e a pessoa, quando dorme, não responde aos estímulos (como diminuição do oxigênio ou aumento do gás carbônico, no sangue) que, normalmente, ativam estes centros. Este tipo de problema deve ser tratado, preferencialmente, por especialistas em sono que, geralmente, são neurologistas.
 
2 - obstrutiva, quando existe algum tipo de impedimento à circulação do ar, nas vias respiratórias (podem ser quadros desde uma simples rinite crônica, desvios de septo nasal ou mesmo o aumento da camada de gordura nos tecidos das vias respiratórias ou o afrouxamento destes tecidos, com a idade); a apneia obstrutiva é campo principalmente dos otorrinolaringologistas.
 
3 - apneias mistas, que envolvem as duas causas acima e, portanto, pode haver necessidade de tratamentos com vários componentes.
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Dificuldades nos estudos podem ter muitas causas:
1) déficit de atenção - algumas pessoas não chegam a ter todos os sintomas do "transtorno de déficit de atenção", mas têm alguns sinais como, por exemplo, dificuldades de se manter focadas nas aulas;
2) depressão, ansiedade e outros transtornos psiquiátricos que, infelizmente, podem ocorrer mesmo "nas melhores famílias", podem prejudicar o desempenho;
3) mesmo entre pessoas que conseguiram entrar em faculdades, algumas podem ter um nível intelectual abaixo daquele dos colegas, o que pode prejudicar o ritmo de evolução, não conseguindo acompanhar a matéria na mesma velocidade que os outros;
4) hábitos errados de sono e alimentação, assim como falta de períodos de descanso e lazer podem interferir nos estudos;
5) tempo excessivo gasto em outras atividades, tais como internet;
6) dificuldades específicas de aprendizado, como a dislexia;
7) ou, "simplesmente", técnicas erradas de estudo e memorização.
Uma parte das pessoas é mais "fechada" do que a média e isto não chega a ser uma anormalidade; esta característica pode ser melhorada através da psicoterapia ou, eventualmente, mesmo através de outras atividades como cursos de artes dramáticas e oratória.
Em casos mais graves, o grau de timidez é excessivo e a pessoa não consegue iniciar relações novas, apresentar seminários ou mesmo ter de fazer algo "na frente" dos outros. Estes casos são denominados de "fobia social" e podem melhorar com o uso de alguns medicamentos e de terapia comportamental ou comportamental-cognitiva.
Pessoas podem se achar inferiores a outras também por uma série de motivos:
1 - padrões de educação envolvendo muitas críticas e poucos elogios;
2 - experiências negativas de convivência no grupo de colegas (como, por exemplo, "bullying");
3 - consequência do próprio quadro de fobia social;
4 - consequência de quadros de depressão.
O tratamento depende da causa, podendo ser feito com uso de remédios ou, em muitos casos, só de psicoterapia.
Uma avaliação inicial por um psiquiatra é importante, para se descartar problemas mais sérios. Em seguida, os profissionais mais úteis são os psicólogos, os psicopedagogos e, eventualmente, o próprio psiquiatra.
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Em primeiro lugar, o psiquiatra é um médico: por sinal, a origem grega da palavra vem de "psyche" (alma) e "iatrós" (médico). O psiquiatra faz a faculdade de medicina, durante 6 anos e, depois, fica mais 3 anos se especializando. Assim, com certeza, você pode dirigir-se a um psiquiatra sem indicação de outro profissional. Na verdade, se o psiquiatra achar que você tem algum problema que não é da especialidade dele, saberá encaminhar você a um outro especialista.
Os remédios psiquiátricos, quando bem utilizados, não deixam a pessoa "dopada" e, entre riscos e benefícios, seus benefícios costumam ser grandes, melhorando a qualidade de vida e, inclusive, prevenindo doenças, protegendo o cérebro e, em alguns casos, prevenindo até a morte (por exemplo, por suicídio, em alguns casos graves de depressão ou psicoses).
Tratamentos não medicamentosos podem ser feitos tanto pelo próprio psiquiatra (porém, preferencialmente, devem ser feitos quando ele(a) tiver alguma formação em psicoterapia. O psiquiatra, também, poderá indicar um psicólogo (este, sim, não é médico; faz uma faculdade muito importante, também, de Psicologia). O psicólogo não pode prescrever medicações mas, frequentemente, é mais experiente nos procedimentos de psicoterapia. Entretanto, consultar um psiquiatra é importante, pois ele poderá dizer se o quadro é suficientemente grave para requerer remédios ou se a psicoterapia é o melhor caminho. Não tente decidir isto por conta própria.
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Se sua filha está tomando remédios para dormir e não os estiver comprando no mercado negro, possivelmente há também um médico tratando dela.
Se você diz que ela não toma remédio "para surto", supostamente ela deve estar em tratamento com psiquiatra, pois são os psiquiatras que costumam passar remédios para surtos psicóticos. (É importante lembrar que são considerados "surtos" apenas aqueles episódios comportamentais que envolvem comportamentos ou crenças incompatíveis com a realidade ou, pelo menos, inferidos de forma sem lógica; por vezes, os comportamentos e pensamentos podem ser bizarros).
Quanto a gritar com você, pode ser simplesmente uma agressividade decorrente de desentendimentos entre vocês ou pode ser consequência de irritabilidade devida a um quadro psicótico ou mesmo depressão ou ansiedade excessiva. O mesmo pode ser dito em relação ao comportamento dela com a sobrinha e sua neta.
Seria importante você procurar um psiquiatra para que possa orientar você sobre como obter que sua filha faça um tratamento adequado.