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Ivan Mario Braun

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Quais as medicações boas e eficientes que não tem efeitos colaterais graves e não causam dependência em Psiquiatria?
  • A maioria das medicações psiquiátricas não causa dependência.

    As únicas que têm o potencial de causar dependência são os benzodiazepínicos (BZD), que são os "tarja preta"; as "drogas Z", como o zopiclone e o zolpidem; as anfetaminas, como a lisdexanfetamina e o metilfenidato. Mesmo estas não costumam dar dependência em pessoas com acompanhamento psiquiátrico e quando bem indicadas. É mais provável que causem dependência naquelas que as usem para "dar barato". Assim, o psiquiatra deve evitar prescrevê-las para pessoas que abusem de drogas.

    Não se deve confundir dependência com o fato de que muitos remédios precisam ser usados durante a vida toda. Infelizmente, muitos transtornos psiquiátricos não têm cura, apenas podem ser controlados. Isto não ocorre apenas na Psiquiatria: na Medicina Interna, doenças como a asma, a hipertensão arterial, as doenças reumatológicas também geralmente necessitam de tratamento a vida inteira. Nestes casos, as pessoas são acompanhadas pelo médico e, ao longo do tratamento, podem ser feitas reduções de doses, mas não se recomenda a total suspensão das medicações.

    Já quanto aos efeitos colaterais, pode-se dizer que não existe NENHUMA medicação que não tenha nenhum efeito colateral, pelo menos potencialmente. Mesmo aquele comprimidinho de Aspirina* (ácido acetil-salicílico) que você toma dá aquela azia, lembra? Medicação que não tem efeito colateral nenhum é porque, possivelmente, nem é medicação. Por exemplo, "floral de Bach" não é medicação (mas mesmo ele pode ter efeito colateral, porque pode conter álcool) e muitas medicações homeopáticas também não merecem o rótulo de remédio e nem tem ação comprovada.

    Por outro lado, para que um remédio tenha seu uso justificado, sempre se requer que seus benefícios sejam maiores que os efeitos colaterais. Assim, para doenças graves, justificam-se remédios com efeitos colaterais mais sérios. Mas, a maioria das medicações psiquiátricas, atualmente, tem efeitos colaterais bastante suportáveis que, com acompanhamento psiquiátrico, clínico, nutricional e exercícios físicos adequados não costuma trazer consequências sérias na grande maioria das pessoas.

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    Dr. Ivan Mario Braun
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Quando vou entrando no sono sinto choque na cabeça e não consigo dormir.
  • Desculpe, mas sua pergunta não está clara. Se puder repeti-la com mais detalhes, terei o maior prazer em responder.

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    Dr. Ivan Mario Braun
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Cuido do meu esposo que sofreu acidente e ficou dependente. Trabalho como ACS, vivo rodiada de pessoas doentes, sinto q estou fraca, às vezes com vontade de ficar sozinha. Será q estou com depressão? Não aguento mais trabalhar, mas dependo de mim.
  • Depressão não é a única causa possível dos sintomas que você cita. Fadiga e "burnout" são outras causas possíveis, só como exemplo. A depressão cursa com tristeza profunda, desânimo ou perda da capacidade de sentir prazer com várias semanas de duração e associada a falta ou excesso de sono, falta ou excesso de apetite, dificuldades de concentração, diminuição ou perda do desejo sexual, pensamentos muito tristes ou de culpa ou excessivamente pessimistas.

    Entretanto, você não deve diagnosticar sua própria depressão. As informações ajudam no máximo a levantar alguma suspeita. Deve consultar um(a) psiquiatra. Caso não haja nenhum(a) nas proximidades ou demore muito para conseguir consulta, muitos médicos generalistas e clínicos também sabem tratar casos mais simples. Mas, não deixe de consultar um médico.

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    Dr. Ivan Mario Braun
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Eu tenho transtorno de ansiedade generalizada e faço tratamento há mais de 1 ano com o medicamento escitalopram. Para o transtorno ele é muito eficaz, mas me incomodo com alguns efeitos colaterais, como: aumentei muito meu apetite e ganhei peso.
Faço tratamento para TAG há mais de 1 ano com o escitalopram de 10 mg. Gostaria de saber se há algum medicamento que não tenha tantos efeitos colaterais, principalmente o que mais me incomoda, ganho de apetite (peso).
  • O transtorno de ansiedade generalizada (TAG) tem como tratamento de primeira escolha, em geral, medicações inibidoras seletivas de recaptação de serotonina (ISRS), tais como o escitalopram. Estas medicações frequentemente diminuem o apetite, no início do tratamento. Este efeito, raramente, permanece, ou pode desaparecer no intervalo de semanas a meses. Quando a ganho de apetite, trata-se de um efeito colateral que não está realmente comprovado por estudos científicos: várias pessoas se queixam deste efeito, porém tem de se levar em conta outros fatores que podem levar ao aumento de peso:

    - mudanças nos hábitos alimentares;

    - mudanças nos hábitos de exercícios;

    - envelhecimento (o consumo energético tende a diminuir com a idade);

    - melhora do apetite, em alguns casos de pessoas com depressão ou ansiedade que estavam inapetentes, antes do tratamento OU apetite aumentado, em alguns casos de ansiedade não tratados adequadamente;

     

    Frequentemente, com a suspensão da medicação, não se observa diminuição do apetite ou do peso.

     

    Medicações sem efeitos colaterais não existem, mas logicamente é possível sempre tentar trocar uma medicação que esteja desagradando a um(a) paciente por outra e, por vezes, mesmo uma medicação da mesma família (ISRS) pode ter efeitos colaterais ligeiramente diferentes.

     

    Os ISRS foram originalmente desenvolvidos como antidepressivos e depois se observou que funcionavam bem como medicações para ansiedade. Existem antidepressivos que não aumentam o apetite (e podem mesmo diminuí-lo), como a bupropiona, mas apesar de já ter visto algumas pessoas dizerem que melhoraram da ansiedade com ele, não é aprovada para o tratamento da ansiedade e por vezes o relato é de piora.

     

    Outra opção, se você está bem do TAG e o problema é o aumento de peso, é partir para dieta com reeducação do comportamento alimentar (com nutricionista comportamental ou terapeuta comportamental com experiência em comportamento alimentar). A diferença entre este tipo de intervenção e a habitual feita por nutricionistas é que você vai fazer um mapeamento de seu comportamento alimentar para aprender a controlá-lo e NÃO apenas receber uma dieta para seguir "a seco" com aquelas orientações básicas de comer em pratos pequenos, quantidades pequenas, várias vezes ao dia, equilibrar tipos de alimentos etc.

     

    Se seu(sua) médico(a) tiver experiência com medicações aprovadas para o controle do apetite, pode eventualmente acrescentar alguma ao escitalopram. É necessário ter experiência, porque algumas medicações e doses podem piorar a ansiedade.

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