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Ivan Mario Braun

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Tenho síndrome do pânico/ansiedade, comecei meu tratamento tomando clo, só que ele me engordou muito, agora estou tomando serenata e frontal xr só que não fazem o mesmo efeito do clo, tenho crises. O que eu faço?
  • Realmente, você enfrenta um problema que costuma ser um dilema, em vários tratamentos psiquiátricos: tomar uma medicação que está sendo eficaz, mas tem efeitos colaterais muito indesejáveis ou tomar uma medicação que tem menos efeitos colaterais, mas não tem uma ação tão eficiente.

    Entretanto, no seu caso, vale fazer algumas considerações:

    1. Hoje em dia, geralmente não se usa a clomipramina (Clo*) como primeira opção, justamente por apresentar mais efeitos colaterais - é muito mais frequente iniciar o tratamento com medicações ISRS, como a sertralina, muito eficazes e com menos efeitos colaterais. Assim, seria o caso de verificar a dose da sertralina, pois pode ser que, em doses maiores (a sertralina frequentemente pode ser utilizada em doses de até 300 mg e, às vezes, mais) seu tratamento traga resultados melhores.

    2. Medicações benzodiazepínicas, por vezes, diminuem o controle de impulsos e levam a "binges" alimentares como, por exemplo, "assaltos à geladeira". Se for este seu caso, valeria a pena rever o uso do alprazolam (Frontal*). (O alprazolam tem outros efeitos colaterais indesejáveis, principalmente sobre a memória, apesar de ser eficaz no controle do pânico e trazer um alívio mais rápido do que a sertralina. Mas, talvez, pensando no item 1, pode ser que, em doses maiores, a sertralina seja suficiente, sem haver necessidade do alprazolam.)

    Considerados os dois itens acima, se vocês decidirem voltar à clomipramina o importante é que o paciente faça uma reeducação alimentar para se adaptar a alguma medicação que facilite o aumento de peso. Uma reeducação alimentar geralmente envolve mapear, com o paciente, o que come e quantas calorias isto possui - pois, sempre que há um aumento de peso por acúmulo de gordura física, está havendo uma ingestão maior de calorias do que está havendo sua queima). Assim, a elaboração de uma dieta, com uma nutricionista, ajudará você a ingerir não mais do que você consome. É parte importante de uma reeducação alimentar, também, mapear, com o paciente, quais são as circunstâncias em que ela come a mais do que devia: as pessoas que se alimentam de forma errada, frequentemente o fazem não só por uma fome maior, mas também por consumir alimentos "fora de hora": é a pipoca em frente à TV ou no cinema ou aquele docinho que se come depois da refeição principal, mesmo sem fome, só porque é gostoso; hoje em dia, a gente consome alimentos também porque são bonitos, apetitosos, mesmo sem necessidade (quem nunca entrou para tomar um café, numa padaria e, encantado com a beleza de algum doce ou pão de queijo, acaba comendo por "gula"?); come-se por tédio ou porque se está sob estresse (trabalho ou estudo intensos, ansiedade, tristeza); come-se porque se está acompanhado e os outros estão comendo; come-se porque, numa festinha, pode ser "feio" recusar o que o dono da casa oferece; etc. Quando se conhecem todas estas situações, um terapeuta experiente em reeducação alimentar - geralmente não são as próprias nutricionistas, mas um psicólogo ou psiquiatra - pode ajudar você a prevenir algumas destas situações e, quando não for possível preveni-las, a enfrentá-las.

    Exercícios físicos aeróbicos (caminhar, correr, nadar, hidroginástica), quando não houver contraindicação médica, também são muito úteis para aumentar o consumo de calorias.

    Em casos extremos, quando a medicação "engordante" é a única opção e existem dificuldades para se fazer a reeducação alimentar, podem ser usadas algumas medicações para ajudar na perda de peso, mas é importante lembrar que qualquer medicação tem efeitos colaterais, deve ser usada com supervisão médica e, no caso específico do aumento de peso, deve ser evitada, sempre que a reeducação alimentar e os exercícios físicos forem possíveis.

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    Dr. Ivan Mario Braun
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    Psicoterapia
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Minha filha tem 11 anos, é tímida, já se desenvolveu, se isolou de tudo, não quer ir pra escola alegando que ninguém gosta dela e que ela não entende o que os professores ensinam. Esse tipo de comportamento requer a ajuda de um psiquiatra?
  • A maioria destes casos pode ser resolvida por psicólogos (pessoas que se formam em Faculdades de Psicologia e que, em sua maioria, avaliam e tratam deste tipo de casos).

    Entretanto, é sempre interessante fazer, inicialmente, uma avaliação com um psiquiatra (médico especializado em problemas mentais/emocionais) porque, em alguns casos, pode ser detectado um problema mental mais grave como, por exemplo, uma depressão. Nestes casos, pode haver necessidade de um tratamento diferente. Por outro lado, se o psiquiatra avaliar que não há nenhum problema na área dele, poderá fazer ele próprio a psicoterapia (quando tiver formação para tal) ou encaminhar para um psicólogo.

    Resumindo, é mais seguro iniciar a avaliação através de um psiquiatra.

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Tenho muitas manias, chego a ficar com dor de cabeça se não consigo e fico 24h pensando, sem dormir. Chego a chorar e pegar dinheiro de compromisso para produtos de cabelos, sem necessidade... E são muitas outras manias... Posso ter TOC?
  • O transtorno obsessivo-compulsivo (TOC) se caracteriza por pensamentos repetitivos, de natureza desagradável e que, geralmente (mas nem sempre) o paciente descreve como sendo incompatíveis com o que ele realmente pensa ou acredita. Os pensamentos são invasivos e não cedem às tentativas de a pessoa tirá-los da cabeça. Assim, ela costuma tentar realizar rituais, que se manifestam através de lavagens repetidas das mãos ou do corpo, perguntas repetitivas, fechar ou trancar portas ou janelas sucessivamente, verificar se apagou o fogão várias vezes seguidas e muitos outros. Por vezes, os rituais ocorrem apenas em pensamentos, nos quais o paciente tenta combater seus pensamentos desagradáveis contrapondo outros ou rezando em pensamento.

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    Dr. Ivan Mario Braun
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Quais os sintomas do transtorno bipolar?
  • O transtorno bipolar tem, como o próprio nome dá a entender, dois "polos": o depressivo e o maníaco.

     

    Quando a pessoa está no polo depressivo, sente-se desanimada, triste, sem conseguir sentir prazer naquilo de que gostava, antigamente. Pode ter uma série de pensamentos tristes como lembranças de fatos tristes do passado, sentimentos de culpa intensos, pessimismo em relação ao futuro, a maior parte do tempo. Seu apetite pode aumentar demais ou diminuir. O desejo sexual diminui. O sono é exagerado ou a pessoa tem insônia. Pode ter dificuldades de concentração. Muitas vezes as pessoas sentem que seria melhor morrer do que sofrer como sofrem; em alguns casos, pensam mesmo em se matar ou chegam a tentar o suicídio. Esta fase pode durar até meses.

     

    Na fase maníaca, a pessoa fica acelerada, eufórica, muitas vezes excessivamente alegre e exaltada. Fala e pensa muito rápido, por vezes tão rápido que "perde o fio da meada". Dorme menos, o desejo sexual aumenta, a pessoa se sente poderosa e, muitas vezes, passa a gastar muito dinheiro. Em alguns casos, ao invés de excessivamente alegre, a pessoa fica extremamente irritada. Este quadro pode durar dias a semanas e, em alguns casos (mais raros) até meses.

     

    Entre estas fases, as pessoas podem ficar normais, por períodos de dias, semanas, meses ou anos.

     

    Ter oscilações de humor é algo normal e, em algumas pessoas é mais frequente que em outras. Por sua vez, o transtorno bipolar é um quadro grave e deve ser diagnosticado por um psiquiatra.

     

    Quando tratadas, muitas pessoas levam uma vida normal e param de ter recaídas.

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    Dr. Ivan Mario Braun
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Hipnose pode ajudar a lidar com quadro agudo de ansiedade, no qual há até desmaios?
  • De modo geral, a hipnose é considerada um tratamento insuficientemente comprovado para a maioria dos problemas psiquiátricos.

    Existem vários tipos de quadros de ansiedade agudos como, por exemplo, o transtorno do pânico, os picos de ansiedade que ocorrem no transtorno de ansiedade generalizada, episódios de fobia social etc.

    Desmaio, em medicina, são episódios de perda de consciência e queda ao chão (se a pessoa estiver de pé), causados por uma insuficiência no sangue (e, portanto, no oxigênio) que chega ao cérebro. Desmaios verdadeiros raramente ocorrem como consequência de episódios de ansiedade, mas podem acontecer, envolvendo alterações dos batimentos cardíacos e do sistema de vasos sanguíneos que podem levar à diminuição da oxigenação do cérebro.

    Por vezes, entretanto, as pessoas leigas chamam de "desmaio" outras situações como, por exemplo, sintomas de vertigem ("tontura") acentuados, ou náuseas ou sensações de cabeça "leve" ou "oca". Este tipo de fenômenos é frequente, em picos de ansiedade.

    Para a ansiedade, em geral o mais indicado são medicações (as de primeira linha costumam ser os inibidores seletivos de recaptação de serotonina). Isto, porque se acredita que pessoas que desenvolvem quadros graves de ansiedade têm uma alteração química cerebral que pode ser controlada com estes remédios.

    Além das medicações, frequentemente se acrescenta algum tipo de psicoterapia. A psicoterapia ajuda a pessoa a entender melhor seus comportamentos e sua relação com o mundo e a encontrar, assim, quais são os problemas de sua vida que podem estar relacionados ao seu quadro de ansiedade. A hipnose, assim, seria inadequada, pois não levaria a pessoa a conhecer-se melhor, apenas atuando sobre os sintomas e não sobre as causas.

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