Ivan Mario Braun
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Primeiramente, você deve descobrir quais são os serviços que têm este tratamento em sua região. O SUS é regionalizado e é mais fácil conseguir vaga se houver serviços próximos. Geralmente, as assistentes sociais de ambulatórios (UBS, AMA) possuem acesso a listas de serviços que ofereçam determinados tratamentos e, com certeza, mesmo que não tenham, saberão ajudá-la a encontrá-los.
 
Uma vez sabendo onde há serviço, informe-se sobre os procedimentos do serviço para que seja feita a eletroconvulsoterapia (ECT). Provavelmente você terá de passar com psiquiatra do serviço, para que este(a) possa decidir se, em sua opinião, há indicação para ECT. Se houver indicação, a pessoa que vai ser submetida a ECT precisa fazer uma série de exames, também necessários para a liberação.
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As medicações "tarja preta" são do grupo dos benzodiazepínicos, cuja indicação é no controle da ansiedade e da insônia. Seu uso por mais que duas semanas (insônia) a quatro semanas (ansiedade) é desaconselhado, por risco de efeitos colaterais sérios sobre coordenação motora e memória. Seu uso na gravidez é contraindicado, por possibilidade de malformações no embrião e depressão comportamental no feto e no recém-nascido.
Há medicações mais seguras, na gravidez mas, sobretudo, se sua filha está apresentando problemas comportamentais, deve ser avaliada por psiquiatra. E também você pode procurar orientação psicológica sobre como lidar com ela. Um(a) profissional saberá ajudar você a enfrentar melhor a agressividade dela.
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O transtorno depressivo maior psicótico (se for o caso de seu filho) é um problema grave e necessita sempre de tratamento medicamentoso. Ele caracteriza-se pela presença de graves sintomas depressivos e uma perda do vínculo com a realidade, caracterizado por alucinações, delírios ou comportamento grosseiramente desorganizado.
Entretanto, do ponto de vista ético e legal, um paciente que não esteja gravemente comprometido em relação à sua capacidade de tomar decisões, não pode ser obrigado a tomar remédios, mesmo que isto signifique riscos em médio prazo. A família, entretanto, pode insistir na necessidade da medicação e sugiro procurar orientação com psicólogo ou psiquiatra sobre como seria possível convencer seu filho a tomar as medicações.
Se houver um grande comprometimento da capacidade de tomar decisões, que apenas um psiquiatra consegue avaliar, há possibilidade de a pessoa ser submetida a tratamento involuntário, geralmente em regime de internação, pelo tempo necessário para recuperar sua capacidade decisória.
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A ansiedade, até certo nível e duração e, dependendo das circunstâncias, é um fenômeno normal.
Mas, se você tem um diagnóstico de transtorno de ansiedade correto, sua ansiedade deve estar superando níveis normais e duração proporcional e/ou aparecendo em circunstâncias que não a justifiquem. Nestes casos, como em outros transtornos psiquiátricos e doenças clínicas como a asma ou a artrite reumatoide, consideramos que há uma "cronicidade", ou seja, são problemas que tendem a permanecer pela vida inteira, na maioria dos casos. Há períodos de melhora e piora espontâneos mas, muitas vezes, para a pessoa se manter livre do problema, deve tomar medicações continuamente.
Em relação a alguns transtornos ansiosos, tratamentos não medicamentosos, principalmente a terapia cognitivo-comportamental, se têm mostrado úteis, mas mesmo esta terapia frequentemente tem efeitos melhores quando feita paralelamente ao uso de medicações.
O Donaren* (trazodona) é considerado uma medicação bem tolerada e própria para uso prolongado, mas há dois estudos que sugerem que pode trazer algum comprometimento cognitivo.
A melatonina ajuda a regular o sono, apesar de os estudos sugerirem que este efeito ocorre mais em alguns tipos específicos de problemas, como o "jet lag" e outras alterações do ciclo de sono-vigília e é mais demonstrado em pessoas idosas. Não tem, por enquanto, nenhum efeito colateral descrito.
O Quetrós* (quetiapina) é uma medicação indicada como antipsicótico e estabilizador do humor e seu uso para insônia, apesar de ser comum, é algo controvertido, em função da possibilidade de efeitos colaterais em longo prazo, tais como aumento de peso, síndrome metabólica e discinesia tardia. Entretanto, nesta dose pequena que você toma, possivelmente os riscos são menores.
Nenhuma destas medicações vicia, mas qualquer mudança de doses ou troca de medicações deve necessariamente ser discutida com seu médico.
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Seu filho precisa passar numa avaliação com um psiquiatra com experiência com crianças.
 
Um quadro de inquietação pode ter muitas origens distintas: transtorno de déficit de atenção-hiperatividade, transtorno opositivo-desafiador, transtorno do espectro autista ou mesmo causas psicológicas.