Ivan Mario Braun
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Não se diagnostica D. Alzheimer sem que haja alguma perda de memória. Se alguém diagnosticou, talvez tenha detectado algum declínio de memória que você não tenha percebido. Converse com o profissional e peça esclarecimentos adicionais. Esquizofrenia é um transtorno que aparece basicamente em jovens e dificilmente ocorreria numa idosa, porém na doença de Alzheimer podem ocorrer ideias deliroides e delírios diversos, em algumas pessoas, inclusive este que você cita de que alguém está furtando dinheiro (porque a pessoa esquece onde colocou ou que gastou ou porque se trata de uma ideia delirante propriamente dita). Não tem como saber, sem avaliar pessoalmente o caso, esta questão do dinheiro: pode não ter nada a ver com o diagnóstico feito ou, por vezes, é possível diagnosticar uma ideia delirante mesmo em casos nos quais a ideia seja compatível com a realidade, porque o conceito de delírio não tem a ver somente com a realidade da ideia, porém com a forma pela qual a pessoa chegou à conclusão (convicção delirante). Quanto a "medo" de alguém pegar seus cartões, não é critério diagnóstico nem para Alzheimer nem para psicose - poderia, entretanto, ser consequente à ideia de que estão furtando seu dinheiro.
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Faça uma consulta com um psiquiatra e peça orientação, que só pode ser dada após uma entrevista cuidadosa: por vezes, consegue-se orientar o(a) parente sobre como motivar a pessoa para se tratar; outras vezes, pode ser feita consulta domiciliar (com um psiquiatra experiente e cuidadoso, as pacientes acabam, geralmente, aceitando); finalmente, em casos graves, com riscos de suicídio ou outros comportamentos violentos, pode-se proceder a uma internação involuntária. Muitas vezes, durante a internação, é possível convencer a paciente a se tratar.
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A PM possui psiquiatras próprios, que podem ser consultados. De resto, qualquer psiquiatra pode fazer relatórios. Conseguir elaborar um relatório pode requerer uma ou mais consultas, dependendo do caso, e o relatório deve conter apenas o que o psiquiatra tenha conseguido observar e constatar.
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Aparecimento de feridas pelo corpo deve ser investigado independente de seu quadro emocional, pois não é habitual ansiedade ou depressão causarem feridas (a não ser que a pessoa se fira por uma grande angústia, propositalmente, o que por vezes ocorre). Deve consultar um bom clínico geral, dermatologista ou reumatologista. Em relação aos sintomas de ansiedade e depressão, deve passar em consulta com psiquiatra.
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Hoje em dia, atualmente, raramente se faz internações. Somente em casos de riscos imediatos de homicídio, suicídio ou violência grave é obrigatória a internação. Critérios não absolutos também existem como, por exemplo, pacientes psicóticos (que, portanto, não têm condições de tomar decisões racionais) que não estejam se tratando. No caso de transtornos de uso de substâncias ("drogas"), apenas se a pessoa estiver alterada ao ponto de não conseguir tomar decisões racionais (por exemplo, embriaguez alcoólica), a internação involuntária é permitida. Em casos nos quais a pessoa está com grande dificuldade de parar (por exemplo, usando diariamente ou quase diariamente), é possível fazer uma internação para interromper o hábito, como um primeiro passo para a abstinência. Casos de depressão só têm internação obrigatória quando obedecem aos primeiros critérios que citei e casos de ansiedade não têm indicação de serem internados. Tudo isto se deve ao fato de que a internação não tem um efeito terapêutico por si só e mesmo internações prolongadas não impedem mais recaídas que internações breves, no caso de "drogas". Deve procurar um psiquiatra com experiência em tratamento de transtornos de uso de substâncias e psiquiatria geral (ansiedade, depressão etc.). O tratamento específico vai depender de vários fatores (por exemplo, ansiedade no contexto de uma abstinência é abordada de modo diferente de uma ansiedade que já fosse pré-existente ou que apareça após o período de abstinência de uma determinada droga).