Ivan Mario Braun
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O transtorno depressivo maior psicótico (se for o caso de seu filho) é um problema grave e necessita sempre de tratamento medicamentoso. Ele caracteriza-se pela presença de graves sintomas depressivos e uma perda do vínculo com a realidade, caracterizado por alucinações, delírios ou comportamento grosseiramente desorganizado.
Entretanto, do ponto de vista ético e legal, um paciente que não esteja gravemente comprometido em relação à sua capacidade de tomar decisões, não pode ser obrigado a tomar remédios, mesmo que isto signifique riscos em médio prazo. A família, entretanto, pode insistir na necessidade da medicação e sugiro procurar orientação com psicólogo ou psiquiatra sobre como seria possível convencer seu filho a tomar as medicações.
Se houver um grande comprometimento da capacidade de tomar decisões, que apenas um psiquiatra consegue avaliar, há possibilidade de a pessoa ser submetida a tratamento involuntário, geralmente em regime de internação, pelo tempo necessário para recuperar sua capacidade decisória.
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A ansiedade, até certo nível e duração e, dependendo das circunstâncias, é um fenômeno normal.
Mas, se você tem um diagnóstico de transtorno de ansiedade correto, sua ansiedade deve estar superando níveis normais e duração proporcional e/ou aparecendo em circunstâncias que não a justifiquem. Nestes casos, como em outros transtornos psiquiátricos e doenças clínicas como a asma ou a artrite reumatoide, consideramos que há uma "cronicidade", ou seja, são problemas que tendem a permanecer pela vida inteira, na maioria dos casos. Há períodos de melhora e piora espontâneos mas, muitas vezes, para a pessoa se manter livre do problema, deve tomar medicações continuamente.
Em relação a alguns transtornos ansiosos, tratamentos não medicamentosos, principalmente a terapia cognitivo-comportamental, se têm mostrado úteis, mas mesmo esta terapia frequentemente tem efeitos melhores quando feita paralelamente ao uso de medicações.
O Donaren* (trazodona) é considerado uma medicação bem tolerada e própria para uso prolongado, mas há dois estudos que sugerem que pode trazer algum comprometimento cognitivo.
A melatonina ajuda a regular o sono, apesar de os estudos sugerirem que este efeito ocorre mais em alguns tipos específicos de problemas, como o "jet lag" e outras alterações do ciclo de sono-vigília e é mais demonstrado em pessoas idosas. Não tem, por enquanto, nenhum efeito colateral descrito.
O Quetrós* (quetiapina) é uma medicação indicada como antipsicótico e estabilizador do humor e seu uso para insônia, apesar de ser comum, é algo controvertido, em função da possibilidade de efeitos colaterais em longo prazo, tais como aumento de peso, síndrome metabólica e discinesia tardia. Entretanto, nesta dose pequena que você toma, possivelmente os riscos são menores.
Nenhuma destas medicações vicia, mas qualquer mudança de doses ou troca de medicações deve necessariamente ser discutida com seu médico.
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Seu filho precisa passar numa avaliação com um psiquiatra com experiência com crianças.
 
Um quadro de inquietação pode ter muitas origens distintas: transtorno de déficit de atenção-hiperatividade, transtorno opositivo-desafiador, transtorno do espectro autista ou mesmo causas psicológicas.
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Apesar de os sinais que você descreve serem sugestivos de síndrome de Parkinson, é estranho um médico dizer que "não tem nada" porque, em sendo Parkinson, acredito que não haja médico que não conheça os principais sinais.
 
Assim, tirando a possibilidade de o médico se ter enganado, é possível que as alterações sejam devidas a outro quadro neurológico.
 
Existe também a possibilidade de se tratar de um tremor funcional, com componentes psiquiátricos/psicológicos.
 
De qualquer forma, antes de consultar um psiquiatra, seria talvez interessante solicitar mais uma avaliação neurológica.
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Existem crises epilépticas que só apresentam hipertonia, ou seja, a pessoa não "se bate" ou esta fase passa despercebida. A crise pode aparecer repentinamente. A presença de cistos ou lesões cerebrais tende mais a levar a crises parciais e não ao tipo de crise que você descreve.
Quanto à depressão, ela pode ocorrer independente da epilepsia, mas pessoas com alterações neurológicas têm maior propensão a apresentar também alterações psiquiátricas, por vários motivos, seja devido ao comprometimento cerebral quanto às consequências da doença sobre a vida da pessoa, na forma de estresse.
Certamente você deve levar a paciente ao neurologista, de preferência a um que tenha bastante experiência em epilepsias. Quanto ao quadro depressivo, o ideal é uma avaliação com psiquiatra, já que nem todos os neurologistas têm prática em tratar quadros psiquiátricos, apesar de que quase todos se propõem a fazê-lo.