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Ivan Mario Braun

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Bom dia. Estou tomando Rivotril duas vezes ao dia, qual o efeito maléfico que pode causar à memória?
  • O Rivotril* (clonazepam) é um remédio do grupo dos benzodiazepínicos. Estes remédios levam a prejuízos da memória, principalmente da memória que chamamos de "episódica", ou seja, aquela relacionada a lembrar dos fatos que ocorrem ao longo do tempo. Assim, as pessoas esquecem onde guardam objetos, nomes, o que fizeram no dia anterior. Geralmente, o maior comprometimento é da memória recente: isto é, fatos que ocorreram antes do uso do remédio costumam permanecer na memória.

    Além disso, pode haver um tipo de falha de memória que se chama de "amnésia anterógrada", em que a pessoa faz algo logo após tomar a medicação e se esquece do que fez. Este tipo de amnésia é, às vezes, tão grave, que há relatos de pessoas que chegaram a viajar de uma cidade para outra, acordam num hotel e não se lembram de ter saído de casa.

    Finalmente, existem estudos que sugerem que, quando usados a longo prazo, os benzodiazepínicos podem levar a deficiências de memória definitivas, que permanecem mesmo depois que a pessoa pára de tomar a medicação.

    Assim, hoje em dia, a recomendação de que, quando necessárias, estas medicações sejam usadas apenas por algumas semanas. Geralmente, há opções eficazes e sem efeitos colaterais tão sérios.

    A favor dos benzodiazepínicos se pode dizer que sua ação é rápida e os riscos de intoxicação são baixos. Além disso, em algumas doenças, como alguns tipos de epilepsia, trazem vantagens sobre outras medicações.

    Mas, como geralmente são usadas no tratamento da ansiedade e da insônia, há opções melhores que, a médio prazo, obtêm os mesmos efeitos.

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    Dr. Ivan Mario Braun
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Estou tendo problemas ao dirigir o carro. Quando pego trânsito, viadutos e pontes não consigo dirigir. Tenho que parar o carro, parece que vou desmaiar. Tem algum tratamento para isto? Está atrapalhando muito meu trabalho. Será que é Pânico?
  • O seu problema se chama "fobia". Possivelmente, trata-se da acrofobia, um medo de lugares muito altos. O tratamento mais eficiente deste tipo de transtorno são as técnicas comportamentais, que envolvem exercícios em que a pessoa aprende a vencer este medo.

    Quanto às crises de pânico, são eventos súbitos em que a pessoa sente muita ansiedade, medo ou angústia (por vezes, sente que vai morrer), associado à falta de ar, tremores, suor, palpitações do coração, tontura, vista turva ou outros sintomas físicos. As crises de pânico podem aparecer durante uma situação da qual a pessoa tem medo, mas também surgem espontaneamente, quando o paciente nem se sente ansioso, com medo. Podem aparecer até durante o sono. As crises de pânico têm um tratamento medicamentoso muito eficiente, geralmente com base em medicações "inibidoras seletivas de recaptação da serotonina" (ISRS), que corrigem as alterações químicas cerebrais relacionadas ao pânico. Elas não causam dependência e, muitas vezes, tratam as crises de pânico em apenas algumas semanas.

    Devem ser evitadas medicações "tarja preta", que aliviam os sintomas, mas podem causar dependência física, quedas e problemas de memória.

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Tenho sono em excesso. Não consigo estudar, trabalhar, me relacionar. Não tenho foco nem ânimo. O quê eu posso ter?
  • Vários tipos de problemas podem levar à sonolência excessiva: depressão, problemas respiratórios, insônia e doenças clínicas como o hipotireoidismo.

    Seria importante você passar num especialista em sono para verificar problemas clínicos, respiratórios ou específicos do sono (como, por exemplo, síndrome das pernas inquietas e transtorno de movimentos do sono REM).

    Se não forem constatados problemas específicos do sono, consulte um psiquiatra.

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    Dr. Ivan Mario Braun
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Tenho 43 anos e desde os 17 tenho depressão. Já me tratei com alguns médicos da área mas até hoje não tive o retorno desejado, sinto muita angústia, tristeza, choro muito, sinto uma dor no peito, não tenho vontade de fazer nada, sinto dores no corpo.
  • Vou tentar complementar a resposta que você já recebeu de outro colega, que está correta.

     

    Aparentemente, você tem uma depressão associada a sintomas de ansiedade. Alguns antidepressivos são mais eficazes que outros, neste tipo de quadro. Esta pode ser uma causa possível de sua ausência de controle.

     

    Por outro lado, infelizmente, alguns casos de depressão, bem mais raros, mesmo tratados adequadamente, não são controlados.

     

    Também existe a questão de se o(a) paciente está tomando as medicações adequadamente. Há muitas pessoas que, por medo de tomar medicações (medo de dependência, por exemplo) ou por sentirem efeitos colaterais, acabam não aceitando os remédios que o psiquiatra prescreve ou tomando doses erradas. Isto é uma causa frequente de a pessoa não ficar boa. Assim, é fundamental tomar as medicações corretamente, na dose prescrita pelo médico e pelo tempo adequado (geralmente, há necessidade de se experimentar um remédio por semanas ou meses e, se o efeito for adequado, pode haver necessidade de tomá-lo pelo resto da vida).

     

    Quando as medicações foram usadas corretamente, pode haver necessidade de se utilizar alguns tipos de medicação que não são propriamente antidepressivos, mas podem ajudar na ação deles, tais como o pramipexol (usado na doença de Parkinson) ou hormônios tireoidianos.

     

    Apesar de haver muito preconceito contra ele, um tratamento muito eficaz para alguns casos de depressão grave é a eletroconvulsoterapia (ECT), que tem o nome pejorativo de "eletrochoque". Ao contrário do que muitos pensam, trata-se de um tratamento indolor e sem efeitos colaterais graves. Ele é feito sob o efeito de uma leve anestesia geral e a aplicação de relaxantes musculares. A aplicação propriamente dita dura cerca de 2 segundos, durante os quais se faz passar uma corrente elétrica pelo cérebro. Quando indicado corretamente, é um tratamento seguro e que, algumas vezes, tem efeito mais rápido que o uso de antidepressivos.

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Estou tomando olcadil há mais de um mês para depressão, mas não estou sentindo melhoras. O que faço?
  • O cloxazolam (que é a substância que o Olcadil* contém) não é uma medicação apropriada para depressão. Ele é uma medicação para ansiedade, do grupo dos benzodiazepínicos.

     

    O uso dele, hoje em dia, costuma ser evitado, pois esta família de drogas pode causar problemas de memória, coordenação motora e quedas. Quando usado, recomenda-se que não seja em pessoas acima dos 65 anos e seu uso não dure mais de 4 a 6 semanas.

     

    Se seu diagnóstico for realmente depressão e esta for a única medicação que estiver sendo usada, seu tratamento está equivocado.

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