Ivan Mario Braun
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A insônia se caracteriza, principalmente, por um sono de duração menor que o normal para a pessoa e que leva, no dia seguinte, à sensação de fadiga ou sonolência.
É normal que as pessoas tenham episódios isolados de insônia e isto não requer tratamento. Porém, quando ela ocorre numa frequência e intensidade que interfiram na qualidade de vida, deve-se procurar um(a) psiquiatra ou um(a) especialista em sono.
A insônia pode aparecer isoladamente, sem uma causa aparente. Ela pode, também, ocorrer no contexto de quadros de ansiedade, depressão, uso de drogas (incluindo álcool e cigarros) ou transtornos psicóticos. Praticamente, todos os problemas psiquiátricos podem envolver insônia como um dos sintomas. Além disto, a insônia pode ter causas clínicas, tais como problemas hormonais (desequilíbrio nos hormônios da tireoide ou dos hormônios sexuais femininos, como exemplo), alterações cerebrais ou mesmo problemas respiratórios que façam a pessoa acordar várias vezes por noite.
Assim, o ideal seria consultar um especialista em sono que seja clínico, para detectar causas "físicas" e também um(a) psiquiatra, no sentido de procurar causas emocionais. Frequentemente os clínicos, incluindo neurologistas, têm pouca prática para detectar problemas psiquiátricos. Da mesma forma, psiquiatras nem sempre investigam suficientemente as causas físicas.
A ansiedade, apesar de poder ter causas físicas, geralmente é devida a uma combinação de fatores estressantes, na vida da pessoa e uma tendência de seu cérebro de desenvolver alterações quimio-fisiológicas próprias da ansiedade. Assim, o tratamento da ansiedade frequentemente envolve o uso de medicamentos e uma psicoterapia, com o objetivo de ajudar a pessoa a lidar melhor com problemas que estejam presentes em sua vida.
Por outro lado, certo nível de ansiedade, com uma frequência não muito grande, é normal. Além disto, ela pode aparecer em situações específicas, como antes de exames na escola, no início de envolvimentos amorosos ou situações de conflito. Novamente, dependendo do caso, pode não requerer tratamento.
A aflição e a sensação de angústia e inquietação, geralmente, fazem parte do próprio quadro de ansiedade.
Alucinações são, geralmente, percepções visuais, auditivas ou olfativas de objetos ou pessoas que não estão realmente presentes, no ambiente. As alucinações podem aparecer no contexto de vários transtornos, como epilepsias, outras alterações cerebrais ou quadros psicóticos. Elas podem ser, também, um fenômeno normal, quando ocorrem logo antes de a pessoa adormecer ou enquanto ela está despertando do sono.
Pela sua descrição, fica bastante claro que você está sofrendo e, num primeiro momento, se precisar optar por uma especialidade, procure um(a) psiquiatra.
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Tanto a paroxetina quanto a sertralina fazem parte do mesmo grupo de medicações, os "inibidores seletivos de recaptação de serotonina" e têm os mesmos usos, principalmente no tratamento de depressão e ansiedade.
 
Entretanto, não é bom substituir um medicação por outra, se a original estiver tendo um bom efeito: apesar de haver semelhanças, é possível que o resultado final seja diferente. Isto pode ocorrer seja por pequenas desigualdades na ação das duas medicações, quanto pelos efeitos colaterais: algumas pessoas podem tolerar mais a paroxetina; outras, a sertralina.
A paroxetina geralmente não é fornecida no serviço público. Assim, se estiver em falta em farmácias nas quais você vai, é possível que a encontre em outras.
A sertralina, por sua vez, é fornecida nos serviços públicos, pelo menos aqui, em São Paulo, mas também pode faltar e, aí, você pode querer novamente trocar de medicação.
Você pode ligar para o SAC de indústrias que fabricam paroxetina e se informar sobre quais as farmácias que estão vendendo.
Se, por acaso, você estiver obtendo a paroxetina em seviço público, tiver acabado e não houver previsão de retorno do fornecimento, você pode entrar com um mandado de segurança contra o governo, através de um advogado, para obter a medicação ou para que eles custeiem seu tratamento.
Finalmente, se a única solução for substituir pela sertralina, esta substituição deve ser gradual, porque a paroxetina é uma medicação que, se for tirada abruptamente, leva a uma reação de abstinência muito desagradável. E, logicamente, esta troca deve ser feita sob supervisão psiquiátrica.
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A ansiedade é caracterizada por uma sensação de angústia ou inquietação e se acompanha, geralmente, de um excesso de preocupações com vários aspectos da vida das pessoas. Por exemplo, uma pessoa que não é rica, mas tem o suficiente para viver; apesar disto, o tempo inteiro fica com medo de empobrecer demais. Outro exemplo é de uma pessoa que não consegue parar de pensar no perigo que seus filhos passam, quando estão fora de casa e não dorme a noite inteira por causa destes pensamentos. (Trata-se apenas de exemplos; no seu caso, as preocupações podem ser diferentes.)
Além disto, pessoas ansiosas apresentam uma variedade de sintomas físicos, durante as crises, tais como suor excessivo, tremores, tontura, dores e desconforto na região abdominal, dificuldades de concentração, diarreia, vontade de urinar.
A ansiedade pode ser tratada com medicações e psicoterapia. Em alguns casos está mais indicada a primeira e, noutros, a segunda. Frequentemente se usam os dois tipos de tratamentos, simultaneamente: as medicações, para corrigir as alterações químicas, no cérebro e a psicoterapia, para ajudar a pessoa a lidar com os estresses de sua vida.
Medicações benzodiazepínicas (aquelas de faixa preta, na caixa) podem causar dependência, em algumas pessoas. Mas, a maioria dos outros remédios usados em ansiedade (inibidores de recaptação de serotonina, buspirona etc.) não levam à dependência.
Há vários exemplos de vegetais que são tóxicos. Assim, muitas vezes é mais seguro tomar uma medicação produzida em laboratório, cujas propriedades são bem conhecidas, do que utilizar derivados de plantas. Em relação a estas, ainda se sabe pouco. Algumas que tem sido estudadas para ansiedade são o kava-kava e a valeriana. É errado acreditar que medicações "naturais", geralmente substâncias de origem vegetal, não tem nenhum perigo.
Com certeza, você deve procurar um(a) psiquiatra para ajudar no diagnóstico e no tratamento. Pode ser, inclusive, que seu grau de ansiedade não necessite de medicações. Mas, somente o(a) psiquiatra pode lhe dar esta resposta.
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Agressividade em crianças pode ter muitas causas: podem ser sinais de transtornos de conduta mais graves, em crianças que se comportam sem conseguir ter respeito pelo sofrimento dos outros; também é mais frequente em crianças com transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH). Crianças deprimidas podem ser mais irritáveis e agressivas, também.
Além destes fatores, existem outros, que são ambientais: fazer parte do grupo dos "meninos maus", o grupinho dominante que comete bullying com os mais fracos; ser vítima de violência por parte de outras crianças ou professores; ser vítima de violência em casa.
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Comportamentos como o de seu filho podem ter várias origens:
1 - transtornos de personalidade: são problemas que ficam evidentes no final da adolescência e que, basicamente, consistem de comportamentos que levam a sofrimentos graves para as próprias pessoas e/ou para os outros que a cercam. Há vários tipos de transtornos de personalidade, envolvendo comportamentos como, por exemplo, maltratar fisicamente pessoas ou animais, mentir, furtar, ter uma instabilidade emocional excessiva que se manifesta também nas áreas escolar e profissional; há aqueles que são demasiadamente impulsivos e têm tendência a cometer atos agressivos ou perigosos, sem pensar; há os que são excessivamente dependentes, emocionalmente. Este tipo de alterações é de difícil tratamento. O psiquiatra geralmente indica uma psicoterapia (que, em alguns casos, pode envolver a família) e, para certos pacientes, algumas medicações podem ser úteis.
2- transtornos psiquiátricos outros tais como depressões, ansiedade excessiva e mesmo surtos psicóticos que estejam se iniciando podem levar a comportamentos agressivos e, quando são tratados, melhoram muito a agressividade. Nestes casos, os remédios podem ser especialmente úteis.
3 - o uso de algumas drogas, especialmente bebidas alcoólicas, cocaína, crack e anfetaminas podem deixar as pessoas mais agressivas.
4 - Apesar de dificilmente ser a única causa envolvida, problemas de relacionamento, nos quais os pais têm dificuldades de impor limites aos filhos ou quando a agressividade ocorre com frequência, na família, podem também levar aos comportamentos descritos por você.
O fato de ter melhorado e voltado pode ter várias origens, assim como os próprios sintomas.
Certamente, há necessidade de uma investigação psiquiátrica, pois você refere comportamentos potencialmente perigosos, como ameaças de morte, que podem ou não ser cumpridas.