Ivan Mario Braun
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Esta é uma pergunta que poderia ser direcionada a um psiquiatra forense, que é um profissional que tem conhecimentos maiores nas áreas que interligam a legislação e a psiquiatria.
 
A remissão de um quadro de esquizofrenia, entretanto, pode ser mais ou menos completo, de modo que, do ponto de vista psiquiátrico, a segurança para o paciente e a sociedade vai depender do quão completa é esta remissão. Entretanto, se não houver ideias persecutórias e alucinações, se a capacidade de comunicação for suficiente para lidar com as principais situações no trânsito e se houver segurança de que a pessoa está em uso contínuo das medicações, em princípio não há porque uma pessoa com esquizofrenia não possa dirigir.
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A insônia é um problema que ocorre em cerca de 10 por cento das pessoas e compromete muito a saúde e a qualidade de vida. Há muitas causas possíveis para a insônia, que vão desde problemas respiratórios como distúrbios dos centros respiratórios do encéfalo e obstruções das vias aéreas (o sono se superficializa para que a pessoa respire melhor), passando por transtornos psiquiátricos, até hábitos de sono errados.
 
O tratamento da insônia vai depender de sua causa:
 
- no caso de problemas respiratórios, os tratamentos vão desde medidas paliativas como medicações para diminuir a obstrução das vias respiratórias, passando por cirurgias e aparelhos que mantêm uma pressão positiva do ar e, com isto, mantêm a oxigenação correta do sangue e evitam que o sono se superficialize;
 
- transtornos psiquiátricos como depressão, transtorno bipolar e transtornos de ansiedade, que são os que mais frequentemente interferem no sono, geralmente são tratados com medicações e psicoterapias;
 
- medicações devem ser usadas com cuidado, pelo menor tempo possível e sempre sob supervisão médica.
 
Em relação aos hábitos de sono, a pessoa deve ter um local silencioso, de temperatura agradável para dormir e sem iluminação excessiva. A cama deve ser suficientemente confortável.
 
As seguintes medidas, se seguidas corretamente, durante pelo menos algumas semanas, são úteis:
 
MEDIDAS DE HIGIENE DO SONO
 
1. Ir para a cama apenas quando estiver muito sonolento, sem conseguir manter-se acordado. Não basta estar cansado. Enquanto isto, ficar assistindo à TV, lendo um livro, folheando uma revista ou escutando música. Sempre atividades tranquilas, que relaxem. Filmes de suspense, músicas muito agitadas, atividades como lavar louças ou varrer a casa podem deixar a pessoa ainda mais acordada.
 
2. Se acordar no meio da noite e não adormecer em 15 a 20 minutos, fazer como em (1).
 
3. Exercícios físicos aeróbicos várias vezes por semana.
 
4. Tomar um lanche leve antes de ir dormir.
 
5. Não fumar, não beber café na parte da tarde.
 
6. Jamais tentar "forçar" o sono: quanto mais a pessoa tenta, mais acordada fica.
 
7. Para algumas pessoas, ajuda tomar um banho morno antes de dormir.
 
8. Acordar cedo, mesmo nos feriados e fins-de-semana.
 
9. Não dormir a mais, mesmo se tiver dormido mal, à noite.
 
10. Não tirar cochilos durante o dia.
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O choro pode ter as mais variadas causas. A depressão se caracteriza por uma tristeza ou desânimo profundos, perda da capacidade de sentir prazer e da motivação, associado a problemas como insônia ou excesso de sono, perda ou excesso de apetite, lentidão dos movimentos ou agitação ou inquietação, dificuldades de pensar ou concentrar-se, pensamentos tristes e pessimistas que podem chegar a ideias de querer morrer ou mesmo de matar-se, sentimentos de culpa excessivos. Nem sempre as pessoas com depressão comunicam o que sentem, apesar de que a maioria, quando perguntada a respeito, admite sentir e pensar desta forma. Porém, muitas vezes se percebe as alterações justamente porque a pessoa apresenta-se excessivamente chorosa ou irritada.
 
Entretanto, o choro sem motivo pode ocorrer no contexto de algumas lesões cerebrais, também. Outra situação possível é quando a pessoa não se sente à vontade de contar o motivo pelo qual está chorando.
 
É importante que consulte um psiquiatra com prática com pacientes idosos.
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Há muitas possibilidades para explicar o comportamento de sua filha: transtorno de déficit de atenção-hiperatividade pode interferir na concentração, mas NÃO é possível dizer que ela tenha este problema somente por ter dificuldades de concentração. Oscilações de humor podem ocorrer em crianças com tendências à depressão, assim como irritabilidade excessiva. Ela pode estar tendo problemas interpessoais, tais como estar sendo vítima de assédio ou bullying. Mesmo doenças físicas podem levar a alguns destes sintomas.
Você deve necessariamente conversar com os professores dela, com os orientadores, na escola e investigar o que está acontecendo por lá. Consulte um pediatra para ver como está a saúde dela. Sugiro que conversem também, com um psicólogo, juntas, para desenvolverem uma relação aberta, na qual aprendam a falar sobre todos os assuntos uma com a outra, de modo que consiga conhecer sua filha cada vez melhor. Quanto melhor você souber o que ocorre com ela, que dificuldades enfrenta, quais são seus pontos fortes e fracos, quem são seus amigos, quais os lugares que frequenta, quem são os pais dos amigos, tanto maior será seu controle sobre ela e melhor poderá ajudá-la, nos momentos de necessidade. Os pais de amigos dela poderão, talvez, estar enfrentando problemas semelhantes aos seus e vocês poderão trocar ideias e se aconselhar.
Faça uma consulta também com um psiquiatra com experiência em crianças e adolescentes, para verificar se sua filha tem algum transtorno que requeira tratamento.
É possível que não haja necessidade de todas estas medidas, porém se você adotá-las, sua segurança com certeza será maior.
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O álcool faz parte dos transtornos de uso de substâncias. Traduzindo em linguagem popular, álcool é droga. Apenas que álcool é uma droga legalizada. Infelizmente, enquanto muito se fala da maconha (que também é prejudicial), o álcool continua sendo uma das maiores fontes de prejuízos em nossa sociedade.
A maioria das pessoas com transtorno por uso de álcool (chamado antigamente de "alcoolismo", "abuso de álcool" ou "dependência de álcool") consegue ficar períodos variados sem beber. A maioria dos alcoólatras não são pessoas que bebem grandes quantidades, diariamente e adormecem nas sarjetas. A maioria são pessoas trabalhadeiras e decentes, mas que prejudicam suas vidas pelo uso de bebidas alcoólicas.
O álcool, assim como as outras drogas, deixa uma espécie de "memória" no cérebro. Quando a pessoa para de usar a droga, fica se lembrando dela, fica desejando-a. É mais ou menos como quando alguém perde um amor: em vários momentos, em várias situações, a pessoa se lembra e sente saudades do amor perdido; uma música, uma comida, um horário em que se falavam, um lugar, tudo pode fazer a pessoa sentir saudades. Da mesma forma como ocorre com os amores perdidos, se a pessoa ficar muito tempo sem beber, aos poucos vai deixando de sentir tantas saudades. Pode nunca se esquecer e, se encontrar o antigo amor, pode sempre ter uma recaída, mas se não o encontrar, o sofrimento vai aos poucos diminuindo e a vida vai voltando a ter sentido sem a presença do amor perdido, aprende-se a viver e ter prazeres sem ele ou ela.
Existem tratamentos para o alcoolismo, tanto psicoterapias quanto alguns medicamentos, mas todos eles só funcionam se a pessoa quiser se tratar. Não adianta dar remédio escondido, não adianta fazer internações com meses e anos de duração. Se a própria pessoa tem a consciência de que se deve tratar, é o melhor. Senão, a família pode pressionar, exigir, impor condições e insistir para que a pessoa se trate. Existe tratamento para alcoolismo tanto em postos de saúde públicos, quanto em medicina de convênios e atendimento particular.