Ivan Mario Braun
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Primeiramente, "histeria" não é nada simples. Uma pessoa que reage a situações de estresse apresentando sinais físicos está se comunicando de uma forma deficiente com o ambiente, o que lhe traz sofrimento e muitas vezes também àqueles que a cercam - daí a procura de ajuda. E as síncopes de natureza psicogênica não são nem um pouco fáceis de tratar.
Por outro lado, deve-se ter muito cuidado antes de se diagnosticar um desmaio como sendo de origem psicogênica (psicológica). Há casos de predisposição cardiovascular (vasovagal) nos quais o estímulo táctil pode levar, eventualmente, a manifestações motoras. Ou seja, antes de se concluir que o problema é psicológico, deve-se fazer uma extensa investigação médica. E, se for concluída a origem psicológica, de modo algum se deve ter uma atitude de desprezo em relação ao(à) paciente ou usar o termo histeria no sentido pejorativo - trata-se de alguém que reage de uma forma específica ao sofrimento - ou para evitá-lo - e que merece tanta atenção quanto qualquer outro doente/paciente.
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Neurose é um termo que, hoje em dia, geralmente é substituído por transtornos de ansiedade e que se refere a pessoas que sejam excessivamente preocupadas ou tenham medos exagerados ou irracionais (fobias) ou pensamentos intrusivos desagradáveis e absurdos, seguidos por rituais para aliviá-los (transtorno obsessivo-compulsivo) ou reações prolongadas e excessivas a eventos traumáticos (transtorno de estresse pós-traumático) ou crises súbitas de angústia, ansiedade, medo ou desespero, acompanhadas de sintomas como falta de ar, tremores, suor, tontura, vista turva, sensações desagradáveis na barriga, vontade de fazer xixi ou cocô, palpitações no peito, calafrios ou ondas de calor (ataques de pânico).
 
Pessoas ansiosas frequentemente têm mais reações de sobressalto (sustos).
 
Depressões são episódios prolongados de desânimo, tristeza profunda ou incapacidade de sentir prazer, associadas a falta ou excesso de sono, falta ou excesso de apetite, dificuldades de concentração ou pensamento alentecido, agitação ou inquietação, pensamentos muito tristes (lembranças tristes predominantes, sentimentos de culpa excessivos, ideias de morrer - não apenas medo de morrer ou mesmo de matar-se); muitas vezes irritabilidade ou choro frequente também podem estar presentes.
 
Apesar de que as pessoas, com base no que ouvem ou leem a respeito, podem desconfiar de ter determinado transtorno psiquiátrico e mesmo, em alguns casos, descobrir seu próprio diagnóstico, apenas um profissional habilitado (no caso, de preferência, um psiquiatra) poderá dar certeza.
 
Às vezes o psiquiatra prescreverá remédios. Outras vezes, em casos mais leves, sugerirá uma psicoterapia. Na psicoterapia, conduzida por psiquiatra ou psicólogo, a pessoa expõe seus sentimentos, emoções e problemas e, juntamente com o profissional, procura entendê-los e achar saídas. A ideia por trás destas técnicas é que certos problemas em nossas vidas podem trazer emoções e sentimentos negativos e que, resolvendo estes problemas, estes sentimentos podem desaparecer. Muitas vezes, opta-se por uma associação de medicações e psicoterapia.
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É uma questão difícil, pois depende inclusive do modo como se define esquizofrenia, transtorno bipolar e um transtorno intermediário, o transtorno esquizo-afetivo. Mas, segundo um dos estudos que encontrei, os riscos de irmãos de bipolares serem esquizofrênicos é de 3 a 4 vezes maior do que na população geral e de filhos serem esquizofrênicos é de 2 a 3 vezes. Possivelmente, suas chances são semelhantes à da população geral, já que temos o dado de que sua mãe NÃO tem transtorno bipolar.
 
Porém, a herança dos transtornos psiquiátricos é complexa, envolvendo múltiplos genes. E estes genes podem ou não ser ativados dependendo de uma série de condições. Por exemplo, maus tratos na infância e abuso de álcool e maconha se relacionam ao desencadeamento de esquizofrenia.
 
Então, potencialmente, é possível que sua mãe tenha os genes, mas eles não tenham se expressado.
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As primeiras consequências do alcoolismo são comportamentais: as pessoas que abusam do álcool, num primeiro momento, frequentemente continuam trabalhando e exercendo a maioria de suas funções, porém têm comportamentos inadequados, numa série de circunstâncias. Assim, quando bebem, em festas, falam demais, brincam demais ou, ao contrário, vão a um canto e se isolam ou, quando a festa é em casa, talvez saiam do convívio dos outros e vão dormir. Algumas pessoas ficam agressivas. Pode ocorrer que indivíduos que abusem de álcool comecem a chegar atrasados em seu trabalho porque estão de "ressaca" por terem bebido, de noite ou porque dormiram demais de manhã e perderam o horário. Podem dirigir após beber, com todos os riscos que isto implica. Mesmo o frequente hálito etílico pode incomodar quem convive com a pessoa que abusa de bebidas. Pode também haver blecautes ou apagamentos, nos quais a pessoa esquece o que fez quando esteve embriagado.
Num segundo momento, os prejuízos comportamentais podem acentuar-se e, por problemas cognitivos (por exemplo, dificuldades de memória e raciocínio), haver dificuldades no trabalho ou no estudo. O prejuízo cognitivo pode ser muito acentuado, após anos de consumo, chegando a um ponto no qual a pessoa não mais consegue gravar fatos recentes, chamado de síndrome de Wernicke-Korsakof ou mesmo à demência alcoólica. Na parte física, o álcool pode levar também a quadros inflamatórios do figado (hepatites) que, após anos podem levar à cirrose, um quadro gravíssimo. O álcool também pode, em longo prazo, afetar o coração, causar úlceras pépticas e câncer em várias partes do trato gastrintestinal. Doenças devidas a faltas de vitaminas e anemia também podem ocorrer. Entretanto, estas doenças são de estabelecimento em geral mais lento e não se deve esperar que ocorram para que se procure tratamento para o alcoolismo.
O tratamento para alcoolismo geralmente deve ser multidisciplinar, envolvendo psiquiatras especializados e, por vezes, psicólogos, assistentes sociais e mesmo terapeutas ocupacionais. Médicos clínicos também devem ser periodicamente consultados.
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Bom, você fez um relato e não uma pergunta. Mas, imagino que esteja querendo saber o que pode estar acontecendo com sua filha mais velha.
 
Primeiramente, é importante deixar claro que é impossível (e proibido) fazer um diagnóstico sem avaliar a paciente pessoalmente.
 
Apesar de as pessoas serem diferentes umas das outras e de isto não ser necessariamente um problema, crianças que sejam excessivamente retraídas e tímidas devem ser observadas e eventualmente levadas a um especialista (psicólogo, psicopedagogo ou psiquiatra com experiência em crianças), pois alguns transtornos já ocorrem nesta fase da vida ou se iniciam nela. Assim, depressão, alguns transtornos ansiosos e alguns transtornos de personalidade podem se iniciar já na infância e se agravar, se não forem devidamente tratados.
 
Falar em morrer e não querer ir à escola pode ser uma forma de se esquivar dos deveres, mas não se deve partir deste pressuposto, porque seria perigoso. Há crianças e adolescentes, também, que se isolam em função de se relacionarem mais através de redes sociais, o que por si só também não é muito saudável. Entretanto, somando todos estes comportamentos, é muito importante que procure um psiquiatra com experiência com crianças e adolescentes, pois há grande possibilidade de sua filha estar apresentando um transtorno psiquiátrico. O mais comum, com este tipo de sintomas, é a depressão, mas outros transtornos também podem se iniciar com isolamento e sintomas depressivos. Leve-a o mais rápido a um profissional, porque se o problema for grave, estará prevenindo consequências sérias e, se não for, sentirá alívio por ser confortada.