Ivan Mario Braun
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Não existem medicamentos específicos para a tricotilomania, apesar de alguns poderem ajudar em certos casos. Um deles é o topiramato.
Quanto ao profissional, pode ser psiquiatra ou psicólogo, mas precisa ser alguém que trabalhe com transtornos de impulso (que é o grupo de "doenças" nas quais se encontra a tricotilomania).
Sempre sugiro que, num primeiro momento, se passe com um psiquiatra. Pois, às vezes, além da tricotilomania, pode haver algum quadro depressivo ou ansioso que piore a tricotilomania e precise ser tratado.
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Todo psiquiatra deve saber tratar uma esquizofrenia, pois se trata de um dos problemas mais importantes na nossa especialidade.
Primeiramente, deve-se fazer um diagnóstico cuidadoso: algumas vezes, recebemos pacientes com diagnóstico de esquizofrenia e que, na verdade, tem o transtorno bipolar ou uma depressão psicótica, que podem ter tratamentos diferentes.
Quando se faz o diagnóstico com cuidado, o próximo passo é o tratamento e, nesse aspecto, é importante lembrar que as medicações mais antigas para a esquizofrenia (como o haloperidol, a clorpromazina, a periciazina, etc.) são evitados, hoje em dia, por possuírem efeitos colaterais mais graves.
Pode-se conseguir medicações modernas para a esquizofrenia inclusive na rede pública e mesmo pacientes de consultórios particulares têm direito a estas medicações. Basta preencher alguns formulários e levá-los para as farmácias de alto custo.
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Apesar de serem problemas diferentes, pessoas com transtorno de déficit de atenção (TDA) têm depressão com frequência maior.
 
Além disso, se você pensar na função da atenção, independente do TDA, ela pode estar prejudicada quando a pessoa estiver deprimida.
 
No caso do TDA, ambos os problemas devem ser tratados e as medicações usadas para o TDA podem melhorar a depressão. Inclusive, uma delas, a atomoxetina, é um antidepressivo.
 
Se o problema de atenção for decorrente da depressão, então o tratamento da depressão provavelmente resolverá a questão, sem necessidade de tratamento adicional.
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Precisaria saber qual o diagnóstico do seu irmão.
O que significa para você que "não está tendo o efeito necessário"? Qual seria o efeito que deveria ocorrer?
A olanzapina e o Haldol são medicações usadas em problemas como esquizofrenias e transtorno bipolar. Hoje em dia costuma-se evitar o Haldol, pois ele pode trazer alguns efeitos colaterais desagradáveis, quando usado por muito tempo. A olanzapina também tem efeitos colaterais (principalmente aumento de peso), mas é considerada mais segura.
Entretanto, geralmente não se usa os dois remédios juntos.
O clonazepam é uma medicação calmante que, às vezes, é usada para ajudar a dormir. O problema é que, depois de algum tempo de uso, ele pode perder o efeito de causar sono. Além disso, pode causar dependência e problemas de memória.
Se você tem dúvidas quanto à conduta da médica, pode pedir opinião de um outro psiquiatra. Mesmo no serviço público, você pode pedir ao gerente uma avaliação com um outro profissional, para ter uma segunda opinião.
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Primeiro, é importante você saber que nem o diazepam nem o clonazepam tratam a depressão.
O clonazepam e o diazepam são medicações tranquilizantes e, às vezes, são usadas para ajudar pessoas a dormir.
São medicações cujo uso tem sido cada vez mais desestimulado por aqueles que estudam o assunto: elas causam dependência e prejudicam a memória. E, como você deve ter percebido, depois de um tempo de uso eles podem parar de funcionar. Aí, as pessoas aumentam a dose e, depois de um tempo, o processo se repete.
Para você ter uma ideia, hoje em dia se recomenda que, quando se dão medicações desta classe (os da embalagem com faixa preta) para insônia, elas devem ser dadas por um máximo de duas semanas.
Além do que, não se costuma dar duas medicações "faixa preta" ao mesmo tempo. Ou se usa uma ou a outra.
Primeiramente, há necessidade de saber se sua depressão está controlada. Se ela não estiver, a primeira medida é tratá-la. No tratamento da depressão, dependendo da pessoa, podem ser usadas medicações antidepressivas que sejam mais sedativas, que causem mais sonolência. Frequentemente, usando essas medicações à noite, além de tratar a depressão, seu sono também melhora.
Muitas vezes, quando a depressão é controlada, o sono também volta ao normal.
Entretanto, a insônia pode ter várias outras causas, como doenças físicas ou problemas respiratórios.
Se sua insônia não for nem consequência de doenças físicas nem da depressão, existem técnicas, chamadas de higiene do sono, que costumam melhorar muito o sono. Elas podem ser usadas mesmo por pessoas deprimidas, só que podem não ser tão eficazes:
1 - Jamais ir para a cama sem sono, esperar o sono chegar; se não estiver com sono, sente num sofá ou numa poltrona e leia alguma coisa tranquila ou folheie uma revista com assuntos tranquilos ou escute uma música tranquila ou ainda assista a um filme tranquilo. (Veja que usei o termo tranquilo várias vezes, pois se você assistir a filmes de suspense, ler romances policiais ou ficar jogando no computador ou lavando louça, você pode ficar mais alerta ao invés de relaxar.)
2 - Se acordar no meio da noite e não conseguir adormecer de novo em 15 a 20 minutos, use as mesmas técnicas descritas acima. Volte para a cama apenas "morrendo" de sono.
3 - Mesmo que tiver insônia e tiver dormido muito pouco, não acorde mais tarde nem tire cochilos, pois isto pode reforçar o problema da insônia, na noite seguinte. Acorde cedo e mantenha-se ativo, inclusive aos fins de semana e nos feriados, pelo menos durante a fase de tratamento da insônia.
3 - Não fique preocupada em dormir 8 horas por noite: as necessidades de sono são muito individuais e não existe um tempo "certo" para dormir. Não existem evidências de que ter algumas noites de insônia seja muito prejudicial para o organismo, porém se você se preocupar demais em dormir, aí não vai conseguir, mesmo.
4 - Se for fumante, faça um tratamento, pois a nicotina é um estimulante e prejudica o sono.
5 - Evite bebidas com cafeína, como café, chá preto, chá mate, ginseng. Se for tomar, beba o menos possível e, de preferência, não use depois do horário do almoço.
6 - Exercícios regulares são uma boa forma de melhorar o sono naturalmente. Podem ser caminhadas, corridas, natação, hidroginástica. Quanto mais vezes por semana, melhor. Entretanto, evite fazer estes exercícios próximo ao seu horário de dormir, pois você pode ficar muito "ligada". De preferência termine de fazê-los 4 ou no mínimo 2 horas antes.
Se seguir estas orientações, em algumas semanas geralmente o sono melhora e, após alguns meses, fica normal.