Ivan Mario Braun
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Ansiedade é um termo que aparece em vários transtornos psiquiátricos, em cada um deles com sentido ligeiramente diferente: há as pessoas com preocupações excessivas e sintomas físicos de ansiedade (tremores, palpitações, suor, dificuldades de concentração, insônia, tonturas); há as que tem crises súbitas de medo, angústia e também sintomas físicos, no transtorno de pânico. Há as que têm um grande medo de passarem vergonha, de serem julgadas negativamente e, por isto, evitam fazer coisas em frente a outras pessoas. Existem pessoas que são excessivamente detalhistas, rígidas e exigentes, o que também constitui um tipo de ansiedade. Assim, primeiramente, você deve procurar saber qual o tipo de ansiedade que você tem.
 
"Estressado" é um termo inexistente, em Psiquiatria, mas que geralmente se refere a pessoas ansiosas, preocupadas, exigentes consigo mesmos e com os outros e, frequentemente, também irritadas.
 
Ficar triste por causa do término de um namoro sério, por sua vez, é um fenômeno normal, a não ser que esta tristeza seja muito profunda, dure a maior parte do tempo, tenha uma duração muito longa e inclua sintomas como insônia ou excesso de sono, grande diminuição ou aumento do apetite, dificuldades de concentração, pensamento lentificado, ideias tristes ou negativas, que vão desde uma baixa auto-estima e pessimismo exagerado até ideias de que não vale a pena viver ou mesmo pensamentos suicidas. Neste caso, pode tratar-se de uma depressão.
 
O Espran* é o escitalopram, uma medicação usada no tratamento tanto da ansiedade quanto da depressão. O Lamitor* é a lamotrigina, uma droga desenvolvida inicialmente para o tratamento de epilepsias, mas que passou a ser usada também como estabilizador do humor ou para potencializar o efeito de remédios antidepressivos.
 
Assim:
 
- é possível que você esteja somente sob efeito da sua ruptura de relacionamento e que isto vá melhorar espontaneamente;
 
- é possível que esteja deprimida ou com um transtorno ansioso e haja necessidade de mudanças em sua medicação;
 
Se não estiver em tratamento com psiquiatra, pode ser interessante procurar um especialista.
 
Além do tratamento psiquiátrico, uma psicoterapia com psiquiatra ou psicólogo pode ser útil para discutir sua relação com o trabalho e eventuais aspectos mais difíceis de seus relacionamentos com outras pessoas. São apenas ideias, dado que uma indicação precisa só é possível mediante uma avaliação pessoal. Mas, em geral, são estas as formas de ajudar as pessoas em seus sofrimentos.
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Este tipo de dificuldade pode ter várias origens, podendo, inclusive, ser apenas uma dificuldade de se organizar. Um psicopedagogo pode ser útil para ajudá-la.
 
Outras vezes, pessoas podem ter sintomas de transtorno de déficit de atenção-hiperatividade (TDAH), seja o transtorno completo, quanto apenas alguns aspectos dele. Um psiquiatra saberá diagnosticar se há presença de TDAH e, se houver, o tratamento costuma melhorar muito o desempenho das pessoas.
 
Finalmente, há pessoas que ficam tão ansiosas, ao realizarem provas, que esquecem momentaneamente o que aprenderam e, com isto, pioram seu desempenho. Nestes casos, um psicopedagogo e uma abordagem psicoterápica podem ser úteis.
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Há vários conceitos diferentes de alucinação, alguns consideram alucinações apenas quando são no contexto de um quadro de psicose e a percepção do paciente em relação a toda a realidade está alterada e outros consideram alucinações quaisquer percepções que ocorrem na ausência de um estímulo.
Assim, há variados graus de "realidade" das alucinações. As alucinações que ocorrem, por exemplo, em alterações cerebrais mais grosseiras (por exemplo, resultantes de tumores ou lesões tóxicas do cérebro) são claramente vivenciadas como provindo do mundo externo, ao ponto de a pessoa eventualmente tentar achar o local de onde vem a alucinação. No caso da psicose esquizofrênica, a alucinação frequentemente é intermediária entre a imaginação e a realidade, encontra-se mais no mundo interno - o esquizofrênico ouve as vozes, por exemplo, pode até falar com elas, mas não passa por sua cabeça procurar as pessoas "que falam" - elas se encontram "dentro" de sua mente.
Estas diferenças fenomenológicas são importantes no diagnóstico psiquiátrico.
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O transtorno de oposição desafiante (TOD) se caracteriza por um padrão de comportamento infantil com um predomínio de raiva e irritabilidade, desafio da autoridade e posturas vingativas. Para o diagnóstico, é necessário que o problema não ocorra em situações isoladas, mas que persevere por pelo menos seis meses. A criança frequentemente se irrita, perde a calma, mostra-se ressentida ou incomodada, frequentemente desafiando figuras de autoridade (no caso, adultos). Com frequência incomoda propositalmente outras pessoas, questiona figuras de autoridade, recusa-se a obedecer regras. Frequentemente culpa os outros por seu mau comportamento ou erros e com alguma frequência se mostra mau ou vingativo.
 
Como ocorre com todos os transtornos psiquiátricos, sempre se deve recorrer a um especialista para o diagnóstico, pois a família pode até desconfiar da existência de um problema, mas apenas o especialista pode dizer com certeza se se trata de um comportamento normal ou não. Famílias muitas vezes não percebem a gravidade dos problemas ou, outras, exageram.
 
Uma vez confirmado o diagnóstico, o tratamento principal é a psicoterapia, usando-se medicações apenas se houver associados transtornos outros, como depressão ou ansiedade, pois o TOD não possui tratamento medicamentoso específico.
 
Na psicoterapia deve ser envolvida também a família, pois ela precisará aprender a lidar com a criança: encontros uma ou mesmo várias vezes por semana com um terapeuta não são suficientes para resolver o problema, se a família não participar.
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Trata-se de uma questão difícil de responder em poucas palavras. O correto é que vocês passem numa consulta com psiquiatra, para poder orientar especificamente o seu caso.
Há muitos motivos para uma pessoa não aceitar tratar-se:
- não perceber que está com algum problema;
- perceber, mas não aceitar que está com algum problema (por exemplo, por envergonhar-se);
- estar psicótico, i.e., perder o vínculo com a realidade;
- estar incapacitado de envolver-se com atividades de modo geral, por exemplo, por quadro depressivo ou sintomas negativos de esquizofrenia;
- dificuldades de relacionar-se com os profissionais que o atenderam.
Em casos de pacientes psicóticos ou gravemente deprimidos, com eventuais riscos graves, pode-se proceder a internação, mediante avaliação psiquiátrica.
Em outros casos, a família pode procurar orientação profissional para elaborar estratégias de como motivar a pessoa a tratar-se.