Ivan Mario Braun
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Alterações de comportamento com agressividade intensa podem ter várias origens: podem ser devidas a quadros psiquiátricos como transtorno bipolar, depressões ou mesmo ansiedade grave. Em alguns casos, comportamentos alterados podem provir mesmo de outras doenças do organismo ou do cérebro. Outras vezes, os comportamentos agressivos tem a ver com problemas do casal ou que estejam ocorrendo na vida da pessoa agressiva.
 
Realmente, há necessidade de um psiquiatra para determinar as possíveis causas do comportamento de sua esposa e indicar as melhores soluções.
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Não é tão raro se ver pessoas com depressão, em tratamento, e que não melhoram ou que apenas passam algumas fases melhor, para, depois, piorar novamente. As causas mais frequentes para que isto ocorra são as seguintes:
1) a pessoa tem um quadro de depressão resistente ao tratamento - algumas pessoas, por mais que se tente os vários tratamentos existentes, continuam deprimidas e nunca ficam totalmente bem; isto é bastante raro, dada a multiplicidade de tratamentos existentes: vários tipos de antidepressivos e combinações de antidepressivos; eletroconvulsoterapia; adição, aos antidepressivos, de medicações potencializadoras como estabilizadores do humor, antipsicóticos, hormônios, anfetaminoides; associação de estimulação magnética; associação de terapia cognitiva; em casos raríssimos psicocirurgia; ou seja, há muitas opções, de modo que a imensa maioria das pessoas fica controlada ou, pelo menos, melhora bastante.
2) o tratamento não foi correto - há pessoas que não têm paciência para aguardar resultados e logo pressionam o médico para mudar suas medicações; frequentemente mudam de médico e, os novos médicos não levam em conta o que foi feito (ou não foi feito) e iniciam um tratamento com outra medicação; a consequência é que, frequentemente encontramos pessoas que usaram um grande número de medicações, porém as doses nunca foram suficientes e a duração do uso também não. Explicando melhor: todos os remédios possuem doses mínimas (como, por exemplo, 20 mg de fluoxetina ou 50 mg de sertralina ou 100 mg de imipramina), abaixo das quais é altamente improvável que haja melhora; quase todas as medicações possuem, também, doses máximas (como 80 mg de fluoxetina, por exemplo), acima das quais não vale a pena chegar, pois o efeito não aumenta - isto é, se não houve uma melhora considerável com 80 mg de fluoxetina, não se deve aumentar, pois doses maiores não são mais eficazes. Como exposto acima, existem vários tipos de tratamentos antidepressivos e associações e, muitas vezes, médicos mais inexperientes não conhecem todas as possibilidades. Além do que, há períodos mínimos e máximos pelos quais se deve usar cada medicação. Se o período for muito curto, não dá para saber se o remédio teria efeito se a pessoa continuasse tomando por mais tempo, pois a maioria dos efeitos demora até algumas semanas para se fazer sentir. Se o período for longo demais, está se perdendo tempo, pois a medicação não mostrou sua utilidade. NÃO existe uma regra rígida mas, aproximadamente, nenhuma dose de medicação deve ser usada por menos de 2 a 3 semanas ou por mais de 2 meses.
Na minha prática de mais de 27 anos, a maioria das pessoas cai na última categoria: por insistência própria ou por inexperiência dos médicos, usaram vários tipos de medicação, porém em dose ou por tempo insuficiente.
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Várias podem ser as causas deste problema. Por exemplo:
 
1) É possível que ele precise apenas de uma reorientação em seus objetivos e estilo de vida. Numa psicoterapia, pode-se discutir vários aspectos, tais como: quais são as metas de uma pessoa, como atingi-las; se há outras metas alternativas, que exijam menos esforço e causem menos estresse; como aliviar o estresse excessivo; se há, fora o profissional, outros fatores que estejam sobrecarregando a pessoa.
 
2) Pode ser um caso de depressão, quadro no qual a pessoa se sente profundamente triste e/ou desanimada, tudo lhe parece excessivamente cansativo e sem graça; aquilo que normalmente lhe dava prazer não mais lhe traz satisfação; há, frequentemente, alterações de sono (excesso ou insônia), diminuição do desejo sexual, alterações de apetite (excesso ou, mais comumente, falta). Frequentemente a pessoa é assolada por ideias tristes e pessimismo. Nestes casos, costuma haver necessidade do uso de medicações antidepressivas para controlar o problema.
 
Ele precisa de uma avaliação psiquiátrica, para fazer o diagnóstico exato e verificar as alternativas de tratamento.
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As crises de pânico se caracterizam por sensação súbita de medo, desespero ou angústia (muitas vezes, a pessoa sente que vai morrer), acompanhados de sintomas como falta de ar, tontura, vista embaçada, tremores, suor, palpitações no peito, sensações desagradáveis na barriga, formigamento, sensação de estar andando sobre nuvens ou outros sintomas físicos.
Quando estas crises aparecem com uma frequência grande, elas são diagnosticadas como transtorno de pânico e, frequentemente, são tratadas com medicações.
As principais medicações para o tratamento do pânico são os inibidores seletivos de recaptação de serotonina, dos quais o escitalopram é um exemplo.
Em casos mais graves, principalmente no início do tratamento, usam-se algumas medicações do grupo dos benzodiazepínicos como, por exemplo, o alprazolam.
A vantagem dos benzodiazepínicos é que eles trazem um alívio rápido das crises, enquanto medicações como o escitalopram podem demorar semanas para agir adequadamente. A desvantagem dos benzodiazepínicos é que podem causar problemas de coordenação motora e memória. Os problemas de memória podem ser tão mais graves quanto maior a dose e maior o tempo de uso. Em pessoas acima dos 60 anos, também, devem ser evitados, sempre que possível, pois podem causar quedas. Os benzodiazepínicos devem ser evitados, sempre que possível e, quando necessários, de modo geral, devem ser usados por apenas algumas semanas. Apenas em casos muito graves de pânico, nos quais toda a outra gama de medicações disponíveis não tenha funcionado é que se justifica o tratamento, a longo prazo, com medicações do tipo alprazolam.
Em relação ao zolpidem, trata-se de uma medicação criada para o tratamento de quadros de insônia e, em princípio, não tem nenhuma indicação no tratamento do pânico, em si. Ele tem efeitos colaterais semelhantes aos benzodiazepínicos, incluindo problemas de memória. Assim, também, sempre que possível, deve ser evitado e se deve tratar a insônia com outras medidas como, por exemplo, a higiene do sono.
O enjoo, a tremedeira nas pernas e a dor de cabeça, se estão ocorrendo dentro das suas crises de pânico, são parte delas, pois as crises de pânico incluem vários sintomas físicos. Neste caso, deve falar com seu psiquiatra para verificar se as doses de medicação que toma estão sendo adequadas, se você já tomou por tempo suficiente para sentir seu efeito ou se elas devem ser substituídas por outras medicações.
Se os sintomas de enjoo, tremedeira e dor de cabeça estiverem ocorrendo fora das crises, podem ter muitas causas, desde uma ansiedade excessiva até causas clínicas que podem requerer a avaliação de um clínico geral.
Em relação à sua dificuldade de parar o alprazolam, é uma situação frequente: um dos aspectos negativos das medicações da família do alprazolam (veja meus comentários acima) é que é difícil de parar de tomá-las, em muitos casos. Este problema tem duas soluções:
1 - primeiramente, é necessário que suas crises de pânico estejam totalmente ou quase totalmente controladas através de um tratamento adequado com outro tipo de medicação como, por exemplo, o próprio escitalopram;
2 - quando você estiver controlado(a) ou quase controlado(a) das crises de pânico, o alprazolam pode ser diminuído bem lentamente, pelo médico; a velocidade de diminuição deve ser a máxima que o(a) paciente suporte com frequente; por vezes, a gente demora meses para conseguir retirar a medicação; o importante é sempre diminuir um pouco e, uma vez que tenha sido feita a diminuição, não retornar à dose anterior - é melhor retirar bem devagarinho e sempre.
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Algumas pessoas têm medos exagerados de algumas situações na vida como, por exemplo, alturas, locais fechados ou, no seu caso, dirigir.
 
Dirigir realmente apresenta alguns riscos mas, para a maioria das pessoas que dirigem, isto representa uma ameaça com a qual conseguem lidar simplesmente dirigindo de modo cauteloso.
 
Quando ocorrem estes medos exagerados, fala-se em "fobias". No seu caso, é uma fobia de dirigir.
 
Muitas vezes, estas fobias aparecem no contexto de uma depressão ou transtorno de ansiedade generalizada e, nestes casos, o uso de uma medicação (geralmente, um inibidor de recaptação de serotonina) pode ajudar a melhorar o problema.
 
Entretanto, em outros casos, a fobia ocorre sem que haja sintomas de depressão ou outros sintomas de ansiedade ou também pode acontecer que a depressão e a ansiedade sejam tratadas, mas a fobia continue.
 
Nestes casos, usam-se técnicas baseadas na terapia comportamental, geralmente envolvendo exercícios em que a pessoa se acostume (ou reacostume), progressivamente, a dirigir.
 
A terapia para a fobia de dirigir pode ser feita por psiquiatras ou psicólogos experientes neste tipo de tratamento e mesmo algumas escolas de condutores possuem cursos para pessoas que têm um medo exagerado.
 
É importante que não tente controlar sua fobia com tranquilizantes benzodiazepínicos (aqueles que têm embalagem com faixa preta), pois eles não tratam o problema, podem dar problemas de memória e de incoordenação motora além de, em alguns casos, causarem dependência.