Ivan Mario Braun
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Situações de separação podem fazer sofrer e algumas pessoas são mais sensíveis que outras. Também, algumas separações são mais penosas que outras. Isto é normal, pode passar com o tempo, mas uma psicoterapia pode ser útil, sim, em ajudar você a lidar com a situação.
 
Entretanto, por vezes, situações estressantes como uma separação desencadeiam, em algumas pessoas, quadros de depressão: o pesar, a tristeza e o desânimo são mais profundos e prolongados e a pessoa passa a não conseguir vivenciar os aspectos positivos da vida; por vezes, há alterações de apetite (para mais ou para menos), do sono (para mais ou para menos) e mesmo da capacidade de concentrar-se nas tarefas do dia-a-dia (principalmente naquelas mais intelectuais). Frequentemente ocorre uma grande quantidade de pensamentos tristes.
 
Se for um caso de depressão, geralmente a pessoa deve tomar remédios para aliviar. Estas medicações têm poucos efeitos colaterais e não causam dependência.
 
Somente um psiquiatra pode diferenciar a depressão da simples tristeza e luto e indicar o tratamento correto. Assim, seria interessante procurar um psiquiatra. Se seu caso for somente de psicoterapia, ele saberá orientá-la.
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A venlafaxina é uma boa medicação para transtornos de ansiedade.
 
Por vezes, este tipo de mediações (inibidores seletivos de recaptação de serotonina - ou "ISRS") causam sonhos vívidos e pesadelos, no início do tratamento. Estes efeitos colaterais tendem a passar com o uso, assim não seria de se esperar que piorassem, como é seu caso (a não ser que tenha havido um aumento recente da dose). Seria necessário verificar se existe algum outro problema de sono associado que poderia explicar o porquê de você estar tendo estes sonhos.
 
A venlafaxina não causa dependência, porque substâncias que causam dependência são aquelas que dão "barato" (geralmente sensação de prazer imediato) e a pessoa, ao longo do tempo, frequentemente sente necessidade de aumentar a dose e/ou a frequência de uso. A venlafaxina as pessoas conseguem parar de usar com facilidade, apenas que a dose deve ser diminuída lentamente, para a pessoa não se sentir mal.
 
A venlafaxina, em doses baixas, é um remédio que pode ser considerado "suave", com poucos efeitos colaterais e bom perfil de segurança. Existem várias opções de tratamento diferentes da venlafaxina, com eficiência semelhante, mas não existem medicações mais modernas e que sejam mais eficientes que a venlafaxina. Depende de cada pessoa e seu psiquiatra deve estar capacitado a fazer escolhas entre os diversos tratamentos.
 
Por favor, não faça nenhuma mudança em relação ao remédio sem falar com seu psiquiatra.
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O tabagismo é um dos maiores responsáveis por doenças e mortes, no mundo.
 
Assim, com certeza, todos que param estão aumentando a chance de terem uma boa qualidade de vida.
 
O uso do adesivo, da goma e da pastilha de nicotina sem acompanhamento de especialistas não costuma ter resultados superiores, de modo que, possivelmente, você parou mais por sua própria força de vontade que pela ajuda da nicotina.
 
Infelizmente, na maioria das dependências, tentar controlar não funciona, a longo prazo. Existe uma tendência maior à recaída, naquelas pessoas que tentam fumar "só um pouco".
 
Entretanto, existe uma série de recursos, na comunidade, para tratar fumantes, inclusive grupos gratuitos em postos de saúde. Por vezes, instituições de ensino e pesquisa, como o Hospital das Clínicas da USP ou outras também têm tratamentos. Nos tratamentos se usam as várias formas de reposição de nicotina que citei acima e remédios como a bupropiona, a vareniclina e a citisina (ainda não disponível no Brasil). As medicações possuem poucos efeitos colaterais e aumentam bastante a eficácia do tratamento.
 
Em relação à sua falta de vontade de parar, é normal que muitos usuários de drogas (e nicotina é uma droga) tenham este tipo de ambivalência: têm vários motivos para parar mas, ao mesmo tempo, o cigarro muitas vezes é companhia para momentos de tristeza e alegria, tédio, excesso de sono, alívio de estresse. Tem gente que fuma para conseguir evacuar, de manhã e até pessoas que fumam embaixo do chuveiro. Há aqueles que fumam para conseguir dormir (apesar de a nicotina, a médio prazo, piorar o sono) e os que fumam para combater, momentaneamente, a depressão e a ansiedade (apesar de que, a médio prazo, o cigarro piora a depressão e a ansiedade).
 
Existem técnicas chamadas de "técnicas motivacionais" que ajudam pessoas em dúvidas a decidirem com mais segurança sobre se vão ou não parar.
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O exame neuropsicológico se baseia no fato de que algumas áreas cerebrais se relacionam diretamente ao desempenho da pessoa numa série de áreas cognitivas.
 
O exame neuropsicológico geralmente é feito por psicólogos especializados em neuropsicologia. Procure aqueles que tiveram uma formação teórica e prática longa (pode durar até dois anos), em instituições de ensino confiáveis.
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Pessoas que sentem sintomas e fazem exames sem resultados positivos podem continuar tendo problemas por vários motivos:
- podem ter algum problema clínico que não tenha sido descoberto, apesar dos exames;
- pessoas muito ansiosas por vezes sentem dores, tensões, náuseas, batimentos cardíacos acelerados e outros sintomas físicos (como ocorre, por exemplo, nas crises de pânico) e os clínicos não detectam nada nos exames;
- pessoas com depressão podem ter ansiedade associada e, da mesma forma que nas ansiosas "puras", apresentar sintomas físicos;
- pessoas com depressão podem ficar mais sensíveis a dores e apresentar sintomas dolorosos que normalmente não seriam percebidos;
- existem pessoas com um transtorno chamado de "transtorno ansioso de adoecimento" (antigamente chamado de "hipocondria") que, associado a um alto grau de ansiedade, têm uma preocupação excessiva com a própria saúde e valorizam em demasiado quaisquer pequenos sintomas e têm sempre receio de que seja algo grave;
- existe um distúrbio denominado de fibromialgia, em que pessoas sentem dores em músculos e articulações sem aparente causa clínica e com exames normais; possivelmente, se trata, também, de um aumento da sensibilidade a certos tipos de dor;
- eventualmente, pessoas com quadros psicóticos (perda do contato com a realidade) podem ter ideias delirantes de que estão doentes; isto ocorre com alguma frequência em quadros depressivos graves, chamados de "depressão psicótica".