Ivan Mario Braun
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O medo não é uma doença. Ele pode ser normal, pois precisamos ter medo de algumas situações, para nos protegermos. Determinados estilos de educação, em casa, também podem tornar as pessoas mais medrosas.
Entretanto, algumas pessoas têm medos excessivos e, com isto, deixam de realizar muitas coisas e de aproveitar a vida. Os principais diagnósticos relacionados a medo excessivo são as fobias: fobia de altura, de ambientes fechados ou com muita gente, fobia social (medo excessivo de passar ridículo em situações como dar aulas, falar na frente de outras pessoas, paquerar) são os mais frequentes. Mas existem fobias de insetos ou outros animais, de sangue, de doenças graves específicas, tais como câncer.
Pessoas com depressão também podem apresentar medos exagerados, que desaparecem ou melhoram muito com o tratamento da depressão.
No caso das fobias, quando aparecem no contexto de outros transtornos ansiosos ou de depressão, muitas vezes melhoram com tratamento medicamentoso adequado (geralmente inibidores seletivos de recaptura de serotonina) e, no caso das fobias, a psicoterapia cognitivo-comportamental é o tratamento de primeira escolha.
A primeira coisa que deve fazer é ir a um psiquiatra que conheça bem os quadros ansiosos e fóbicos, para um diagnóstico correto.
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O transtorno de personalidade borderline é caracterizado por uma grande instabilidade nos objetivos, nos afetos e nos comportamentos em geral, ao longo da vida. São pessoas que alternam facilmente do amor ao ódio (sobretudo, se são frustradas), começam coisas e não terminam, passando de uma atividade a outra (trabalhos, estudo), frequentemente têm história de múltiplos relacionamentos, que se rompem, entre outros motivos, pela facilidade de odiar, perante frustrações. A pessoa com transtorno borderline frequentemente tem uma sensação contínua de um vazio, que a faz sofrer muito e o tenta preencher com vários tipos de estímulos (envolvimentos afetivos, drogas). Tentativas de suicídio e auto-mutilação também são frequentes.
Não há um tratamento específico para o transtorno borderline. A psicoterapia cognitivo-comportamental tem se mostrado útil e o psiquiatra pode usar medicamentos específicos para os outros transtornos, que frequentemente são concomitantes com o transtorno borderline, tais como transtornos ansiosos e depressivos.
Entretanto, existe uma tendência, incorreta, de alguns psiquiatras rotularem como borderline quaisquer pacientes mais instáveis e difíceis de tratar. Muitas vezes, ao longo de trinta anos de experiência, encontrei pacientes que foram diagnosticados como borderline e eram, na verdade, bipolares. E o transtorno bipolar, ao contrário do borderline, tem tratamento medicamentoso bastante eficiente e, se for este o caso de seu marido, o prognóstico é muito melhor.
Você deve procurar um psiquiatra com prática com pacientes borderline. Ele poderá orientar você sobre como conseguir trazer a pessoa para atendimento e como pode influenciá-la para aceitar tratar-se e melhorar.
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Não é normal pessoas terem duas fases. Logicamente, todos podem variar de humor, dentro de determinados limites. Ficamos tristes, alegres, com raiva, magoados. Geralmente estas emoções duram pouco, horas ou dias e são desencadeadas por vivências que temos ou mantidas pelas circunstâncias em que estamos. Pessoas que tem episódios de tristeza profundos, com semanas de duração, intenso desânimo, ideias negativas preponderantes a maior parte do tempo, alterações de sono e desejo sexual (para menos), dificuldade ou incapacidade de sentir prazer, dificuldades de concentração, lentificação observada pelos outros, PODEM estar passando por depressão - somente um profissional especializado pode diagnosticar. A "mania" é caracterizada pelo oposto: períodos prolongados (pelo menos, vários dias) de humor excessivamente alegre ou efórico ou irritável, acompanhado de aceleração, pensamentos de grandeza e sensação de poder, aumento do desejo sexual, frequente aumento da vontade de gastar ou gastos excessivos, diminuição da necessidade de sono, a maior parte do dia. Quando pessoas passam por crises de mania, dizemos que têm transtorno bipolar. Estas crises geralmente se alternam com fases normais ou de depressão (ou ambas).
 
Pessoas que têm comportamentos complexos (dirigir, viajar, entrar em relacionamentos) extremamente diversos, que se mantêm por períodos prolongados, ao ponto de caracterizar a personalidade da pessoa E alternam com padrões diferentes de comportamentos por períodos prolongados, ao ponto de caracterizar a personalidade da pessoa E uma fase da personalidade esquece por completo a outra podem ter um transtorno muito raro, chamado de personalidade múltipla.
 
Entretanto, a maioria das pessoas que se dizem bipolares ou com personalidades múltiplas, são apenas pessoas normais que têm mudanças talvez um pouco mais frequentes e acentuadas que a maioria (ou que elas ou familiares assim percebem) e não têm transtorno psiquiátrico.
 
Consulte presencialmente um psiquiatra, para poder fazer o diagnóstico correto.
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Ouvem-se ou veem-se coisas que outros não veem numa série de circunstâncias diferentes. Por vezes, é porque nossas visão e audição são melhores que das outras pessoas ou estamos mais atentos. Já vi casos em que o psiquiatra perguntou, simplesmente, se a pessoa via ou ouvia coisas que outros não e se tratava justamente deste tipo de situação. Trata-se de um erro na entrevista do psiquiatra.
A grande questão é quando as pessoas ouvem ou veem coisas sem que haja estímulos provenientes do ambiente que expliquem o que ouvem ou veem: ou seja, normalmente quando se ouve ou se vê algo, há ondas sonoras ou luminosas que estimulam nosso ouvido ou nossos olhos provenientes de uma fonte material. Quando a pessoa tem alucinações, não há estímulos correspondentes vindo de fora do corpo dela: o que há são percepções que ocorrem exclusivamente dentro do cérebro dela.
Assim, a questão não é se outros ouvem ou veem o que a pessoa ouve ou vê, mas se existe algum corpo real que esteja sendo ouvido ou visto. Logicamente, quando não há um corpo real para ser ouvido ou visto, pessoas normais que estejam presentes nada ouvirão ou verão - portanto, se tratam de alucinações.
Psicoses não são as únicas causas de alucinações: epilepsias, doenças cerebrais e até mesmo enxaquecas podem levar a alucinações.
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O escitalopram é uma medicação inibidora da recaptura de serotonina, usada no tratamento de quadros de depressão e ansiedade. A risperidona é uma droga antipsicótica, usada no tratamento de transtornos psicóticos e também como estabilizadora de humor. Em alguns quadros de depressão resistente ele é usado para potencializar o efeito de antidepressivos.
Quando indicados corretamente, geralmente não é possível trocar um pelo outro, pois possuem funções diferentes.
É normal o escitalopram, assim como outras medicações psiquiátricas, demorar para fazer efeito, até algumas semanas. Outras vezes, pode ser uma questão de ajustar a dose.
Não faça nada sem orientação direta de seu psiquiatra, a melhor pessoa para orientar você.