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Ivan Mario Braun

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Quais as consequências do alcoolismo?
  • As primeiras consequências do alcoolismo são comportamentais: as pessoas que abusam do álcool, num primeiro momento, frequentemente continuam trabalhando e exercendo a maioria de suas funções, porém têm comportamentos inadequados, numa série de circunstâncias. Assim, quando bebem, em festas, falam demais, brincam demais ou, ao contrário, vão a um canto e se isolam ou, quando a festa é em casa, talvez saiam do convívio dos outros e vão dormir. Algumas pessoas ficam agressivas. Pode ocorrer que indivíduos que abusem de álcool comecem a chegar atrasados em seu trabalho porque estão de "ressaca" por terem bebido, de noite ou porque dormiram demais de manhã e perderam o horário. Podem dirigir após beber, com todos os riscos que isto implica. Mesmo o frequente hálito etílico pode incomodar quem convive com a pessoa que abusa de bebidas. Pode também haver blecautes ou apagamentos, nos quais a pessoa esquece o que fez quando esteve embriagado.

    Num segundo momento, os prejuízos comportamentais podem acentuar-se e, por problemas cognitivos (por exemplo, dificuldades de memória e raciocínio), haver dificuldades no trabalho ou no estudo. O prejuízo cognitivo pode ser muito acentuado, após anos de consumo, chegando a um ponto no qual a pessoa não mais consegue gravar fatos recentes, chamado de síndrome de Wernicke-Korsakof ou mesmo à demência alcoólica. Na parte física, o álcool pode levar também a quadros inflamatórios do figado (hepatites) que, após anos podem levar à cirrose, um quadro gravíssimo. O álcool também pode, em longo prazo, afetar o coração, causar úlceras pépticas e câncer em várias partes do trato gastrintestinal. Doenças devidas a faltas de vitaminas e anemia também podem ocorrer. Entretanto, estas doenças são de estabelecimento em geral mais lento e não se deve esperar que ocorram para que se procure tratamento para o alcoolismo.

    O tratamento para alcoolismo geralmente deve ser multidisciplinar, envolvendo psiquiatras especializados e, por vezes, psicólogos, assistentes sociais e mesmo terapeutas ocupacionais. Médicos clínicos também devem ser periodicamente consultados.

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    Dr. Ivan Mario Braun
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Tenho 3 filhas, a mais velha tem 14 anos. Ultimamente ela vem se comportando de uma maneira estranha, só fala em morrer e não vai à escola de jeito nenhum. Ela sempre foi retraída e meio tímida, mas agora ela não quer sair e nem ver pessoas.Está pior
  • Bom, você fez um relato e não uma pergunta. Mas, imagino que esteja querendo saber o que pode estar acontecendo com sua filha mais velha.

     

    Primeiramente, é importante deixar claro que é impossível (e proibido) fazer um diagnóstico sem avaliar a paciente pessoalmente.

     

    Apesar de as pessoas serem diferentes umas das outras e de isto não ser necessariamente um problema, crianças que sejam excessivamente retraídas e tímidas devem ser observadas e eventualmente levadas a um especialista (psicólogo, psicopedagogo ou psiquiatra com experiência em crianças), pois alguns transtornos já ocorrem nesta fase da vida ou se iniciam nela. Assim, depressão, alguns transtornos ansiosos e alguns transtornos de personalidade podem se iniciar já na infância e se agravar, se não forem devidamente tratados.

     

    Falar em morrer e não querer ir à escola pode ser uma forma de se esquivar dos deveres, mas não se deve partir deste pressuposto, porque seria perigoso. Há crianças e adolescentes, também, que se isolam em função de se relacionarem mais através de redes sociais, o que por si só também não é muito saudável. Entretanto, somando todos estes comportamentos, é muito importante que procure um psiquiatra com experiência com crianças e adolescentes, pois há grande possibilidade de sua filha estar apresentando um transtorno psiquiátrico. O mais comum, com este tipo de sintomas, é a depressão, mas outros transtornos também podem se iniciar com isolamento e sintomas depressivos. Leve-a o mais rápido a um profissional, porque se o problema for grave, estará prevenindo consequências sérias e, se não for, sentirá alívio por ser confortada.

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    Dr. Ivan Mario Braun
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Pacientes com esquizofrenia paranoide, mas em remissão há mais de quatro anos, podem renovar a CNH sem problemas? Ou existe uma proibição para esta renovação?
  • Esta é uma pergunta que poderia ser direcionada a um psiquiatra forense, que é um profissional que tem conhecimentos maiores nas áreas que interligam a legislação e a psiquiatria.

     

    A remissão de um quadro de esquizofrenia, entretanto, pode ser mais ou menos completo, de modo que, do ponto de vista psiquiátrico, a segurança para o paciente e a sociedade vai depender do quão completa é esta remissão. Entretanto, se não houver ideias persecutórias e alucinações, se a capacidade de comunicação for suficiente para lidar com as principais situações no trânsito e se houver segurança de que a pessoa está em uso contínuo das medicações, em princípio não há porque uma pessoa com esquizofrenia não possa dirigir.

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    Dr. Ivan Mario Braun
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Eu não tenho qualidade de sono. Não consigo me manter dormindo. Acredito que em uma noite inteira eu não passe, somando tudo, de três horas dormindo. Como faço pra resolver este problema?
  • A insônia é um problema que ocorre em cerca de 10 por cento das pessoas e compromete muito a saúde e a qualidade de vida. Há muitas causas possíveis para a insônia, que vão desde problemas respiratórios como distúrbios dos centros respiratórios do encéfalo e obstruções das vias aéreas (o sono se superficializa para que a pessoa respire melhor), passando por transtornos psiquiátricos, até hábitos de sono errados.

     

    O tratamento da insônia vai depender de sua causa:

     

    - no caso de problemas respiratórios, os tratamentos vão desde medidas paliativas como medicações para diminuir a obstrução das vias respiratórias, passando por cirurgias e aparelhos que mantêm uma pressão positiva do ar e, com isto, mantêm a oxigenação correta do sangue e evitam que o sono se superficialize;

     

    - transtornos psiquiátricos como depressão, transtorno bipolar e transtornos de ansiedade, que são os que mais frequentemente interferem no sono, geralmente são tratados com medicações e psicoterapias;

     

    - medicações devem ser usadas com cuidado, pelo menor tempo possível e sempre sob supervisão médica.

     

    Em relação aos hábitos de sono, a pessoa deve ter um local silencioso, de temperatura agradável para dormir e sem iluminação excessiva. A cama deve ser suficientemente confortável.

     

    As seguintes medidas, se seguidas corretamente, durante pelo menos algumas semanas, são úteis:

     

    MEDIDAS DE HIGIENE DO SONO

     

    1. Ir para a cama apenas quando estiver muito sonolento, sem conseguir manter-se acordado. Não basta estar cansado. Enquanto isto, ficar assistindo à TV, lendo um livro, folheando uma revista ou escutando música. Sempre atividades tranquilas, que relaxem. Filmes de suspense, músicas muito agitadas, atividades como lavar louças ou varrer a casa podem deixar a pessoa ainda mais acordada.

     

    2. Se acordar no meio da noite e não adormecer em 15 a 20 minutos, fazer como em (1).

     

    3. Exercícios físicos aeróbicos várias vezes por semana.

     

    4. Tomar um lanche leve antes de ir dormir.

     

    5. Não fumar, não beber café na parte da tarde.

     

    6. Jamais tentar "forçar" o sono: quanto mais a pessoa tenta, mais acordada fica.

     

    7. Para algumas pessoas, ajuda tomar um banho morno antes de dormir.

     

    8. Acordar cedo, mesmo nos feriados e fins-de-semana.

     

    9. Não dormir a mais, mesmo se tiver dormido mal, à noite.

     

    10. Não tirar cochilos durante o dia.

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    Dr. Ivan Mario Braun
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Minha tia tem 93 anos e vive chorando sem saber o motivo, isso é depressão?
  • O choro pode ter as mais variadas causas. A depressão se caracteriza por uma tristeza ou desânimo profundos, perda da capacidade de sentir prazer e da motivação, associado a problemas como insônia ou excesso de sono, perda ou excesso de apetite, lentidão dos movimentos ou agitação ou inquietação, dificuldades de pensar ou concentrar-se, pensamentos tristes e pessimistas que podem chegar a ideias de querer morrer ou mesmo de matar-se, sentimentos de culpa excessivos. Nem sempre as pessoas com depressão comunicam o que sentem, apesar de que a maioria, quando perguntada a respeito, admite sentir e pensar desta forma. Porém, muitas vezes se percebe as alterações justamente porque a pessoa apresenta-se excessivamente chorosa ou irritada.

     

    Entretanto, o choro sem motivo pode ocorrer no contexto de algumas lesões cerebrais, também. Outra situação possível é quando a pessoa não se sente à vontade de contar o motivo pelo qual está chorando.

     

    É importante que consulte um psiquiatra com prática com pacientes idosos.

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