Ivan Mario Braun
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O autismo é um transtorno que se caracteriza por uma dificuldade de relacionamento com outras pessoas que é devida, pelo menos em parte, à dificuldade que o autista tem de perceber sentimentos e emoções e, consequentemente, de lidar com as pessoas com base nestas percepções. Além disto, o autista pode ter outras dificuldades como, por exemplo, aprender certos conceitos ou considerar fenômenos de modo global (ele tende a se prender aos detalhes e a não perceber o todo); comportamentos repetitivos, que vão desde a necessidade de vestir sempre as mesmas roupas e consumir os mesmos alimentos até atitudes de auto-estimulação repetitivas que, por vezes, chegam a ser auto-agressivas. O autismo, frequentemente (mas nem sempre) vem associado a dificuldades de linguagem e algum grau de retardo mental. Autistas muito inteligentes, por sua vez, geralmente são considerados como tendo a "Síndrome de Asperger", uma forma mais amena de autismo, na qual as pessoas conseguem atingir graus elevados de funcionalidade (um bom exemplo é Temple Grandin, uma professora universitária americana envolvida em estudos sobre como reduzir o sofrimento de animais criados para abate, que possui muitas pesquisas científicas e livros publicados).
De modo geral, apesar de que professores podem detectar sintomas de autismo, nas crianças, deve-se levá-las a um psiquiatra para que se possa ter certeza do diagnóstico.
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De modo geral, usa-se o termo "psicoterapia" de modo intercambiável com "terapia", ou seja, denominando o mesmo tipo de tratamento.
Entretanto, existe uma instância onde isto não ocorre:
O termo "psicoterapia" envolve uma raiz, "psique", que significa"alma" e, por extensão, "mente". A maioria das terapias tem como pressuposto que o funcionamento mental faz parte das causas dos comportamentos humanos e que a pessoa entender como funciona sua mente a ajudaria a lidar melhor com seus problemas.
Entretanto, existe uma linha de terapia que não leva em consideração fenômenos mentais: a terapia comportamental. Ela se propõe a analisar a relação que as pessoas têm com o mundo e considera que, se a pessoa entender melhor esta relação, conseguirá rersolver melhor seus problemas. Para a terapia comportamental, os fenômenos mentais são apenas consequência desta relação da pessoa com o mundo e não uma causa de seus problemas. Se a relação da pessoa com o mundo for corrigida, sua mente mudará, como consequência. Para a terapia comportamental, assim, não se usa o termo "psicoterapia".
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Psicose é todo quadro em que a pessoa perde algum aspecto de seu vínculo com a realidade: pode envolver delírios, alucinações ou, por vezes, ela se manifesta apenas através de comportamentos bizarros ou um pensamento muito desconexo.
Delírios - a pessoa pensa que está sendo perseguida; que há um complô contra ela; que as pessoas na rua sabem o que ela pensa; que ela é especial, escolhida por Deus ou mesmo o próprio Deus. Há muitos tipos de delírio e a característica comum a todos eles é que estes pensamentos não cedem à argumentação - por mais que se explique e se dê provas ao contrário, a pessoa continua acreditando neles.
Alucinações - podem ser a visualização de objetos ou seres que não estão lá, na realidade. Entretanto, geralmente, são alucinações auditivas ou seja, a pessoa ouve vozes que lhe dão ordens, comentam seus atos, conversam entre si, dão conselhos etc.
Comportamentos bizarros - a pessoa tira as roupas, assume posturas desconfortáveis nas quais permanece por longos períodos, de modo inadequado e fora do contexto; movimentos repetitivos e complexos sem que a pessoa perceba que eles são inadequados, despropositados; risos imotivados.
Estão entre os quadros psicóticos as esquizofrenias, o transtorno esquizo-afetivo, a depressão psicótica, o transtorno bipolar psicótico, o transtorno delirante, o transtorno esquizofreniforme e, ainda, alguns outros quadros que não são classificados.
Qualquer pessoa com suspeita de quadro psicótico deve ser avaliada por um psiquiatra pois, em geral, o quadro não desaparece sozinho ou, quando desaparece, tende a voltar, quando não tratado.
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A depressão e as crises de pânico são tratadas, preferencialmente, com medicações inibidoras de recaptação de serotonina. O Venlaxin*, cujo princípio ativo é a venlafaxina, é uma destas medicações.
Se a venlafaxina que você está usando não foi suficiente para, sozinha, acabar com sua depressão e as crises de pânico, é possível que:
1. a dose dela não seja suficiente, no seu caso;
2. você não a tenha tomado por tempo suficiente;
3. você tenha um quadro que não tem boa resposta à venlafaxina.
Na terceira situação, podem ser tomadas várias medidas, tais como troca da medicação ou acréscimo de outros remédios para aumentar o efeito da venlafaxina.
É possível que, no seu caso, o médico tenha feito esta última opção e por isto acrescentou o Ansitec* (buspirona) e o alprazolam.
Quanto à dificuldade de entender e ao esquecimento, eles podem decorrer da própria ansiedade e da depressão, ter uma causa independente (por exemplo, déficit de atenção ou sintomas de amnésia de origem orgânica) ou ser consequência do uso do alprazolam. O alprazolam é uma medicação do grupo dos benzodiazepínicos e, hoje em dia, a não ser em casos excepcionais, recomenda-se que este tipo de remédios seja usado por um máximo de algumas semanas, pois um de seus principais efeitos colaterais são as dificuldades de memória. Estas dificuldades podem aumentar com a quantidade usada e o tempo de uso e, em alguns casos, mesmo depois da retirada da medicação, os problemas de memória podem não desaparecer completamente.
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A falta de sono e a anorexia (falta de apetite) ocorrem numa série de transtornos psiquiátricos: quadros depressivos, ansiosos e mesmo psicóticos.
Ter medo do escuro pode, também, ter várias origens, que vão desde fobia de escuridão, estresse pós-traumático, pesadelos e, também, quadros psicóticos nos quais a pessoa esteja tendo alucinações e delírios relacionados ao escuro.
Quanto a "estar vendo coisas", é possível que esteja tendo alucinações (ou seja, vendo coisas que não estão realmente lá) como parte de um quadro psicótico (de perda da noção do que é real) ou mesmo como um fenômeno natural que ocorre quando a pessoa está acordando, adormecendo ou muito sonolenta.
Assim, faltam informações suficientes para poder dar uma ideia mais precisa do que possa estar ocorrendo com seu filho. Mas, claramente, ele precisa de uma avaliação psiquiátrica na qual, conversando com ele e com você, o psiquiatra poderá encontrar a causa dos problemas dele.