Ivan Mario Braun
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A depressão é um transtorno no qual a pessoa sente um profundo desânimo, tristeza ou, por vezes, uma emoção negativa que ela descreve como extremamente desagradável, mas diferente de uma tristeza profunda. Além disto, há sintomas associados como insônia ou excesso de sono, falta ou excesso de apetite, pensamentos negativos (desde um excesso de lembranças tristes, passando por ideias de culpa desproporcionais, pessimismo exagerado em relação ao futuro e mesmo pensamentos suicidas); podem haver dificuldades de concentração; frequentemente, há uma perda da capacidade de sentir prazer mesmo naquelas atividades que costumavam ser muito prazerosas.
 
As depressões costumam ser tratadas, pelo menos inicialmente, com antidepressivos (exceções são, por exemplo, as depressões do transtorno bipolar, que são tratadas, preferencialmente, com estabilizadores de humor); no início, opta-se por doses relativamente baixas de antidepressivos menos potentes e, se não houver melhora, vai-se progressivamente aumentando as doses, acrescentando outras medicações e/ou prescrevendo-se antidepressivos mais potentes.
 
A depressão tem um índice de recidiva muito alto e a probabilidade de alguém, se parar de tomar medicações, recair, é muito alta, chegando em mais de 90% em pessoas que tiveram mais de 2 episódios, na vida, por exemplo. Assim, geralmente se considera que um primeiro episódio deva ser tratado por vários anos e, se houver uma recaída, a pessoa deverá tomar medicações pelo resto da vida - o que pode ser feito, eventualmente, é diminuir as doses, ao longo do tratamento, sempre a critério médico.
 
O lítio é um estabilizador do humor e, assim, é o tratamento preferencial na depressão bipolar. Em depressões que não ocorrem no contexto de uma bipolaridade ele também pode ser usado, para reforçar o efeito e antidepressivos e, em alguns casos, ele é bem sucedido na prevenção de recaídas mesmo em pessoas que não são bipolares.
 
Se a sua avó realmente ficou bem da depressão (porque, por vezes, a pessoa é considerada controlada de modo errôneo, pois ainda têm alguns sintomas, mesmo que mais fracos), talvez o motivo das recaídas tenha sido que ela tenha parado de tomar medicações, após cada crise ou tenha tomado doses excessivamente baixas. Por outro lado, infelizmente, algumas pessoas têm recaídas apesar de o tratamento estar totalmente correto: como em todas as doenças, há casos menos bem sucedidos.
 
Assim, o lítio pode ser uma boa opção, sim, mas apenas um psiquiatra pode decidir se, no caso específico de sua avó, ele seria o melhor remédio.
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Os ciúmes, em relacionamentos amorosos, frequentemente estão presentes, em nossa cultura e grande parte dos casais acha este comportamento normal e ele não traz consequências mais graves.
Algumas situações podem aumentar a frequência deste comportamento, tais como sinais de afastamento ou frieza, por parte do(a) parceiro(a) ou períodos de auto-estima baixa. Quadros depressivos (que podem piorar a auto-estima, inclusive) também podem piorar os sentimentos de ciúmes.
Por outro lado, existem quadros mais graves, que se centram especificamente no excesso de ciúmes: algumas pessoas chegam a desenvolver delírios de ciúmes, nos quais têm a convicção absoluta de que seu/sua parceiro(a) está tendo um caso extraconjugal. Não importa quais provas sejam apresentadas em contrário, o delírio continua.
Em casos não tão graves, ocorre o que se chama de "ciúmes patológicos". Não chega a ocorrer uma convicção absoluta de infidelidade, porém a pessoa fica o tempo inteiro suspeitando da outra, o que leva a perguntas incessantes e acusações, indiscrições como olhar chamadas telefônicas, procurar em agendas ou mesmo mandar espionar a outra pessoa. Este comportamento costuma levar a muito sofrimento e brigas.
Você deve procurar um psiquiatra para fazer o diagnóstico correto. Uma vez feito o diagnóstico, ele saberá decidir se deve haver algum tratamento medicamentoso ou apenas uma psicoterapia, no sentido de melhorar seu relacionamento e deixá-la mais segura. Na maioria dos casos de ciúmes excessivos, não há necessidade de uso de medicamentos.
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O transtorno de déficit de atenção-hiperatividade é um problema que se inicia na infância, mas pode evoluir com fases de melhora e piora e permanecer na vida adulta. Caracteriza-se por dificuldade de se manter concentrado(a) em atividades que não sejam muito estimulantes e em gravar informações. Além disto, pessoas com déficit de atenção costumam ser muito desligadas e podem falar de modo superficial e impreciso, muitas vezes dando a impressão de uma deficiência na inteligência que, na verdade, pode não estar ocorrendo.
Pessoas com déficit de atenção costumam ser distraídas, esquecer-se de compromissos, perder objetos, chegar atrasadas com frequência. Têm dificuldade para seguir instruções e levar raciocínios até o fim. Por vezes, adquirem o hábito de interromper pessoas, quando estas falam, pois têm a sensação de que já "entenderam tudo" o que a pessoa ia falar e não têm paciência de ouvir até o final. Em relação a si mesmas, por vezes emitem apenas o começo e o fim de um raciocínio, sem perceber que os outros podem não entender.
Além disto, uma parte das pessoas com déficit de atenção têm também problemas de hiperatividade, caracterizados por inquietação, necessidade de se estar sempre se movimentando. Em crianças, isto pode manifestar-se por movimentação incessante e pode fazer com que crianças com TDAH se machuquem com mais frequência. Fazem parte, também, brincadeiras mais ousadas e arriscadas. Crianças com estas características frequentemente são advertidas, na escola, pois não conseguem permanecer sentadas, na aula, por muito tempo. Este tipo de manifestação é mais frequente em meninos que em meninas. Por outro lado, em adultos, pode haver apenas uma sensação de inquietação, sem que o adulto necessariamente fique se movimentando excessivamente. Por vezes, são pessoas que ficam o tempo inteiro se remexendo, quando sentadas.
Algumas pessoas apresentam apenas alguns dos sintomas, de modo que não se pode dizer que tenham TDAH. Mas, mesmo nestas, se os sintomas forem graves, devem ser tratados. O TDAH é um quadro grave e compromete muito a qualidade de vida e o progresso pessoal.
Há vários tratamentos para o TDAH, mas os principais envolvem técnicas comportamentais e substâncias estimulantes como o metilfenidato e derivados de anfetaminas.
O psiquiatra é o profissional indicado para diagnosticar o TDAH e tratá-lo.
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Pessoas perdem o controle sobre seus comportamentos, choram e brigam pelos mais variados motivos: podem ser exclusivamente problemas de relacionamento com seu marido ou podem ser problemas externos que você esteja enfrentando em sua vida e que acabam influenciando seu relacionamento. Por vezes, quadros de depressão ou ansiedade graves também podem tornar as pessoas mais irritáveis e descontroladas.
Doenças físicas e problemas hormonais podem estar envolvidos, também.
Você deve consultar um psiquiatra. Como o psiquiatra é médico, ele terá, inclusive, condições de decidir se você deve fazer alguma avaliação clínica. De resto, se houver presença de depressão ou ansiedade grave, ele poderá tratá-la. Finalmente, se os problemas estiverem centrados no seu relacionamento ou em situações de estresse que estejam deixando você mais sensível e irritada, ele poderá propor uma psicoterapia, para discutir seus problemas e procurar soluções.
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A presença de medos exagerados costuma ocorrer principalmente em transtornos ansiosos. Por sua vez, quandros de ansiedade podem incluir sintomas físicos, tais como tonturas, tremores ou palpitações no peito. Entretanto, por si só, isto diz pouco, pois sintomas ansiosos podem ocorrer tanto em transtornos de ansiedade "puros" quanto junto com outros problemas como, por exemplo, depressões e mesmo transtornos psicóticos.
 
O mesmo se pode dizer em relação à excessiva irritabilidade, que pode ocorrer em vários tipos de transtornos psiquiátricos.
 
Quanto aos esquecimentos, por vezes se trata de problemas de memória, mesmo, que podem ter causas diversas e, outras vezes, podem ser apenas consequência de dificuldades de concentração que levam não ao esquecimento propriamente dito, mas simplesmente a pessoa nem chegar a gravar adequadamente as informações.
 
Além disto, a presença de tantos sintomas diferentes na mesma pessoa pode ser causada por alguns problemas como uso de certos tipos de drogas ou mesmo remédios e, eventualmente, até por algumas doenças clínicas em várias partes do organismo.
 
Assim, apenas consultando um psiquiatra é possível fazer um diagnóstico adequado, de modo que se possa fazer um tratamento.