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Ivan Mario Braun

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Quando bebo perco a noção e sinto vontade de usar drogas. Quero parar de beber bebida alcoólica, mas não consigo. O que fazer?
  • Em primeiro lugar, é importante esclarecer que o álcool também é uma droga. A grande diferença é que é vendida legalmente: é uma droga lícita.

     

    Você deve estar se referindo às drogas ilícitas.

     

    Como você mesmo diz, um passo muito importante seria parar de beber. Os tratamentos para parar de beber não são perfeitos, mas há bastante coisas para se fazer:

     

    1 - Medicações: existem 3 medicações suficientemente comprovadas para uso nos problemas com álcool: a naltrexona, o dissulfiram e o acamprosato (este parou de ser vendido no Brasil e precisa ser importado). Os três possuem modos de ação diferentes e PODEM ser usados ao mesmo tempo.

     

    2 - Terapia: existem vários tipos de terapia para os problemas do álcool e nenhuma delas é comprovadamente melhor que a outra. Uma das formas mais usadas de terapia, atualmente, é a comportamental-cognitiva, que envolve técnicas com o objetivo de aumentar a motivação da pessoa para parar de beber, identificação daquelas situações em que a pessoa fica mais propensa a beber e ensinar a pessoa a viver sem o álcool, pois ele frequentemente é um "companheiro". Mudanças de estilo de vida também podem ser úteis.

     

    Em relação às outras drogas, a psicoterapia é recomendável em todos os casos. Para algumas, existem medicações comprovadas mas, para outras, não há nenhum tratamento suficientemente garantido com medicações:

     

    - cocaína - não existe nenhuma medicação suficientemente comprovada; existem alguns estudos com bons resultados com o uso da bupropiona, usada também no tratamento do tabagismo;

     

    - heroína - metadona, clonidina, naltrexona e LAAM são os tratamentos mais usados;

     

    - maconha - não existem tratamentos comprovados definitivamente, mas há alguns resultados favoráveis com N-acetil-cisteína.

     

    A lista é extensa e o que você precisa é procurar um psiquiatra especialista no tratamento de drogas, que possa orientar você de modo personalizado.

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    Dr. Ivan Mario Braun
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Minha mãe recentemente vem agindo de uma forma diferente... Fala coisas absurdas, diz que tem muito dinheiro no banco e na nossa ausência ela sai de casa e vai em concessionárias querendo comprar carros, vai em mercados comprar e diz que deus irá pagar...
  • Sua mãe está com comportamentos psicóticos, ou seja, incompatíveis com a realidade.

    Estes comportamentos podem ter muitas causas, dependendo, inclusive, da idade dela. Alguns exemplos:

    - fase maníaca de transtorno bipolar;

    - fase maníaca de transtorno esquizoafetivo;

    - esquizofrenia;

    - quadros de demência como, por exemplo, Doença de Alzheimer;

    - quadros cerebrais como acidentes vasculares e tumores;

    - alterações glandulares e hormonais;

    - tumores em outras partes do organismo, sem ser o cérebro;

    São apenas alguns exemplos. Ela requer uma avaliação psiquiátrica.

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    Dr. Ivan Mario Braun
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Minha filha tem 15 anos e está sofrendo de TOC. O problema dela é o banho, nas partes íntimas, e quando entra num lugar volta de 2 a 3 vezes pra ver se esqueceu algo, então ela tem crises de choro porque sabe que não é normal e não aceita. O que eu faço?
  • Você deve procurar um psiquiatra.

    O tratamento do TOC envolve medicações e terapia comportamental ou comportamental-cognitiva. Este tipo de terapia deve ser feito por profissionais experientes, pois exige técnicas específicas. Tais profissionais podem ser alguns psiquiatras ou mesmo psicólogos.

    Porém, de qualquer modo, passar por uma consulta psiquiátrica permite que o médico verifique o diagnóstico adequadamente pois, muitas vezes, a pessoa pode ter outros quadros associados, como depressão ou outros sintomas de ansiedade.

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    Dr. Ivan Mario Braun
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Hoje, para um paciente que sofre de esquizofrenia, qual seria o melhor tratamento e como uma pessoa que cuida de um esquizofrênico deve se comportar?
  • Atualmente, preferem-se os antipsicóticos de nova geração (na verdade, nem tão novos, pois a clozapina data da década de sessenta): risperidona, olanzapina, paliperidona, ziprasidona, aripiprazol, quetiapina e clozapina. Existem evidências de que a clozapina seja especialmente eficaz mas, como tem efeitos colaterais às vezes mais perigosos que os outros, seu uso geralmente só ocorre quando dois dos outros antipsicóticos já foram usados e não deram bons resultados ou levaram a muitos efeitos colaterais.

    No tratamento prolongado, hoje em dia, evita-se ao máximo as medicações mais antigas, como o haloperidol, a clorpromazina, a periciazina, a levomepromazina, a flufenazina, a trifluoperazina, etc., pois existem evidências que, principalmente a longo prazo, tem maiores probabilidades de causarem alguns efeitos colaterais, principalmente a discinesia tardia. Este efeito colateral, que aparece geralmente após anos de uso, envolve movimentos involuntários na região da face e, por vezes, até de braços ou pernas, sendo seu tratamento bastante difícil e incompleto.

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Meu filho tem síndrome bipolar e não aceita se tratar. A quem devo recorrer?
  • O transtorno bipolar deve ser tratado por um psiquiatra. Deve-se procurar alguém que tenha prática e consiga desenvolver um bom relacionamento com ele e, aos poucos, fazê-lo aceitar o tratamento.

     

    Os motivos para a não-aceitação do tratamento são vários, desde desconhecimento dos sintomas até a dificuldade de ver-se como alguém "doente".

     

    Infelizmente, não é tão raro se ver pessoas com TAB que não querem se tratar ou que, depois de algum tempo, interrompem o tratamento. Isto é muito grave pois, durante a fase de aceleração, a pessoa pode envolver-se em muitos problemas concretos como gastos excessivos, promiscuidade sexual, agressões; na fase de depressão, além do desânimo, da dificuldade ou mesmo incapacidade de desempenhar suas obrigações, a pessoa corre riscos de suicídio. Além disso, existem evidências de que muitas recaídas podem levar a lesões no cérebro, ao longo dos anos.

     

    Deve-se insistir no tratamento e, nas fases mais graves, pensar até na possibilidade de uma internação, por algumas semanas.

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