Ivan Mario Braun
1272 | Respostas |
54 | Especialistas concordam |
1902 | Agradecimentos |
-
A ansiedade é caracterizada por uma sensação de angústia ou inquietação e se acompanha, geralmente, de um excesso de preocupações com vários aspectos da vida das pessoas. Por exemplo, uma pessoa que não é rica, mas tem o suficiente para viver; apesar disto, o tempo inteiro fica com medo de empobrecer demais. Outro exemplo é de uma pessoa que não consegue parar de pensar no perigo que seus filhos passam, quando estão fora de casa e não dorme a noite inteira por causa destes pensamentos. (Trata-se apenas de exemplos; no seu caso, as preocupações podem ser diferentes.)
Além disto, pessoas ansiosas apresentam uma variedade de sintomas físicos, durante as crises, tais como suor excessivo, tremores, tontura, dores e desconforto na região abdominal, dificuldades de concentração, diarreia, vontade de urinar.
A ansiedade pode ser tratada com medicações e psicoterapia. Em alguns casos está mais indicada a primeira e, noutros, a segunda. Frequentemente se usam os dois tipos de tratamentos, simultaneamente: as medicações, para corrigir as alterações químicas, no cérebro e a psicoterapia, para ajudar a pessoa a lidar com os estresses de sua vida.
Medicações benzodiazepínicas (aquelas de faixa preta, na caixa) podem causar dependência, em algumas pessoas. Mas, a maioria dos outros remédios usados em ansiedade (inibidores de recaptação de serotonina, buspirona etc.) não levam à dependência.
Há vários exemplos de vegetais que são tóxicos. Assim, muitas vezes é mais seguro tomar uma medicação produzida em laboratório, cujas propriedades são bem conhecidas, do que utilizar derivados de plantas. Em relação a estas, ainda se sabe pouco. Algumas que tem sido estudadas para ansiedade são o kava-kava e a valeriana. É errado acreditar que medicações "naturais", geralmente substâncias de origem vegetal, não tem nenhum perigo.
Com certeza, você deve procurar um(a) psiquiatra para ajudar no diagnóstico e no tratamento. Pode ser, inclusive, que seu grau de ansiedade não necessite de medicações. Mas, somente o(a) psiquiatra pode lhe dar esta resposta.
-
Agressividade em crianças pode ter muitas causas: podem ser sinais de transtornos de conduta mais graves, em crianças que se comportam sem conseguir ter respeito pelo sofrimento dos outros; também é mais frequente em crianças com transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH). Crianças deprimidas podem ser mais irritáveis e agressivas, também.
Além destes fatores, existem outros, que são ambientais: fazer parte do grupo dos "meninos maus", o grupinho dominante que comete bullying com os mais fracos; ser vítima de violência por parte de outras crianças ou professores; ser vítima de violência em casa.
-
Comportamentos como o de seu filho podem ter várias origens:
1 - transtornos de personalidade: são problemas que ficam evidentes no final da adolescência e que, basicamente, consistem de comportamentos que levam a sofrimentos graves para as próprias pessoas e/ou para os outros que a cercam. Há vários tipos de transtornos de personalidade, envolvendo comportamentos como, por exemplo, maltratar fisicamente pessoas ou animais, mentir, furtar, ter uma instabilidade emocional excessiva que se manifesta também nas áreas escolar e profissional; há aqueles que são demasiadamente impulsivos e têm tendência a cometer atos agressivos ou perigosos, sem pensar; há os que são excessivamente dependentes, emocionalmente. Este tipo de alterações é de difícil tratamento. O psiquiatra geralmente indica uma psicoterapia (que, em alguns casos, pode envolver a família) e, para certos pacientes, algumas medicações podem ser úteis.
2- transtornos psiquiátricos outros tais como depressões, ansiedade excessiva e mesmo surtos psicóticos que estejam se iniciando podem levar a comportamentos agressivos e, quando são tratados, melhoram muito a agressividade. Nestes casos, os remédios podem ser especialmente úteis.
3 - o uso de algumas drogas, especialmente bebidas alcoólicas, cocaína, crack e anfetaminas podem deixar as pessoas mais agressivas.
4 - Apesar de dificilmente ser a única causa envolvida, problemas de relacionamento, nos quais os pais têm dificuldades de impor limites aos filhos ou quando a agressividade ocorre com frequência, na família, podem também levar aos comportamentos descritos por você.
O fato de ter melhorado e voltado pode ter várias origens, assim como os próprios sintomas.
Certamente, há necessidade de uma investigação psiquiátrica, pois você refere comportamentos potencialmente perigosos, como ameaças de morte, que podem ou não ser cumpridas.
-
É normal, por vezes, as pessoas passarem períodos mais quietas ou pensativas, sem vontade de interagir com outras. Entretanto, o estresse (problemas de relacionamento no emprego ou na família, doenças físicas ou mesmo o cansaço) podem levar a uma maior fadiga e, com isto, a pessoa pode sentir menos vontade de ter atividades ou mesmo falar.
 
Por outro lado, o estresse excessivo pode desencadear sintomas de depressão, em algumas pessoas, provocando um desânimo e uma tristeza mais profundos e uma falta de prazer naquelas atividades das quais a pessoa gostava, antes.
 
Seria bom você procurar um profissional psiquiatra para fazer uma avaliação (além de convênios e consultórios particulares, eles podem ser consultados em postos de UBS, sem custos).
-
Em relação às manchas roxas, não se trata de um problema psiquiátrico, a não ser que você as faça voluntariamente.
Seria importante você consultar um clínico ou um cirurgião vascular, pois pode estar ocorrendo alguma fragilidade de vasos capilares ou distúrbio de coagulação. Ao contrário do que algumas pessoas acreditam, não há nenhuma comprovação de que ficar "nervoso" possa levar a manchas roxas. O que a maioria dos cirurgiões vasculares diz, a este respeito é que, provavelmente, as pessoas colidem com algum objeto ou móvel e não percebem.
Roer unhas, frequentemente, pode ser um transtorno de controle de impulsos, que são distúrbios nos quais as pessoas sentem uma grande vontade de executar um movimento (ou até um comportamento mais complexo) e, praticamente, não conseguem se impedir de fazê-lo. Fazem parte deste tipo de problemas também a tricotilomania (compulsão de arrancar cabelos ou pelos) e algumas pessoas podem se sentir compelidas, também, a beliscar-se.
Gostar de sentir dor é um comportamento masoquista e não se sabe qual a sua origem, porém pode ocorrer em vários contextos, dos quais o principal é o contexto sexual, onde as pessoas gostam de apanhar, com mais ou menos ímpeto e de sofrer outras agressões (serem amarradas ou queimadas) antes ou durante o ato sexual.
Algumas pessoas, em contextos de muita angústia, machucam-se até sair sangue, mas estas não referem prazer, apenas o alívio da angústia.
O transtorno bipolar é um distúrbio no qual as pessoas passam semanas a meses deprimidas, com desânimo ou tristeza profundos, associados a problemas de falta ou excesso de sono, diminuição do desejo sexual, aumento ou falta de apetite, dificuldades de concentração, pensamentos tristes repetitivos e, por vezes, até vontade de morrer. Estes comportamentos se alternam com fases de aceleração, humor excessivamente alegre, eufórico (ou irritado, em alguns casos), com vários dias ou semanas de duração; associam-se pensamentos acelerados, tendência a abandonar uma atividade antes de terminá-la e passar a outra, sucessivamente, ao longo de horas; aumento do desejo sexual; aumento dos gastos; diminuição da necessidade de sono; ideias de poder, de grandeza e uma auto-confiança excessiva, que pode levar a atitudes temerárias.
Estas fases se alternam, em geral, com períodos de normalidade, de semanas a anos de duração.
É importante frisar que estes períodos são relativamente prolongados. Em casos mais raros, algumas vezes, realmente pode haver alternância do comportamento ao longo do dia, mas este diagnóstico é mais difícil e deve ser feito por psiquiatra experiente. Na maioria dos casos, pessoas que se auto-intitulam de "bipolares" querem apenas dizer que mudam de humor muito facilmente, o que não necessariamente é uma doença, apesar de poder ser incômodo para os outros e para a própria pessoa.
Quanto a ser o demônio, garanto que não é e é melhor deixar para a Igreja questões como princípios morais e a tranquilidade existencial.
Problemas como o seu são comprovadamente comportamentais ou psiquiátricos e, se você quer diminuir seu sofrimento, procure uma avaliação com psiquiatra.