Psiquiatria - Perguntas respondidas
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Olá, tudo bem? Espero que sim. Olha, os sintomas que você falou podem ser compatíveis com TDAH ou quadro de fobia social. Como foram poucas as informações que você deu, o que eu sugiro é você marcar o quanto antes uma consulta com o PSIQUIATRA em sua região. Ela saberá diagnosticar o seu quadro.
Fica com Deus e saúde na cabeça. -
Primeiramente, é importante que fique claro que somente numa consulta presencial é possível e permitido fazer um diagnóstico dos seus problemas e verificar qual o melhor tratamento.
 
Mas, com base no que escreve, há algumas possibilidades:
 
"Dificuldades de comunicação com pessoas que não sejam próximas" são mais comuns na fobia social. Outros transtornos em que há dificuldades de comunicação não costumam se restringir às pessoas mais distantes. Isto, porque grande parte das pessoas normais tem mais facilidade de falar com quem é íntimo, cujas reações conhecemos melhor, que geralmente são pessoas de quem gostamos (caso contrário, a tendência seria também de evitar) e de quem não esperamos críticas excessivas e, sobretudo, imprevistas. Algumas pessoas, além disto, são mais tímidas e têm mais dificuldades de falar com estranhos, mas ainda estão na faixa normal. Outras, entretanto, têm uma timidez tão forte, que ela interfere no dia-a-dia da pessoa e na sua qualidade de vida e desempenho, pois acaba evitando muitas situações importantes, por causa do medo de ser observado e criticado, ridicularizado. Tem medo até de tentar e passar mal, tremer, ficar com a voz embargada, por vezes até de desmaiar. Logicamente, mesmo aí há casos mais graves e outros, menos. Mas, basicamente, é este o fóbico social. Há tratamentos medicamentosos que podem ser úteis e, sobretudo, técnicas cognitivo-comportamentais, em que se ensina a pessoa a enfrentar as situações temidas, podem curar completamente o problema.
 
"Ficar nervoso à toa" é uma afirmação muito ampla e pessoas costumam assim denominar desde situações em que ficam exageradamente preocupadas por motivos que não justificam tal grau de preocupação, até casos em que as pessoas se irritam com facilidade exagerada. Este tipo de sintomas podem ser parte da personalidade da pessoa ou resultar de quadros como, só como exemplo, transtorno de ansiedade generalizada ou depressão.
 
"Não ter vontades ou interesses" também é uma afirmaçao muito ampla, mas dificilmente (o que não é nunca) fizeram parte sempre da vida da maioria das pessoas. O mais comum é que isto se estabeleça no decorrer de um quadro de depressão, no qual as coisas perdem a graça e a pessoa não sente motivação nem prazer. Mas, outros quadros, que fazem parte da personalidade da pessoa, com transtorno de personalidade borderline ou esquizoide também causam este tipo de sintomas. Somente em consulta presencial daria para descobrir e indicar o tratamento adequado. A depressão costuma ter boa resposta a tratamentos medicamentosos, enquanto nos transtornos de personalidade se usa, principalmente, a psicoterapia, por vezes associada a alguma medicação.
 
"Nunca terminar algo, sempre desistir no começo" pode ser uma característica da personalidade (normal) de algumas pessoas, mas é frequente ocorrer na personalidade borderline e em pessoas com transtorno de déficit de atenção/hiperatividade. Enquanto no borderline isto se refere principalmente a projetos em longo prazo como, por exemplo, concluir fases escolares (ensino médio, faculdades) e compromissos laborais (trocar de trabalho com frequência), no TDAH se refere com maior frequência a coisas mais em curto prazo, como concluir trabalhos escolares ou tarefas laborativas (começa a elaborar um projeto, mas não termina), leituras de livros e, em casos graves, até em atividades mais breves, como assistir a um filme.
 
Finalmente, não conseguir ficar em lugares fechados, com muita gente, é característico de fobias, sobretudo a agorafobia. Na agorafobia, quando a pessoa fica em espaços com muita gente, tem medo de ficar sem ar, de passar mal ou mesmo de ter um "ataque" do coração. Tem medo de não conseguir fugir, caso se sinta mal. O tratamento da agorafobia (e das fobias em geral), através da terapia cognitivo-comportamental é muito eficiente. Algumas vezes, quando as fobias ocorrem só no contexto de depressões ou transtorno de ansiedade generalizada, por exemplo, podem melhorar ou mesmo desaparecer quando estes outros transtornos são tratados.
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Olá, espero que sua irmã já esteja melhor. Sua irmã pode estar com quadro depressivo que é comum no pós parto, e tem um agravante que é o luto importante que ela está passando, que pode se converter em uma depressão ou luto patológico. Os sintomas descritos por você sugerem depressão grave. Recomendo procurar um psiquiatra o quanto antes.
Espero ter ajudado, fica com Deus e saúde na cabeça. -
Perder uma filha é um trauma muito grande e é possível que esteja tendo uma reação de adaptação a este estresse. Porém, outras pessoas podem desenvolver quadros depressivos ou mesmo psicóticos e é importante que procure rapidamente uma avaliação psiquiátrica. Devidamente tratada, sua irmã muito provavelmente se recuperará por completo. Quanto a calmantes, use-os apenas por indicação e prescrição médicas.
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Primeiramente, você deve explorar, com um bom clínico, se existe algum motivo físico para ter engasgado e para sua dificuldade de comer alimentos sólidos. Talvez você já tenha feito isto, mas muitas vezes nós, psiquiatras, recebemos pessoas com quadros aparentemente psicológicos, mas que se revelam como problemas de ordem física. Se forem excluídas causas físicas, é possível, sim, que tenha desenvolvido um quadro de fobia. Fobias são medos irracionais ou excessivos: pode haver fobias de altura, de lugares fechados, de falar em público e há casos, também, em que a pessoa tem medos como os que descreve. Com a colaboração do paciente, as fobias podem ser bem tratadas e frequentemente nem requerem o uso de medicações, mas sim de técnicas cognitivo-comportamentais.
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Adolescentes e pré-adolescentes frequentemente apresentam problemas comportamentais, dado que é uma idade de transição, na qual aos poucos substituem os direitos e deveres de crianças por aqueles dos adultos. Assim, até certo ponto, é normal encontrar comportamentos rebeldes e desafiadores. Quanto a não gostar de estudar, é um problema que pode ter muitas origens: depende de fatores educacionais, familiares, do grupo em que convive, da capacidade intelectual de cada um e mesmo da capacidade da escola ensinar. Há muitos motivos para não se querer ir à escola: ter coisas mais estimulantes para fazer como, por exemplo, ficar com colegas "matando aulas" ou estar com dificuldades de aprendizado, que podem desestimular a pessoa a frequentar as aulas. Um motivo que nem sempre é abordado é a possibilidade de "bullying", de a criança estar sendo vítima de gozações e agressões que a deixam amedrontada e sobre as quais nem sempre se sente à vontade para falar com os pais. A agitação pode ser decorrente de ansiedade, depressão, transtorno de déficit de atenção-hiperatividade ou mesmo ser reação da criança a fatores ambientais.
Não é fácil falar com adolescentes sobre seus problemas, frequentemente a dificuldade deles em falar também pode ter várias origens, desde dificuldades em lidar com as próprias emoções, vergonha ou medo. Se os pais se relacionam com a criança através de muitas broncas, isto também pode desestimular que ela fale sobre seus problemas. Isto não significa, de forma alguma, que os pais devem aceitar tudo o que a criança faz. Mas há os jeitos certos de dar as broncas e no momento certo. Também é importante que os pais acompanhem o comportamento da criança no dia-a-dia, saibam quem são os amigos, os pais dos amigos, que dificuldades ela enfrenta. Não adianta só conferir as notas bimestrais ou se "passou" de ano.
Quanto a tomar imipramina, trata-se de uma medicação usada principalmente em depressão, ansiedade e, por vezes, como alternativa no transtorno de déficit de atenção. De modo geral, não costuma ser uma primeira linha de tratamento.
Além de levar a criança a um psiquiatra, caso ainda não esteja frequentando (e de pedir esclarecimentos ao psiquiatra, caso ela já esteja), é importante que os pais procurem uma orientação com psicóloga ou pedagoga com experiência em crianças. Estas profissionais serão muito úteis em combinar, com os pais, estratégias que os ajudem a melhorar os comportamentos da criança.
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Este tipo de sintomas pode ter muitas origens. Pode ser uma reação normal a uma fase difícil pela qual esteja passando, assim como sintomas de depressão ou transtornos ansiosos. Aliás, depressão e ansiedade frequentemente andam juntas. Algumas doenças clínicas também podem levar ao aparecimento de sintomas depressivos como, por exemplo, o hipotireoidismo.
 
Você deve procurar um psiquiatra, pessoalmente, para fazer seu diagnóstico.